Aumenta a demanda por apólices com cobertura de diagnóstico de câncer

A cobertura de diagnóstico de câncer e outras doenças graves no Brasil tem despertado interesse nas pessoas. De acordo com levantamento realizado pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), o crescimento nos seguros de doenças graves ou terminais em 2017 representou 9,66% em relação ao ano anterior, gerando um volume de prêmio da ordem de R$ 765,8 milhões. De janeiro a agosto de 2018, o valor já era de R$ 571,9 milhões, uma alta de 12,5% sobre o mesmo período de 2017.

Os seguros de doenças graves ou terminais representam pouco mais de 2% do mercado total de seguros de pessoas no país, algo em torno de R$ 24,8 bilhões até agosto/2018. O aumento da expectativa de vida tem colaborado bastante. As pessoas estão vivendo mais e todos estão sujeitos a uma doença inesperada.

As seguradoras brasileiras lançaram esse tipo de seguro há 18 anos. Além do tempo necessário para o produto tornar-se conhecido no mercado, o aumento no número de casos de câncer no Brasil, seguindo uma tendência mundial, deve ajudar a se popularizar com o tempo.

Um estudo da Agência para a Pesquisa do Câncer, entidade ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), mostrou que 18,1 milhões de novos casos de câncer serão registrados em 2018 no mundo, com um total de 9,6 milhões de mortes. Se nada for feito, segundo o órgão, as incidências vão atingir 29,4 milhões de novos casos em 2040 —crescimento de 63% nos próximos 20 anos. Já a mortalidade deve subir para 16,3 milhões até lá.

Ainda de acordo com o estudo, serão os países emergentes que mais terão aumento de casos de câncer, com um avanço expressivo de 62% até 2040 e um total de 10 milhões de novos diagnósticos da doença. O Brasil deve registrar ao todo 559 mil novos casos de câncer em 2018, com 243 mil mortes. Até 2040, a entidade estima que a doença pode sofrer um aumento de 78,5% no país, um dos maiores saltos entre as principais economias do mundo. Isso significa que 998 mil novos diagnósticos de câncer serão registrados por aqui no período.

Diversas seguradoras oferecem proteção contra câncer e outras doenças graves. As características específicas dos produtos variam de seguradora para seguradora, mas, no geral, são seguros de vida que proporcionam uma indenização mediante diagnóstico da doença, que equivale a um percentual do prêmio contratado em caso de morte. O uso da indenização por doença grave não anula a validade do seguro de vida —ou seja, se ocorrer a morte do segurado durante a vigência do contrato, mesmo que a indenização por doença já tenha sido paga, os beneficiários receberão uma nova indenização.

Em comum, os produtos de todas as seguradoras preveem que o segurado não esteja previamente diagnosticado com a doença antes da contratação do seguro. É o próprio segurado que atesta isso ao adquirir o serviço e as seguradoras só vão investigar a veracidade da informação prestada em caso de abertura de sinistro. Também é comum que as seguradoras estabeleçam um período de carência para a solicitação de indenizações, que varia de acordo com as regras aplicadas por cada uma delas.

No mercado internacional, a cobertura de doenças graves não é mais tendência. No Brasil, tem ganhado relevância nos últimos 3 anos. Quando o segurado recebe o diagnóstico, independentemente do nível da doença, recebe a indenização e pode usar o dinheiro para o que quiser. Pode usar, por exemplo, para complementar o tratamento coberto pelo plano de saúde, contratar enfermeira, melhorar a infraestrutura em casa ou viajar. A indenização em caso de diagnóstico de câncer equivale, de um modo geral, a 50% da indenização contratada para caso de morte.

O mercado de seguro de vida tem crescido bastante. Por conta do envelhecimento da população, as doenças tem crescido. Segundo especialistas, uma em cada três pessoas vai ter uma doença grave na vida. A população vive mais e sofre com as doenças do envelhecimento. As mulheres têm filhos mais tarde e precisam proteger a sua renda e a de seus filhos, que ainda vão ser muito novos quando elas envelhecerem. Uma mulher que engravida aos 40 anos terá 70 anos quando seu filho tiver 30 anos e estiver recém começando a construir patrimônio.

Vale a pena contratar um seguro contra câncer?

Especialistas do mercado são categóricos ao afirmar que já passou da hora das pessoas pensarem no seguro de vida como item básico no planejamento financeiro. Se a cobertura também abranger o diagnóstico de câncer e outras doenças graves, melhor ainda, já que a população está cada vez mais velha e a probabilidade de se ter um problema de saúde no futuro é cada vez maior.

Um dos mitos que mais afastam o interesse pelo produto costuma ser o preço. Muitas pessoas não veem problema em gastar R$ 2 mil no seguro de um automóvel por ano, mas não gastam 10% desse valor em uma proteção para si próprio e para sua família.

Já quando decidem contratar um seguro, a maior dificuldade das pessoas é com a escolha do tamanho da cobertura. Não existe uma fórmula para fazer essa conta. Comece calculando todos os gastos que você tem na vida e quanto eles custam por mês, para manter todas as pessoas que dependem de você financeiramente. Lembre-se de que, no caso do seguro para câncer, a indenização pelo diagnóstico não é de 100% do valor da cobertura, então isso deve ser levado em consideração na hora da escolha.

Em seguida, estime por quanto tempo sua família precisaria desse dinheiro para se manter sem você, até se reestruturar. Se não tem tanto dinheiro assim para bancar um seguro com uma indenização tão alta, invista em um produto que pague, pelo menos, um ano de despesas. Lembre-se de incluir na conta sua renda investida em aplicações financeiras, se tiver, e suas dívidas que ficarão para a sua família pagar. Se achar muito difícil fazer essa conta sozinho, os consultores da SICCS podem te ajudar.

Faça uma revisão a cada cinco anos para entender se a cobertura contratada continua adequada para a sua necessidade. O tamanho da indenização que você precisa pode aumentar ou diminuir com o tempo, conforme o que acontecer na sua vida. Quando os seus filhos se tornarem independentes financeiramente, por exemplo, você poderá pagar um seguro mais barato, com uma indenização menor.

Que cuidados é preciso para contratar um seguro de vida?

É importante que você saiba exatamente que pacote de coberturas está contratando, pois eles podem ser muito diferentes um do outro. Converse com um consultor da SICCS para que ele possa auxiliar você a entender o que precisa. A SICCS trabalha com as principais seguradoras do mercado e poderá te apresentar a melhor solução entre os diferentes produtos comercializados.

A pesquisa de mercado realizada pela equipe SICCS é essencial para comparar preços e coberturas. Observar as exclusões mencionadas no contrato ou algum tipo de carência que a apólice possa apresentar, mesmo estando em dia com o pagamento, são pontos importantes a serem observados durante essa análise.

Outro aspecto importante é o preenchimento da Declaração Pessoal de Saúde (DPS). Seja o mais sincero possível com todas as informações sobre a sua condição de saúde, mesmo que corra o risco do seguro ficar mais caro pois, em caso de má-fé, a seguradora poderá recusar o pagamento da indenização.

Se você tem interesse em conhecer ou conversar um pouco sobre o assunto, procure um dos nossos consultores pelo e-mail contato@siccseguros.com.br.

Fonte: Exame

 


O que fazer para se manter saudável?

Neste verão é preciso redobrar a atenção com a saúde para aproveitar as férias, os passeios, a praia, os parques… A primeira questão: a combinação do aumento da temperatura com excessos alimentares e de bebidas alcoólicas , especialmente na presença de muita exposição ao sol e esforço físico exagerado, pode apresentar problemas.

O recado vale especialmente para pessoas com antecedentes de doenças cardiovasculares ou com fatores de risco, como obesidade, colesterol e triglicérides altos, diabetes, tabagismo, estresse e hipertensão. Esses problemas podem se agravar com a quebra da rotina alimentar e com certos hábitos típicos do verão.

O excesso de cerveja e afins, por exemplo, eventualmente dispara uma arritmia cardíaca. Nesse quesito, aliás, quem sofre mais são as mulheres. O sexo feminino possui menos água no organismo, o que faz com que o álcool fique mais concentrado. Além disso, elas em geral pesam menos e apresentam níveis menores de enzimas responsáveis pelo metabolismo do álcool. Ou seja, aquele drinque demora mais para ser processado.

Para todos os indivíduos, porém, o excesso de bebidas alcoólicas pode levar, no longo prazo, a uma dilatação do coração ou a uma miocardiopatia (doença no músculo cardíaco que dificulta o fornecimento de sangue e eventualmente deflagra a insuficiência cardíaca).

E com o que mais devemos tomar cuidado no verão?

  • Com a alimentação, que precisa ser leve e equilibrada
  • Com a temperatura. Evite lugares muito quentes
  • Com as medicações habituais, que não podem ser esquecidas mesmo diante de uma mudança de ritmo
  • Com o esforço físico, que não deve ser exagerado

É sempre bom lembrar que a prática de exercícios requer precondicionamento físico. Não é adequado, portanto, passar o ano todo sem chutar uma bola e, em uma viagem, se acabar no futebol. Ao maneirar, você afasta o risco de infartos e arritmias.

Também é importante tomar água durante todo o dia, mantendo a hidratação do organismo. Está aí uma medida fundamental para garantir a boa saúde durante o verão!

Nesse quesito, os idosos merecem atenção redobrada – eles não costumam beber água espontaneamente. Assim, é importante oferecer-lhes líquidos e lembrá-los que devem se hidratar.

Por último, aproveite o verão para fazer sua avaliação médica anual. Especialmente se não estiver com o checkup em dia.

O verão é a estação mais alegre e descontraída do ano. Para aproveitá-la ao máximo, com alegria e bem-estar, é preciso cuidar bem da saúde e evitar excessos. O coração agradece. E os familiares de todos nós também!

Fonte: Revista Exame


ANS Lança Manual de Gestão de Riscos

Apoiada em sua Política de Gestão de Riscos, definida na Resolução Administrativa nº 60/2014, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acaba de lançar o Manual de Gestão de Riscos, um guia prático para orientar e difundir a aplicação dessa ferramenta. O Manual apresenta a metodologia que deve ser utilizada por gestores e colaboradores da ANS, podendo servir como modelo para demais entidades governamentais. Seu objetivo é mitigar riscos, contribuindo para a melhoria dos processos internos.

Entre os benefícios da gestão de riscos, destacam-se o aperfeiçoamento da identificação de oportunidades e ameaças, da gestão de incidentes e da prevenção de perdas.

Em linguagem simples e acessível, o manual orienta sobre como aplicar o processo de avaliação de riscos, conferindo maior segurança e melhores resultados aos atos da agência reguladora. Para a diretoria da Agência são notáveis os ganhos que o uso responsável da ferramenta pode trazer para gestores e equipes em prol da missão institucional.

A difusão de uma gestão de riscos tecnicamente adequada pode contribuir para melhorias significativas na eficácia e na eficiência operacionais da Agência, favorecendo sua governança.

O Manual de Gestão de Riscos tem como base teórica e conceitual as normas ISO 31000, ISO 31010 e COSO; atos normativos recentes do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão e de órgãos de controle interno e externo; e as boas práticas de gestão de riscos adotadas por equipes de trabalho da ANS.

A Agência começou a estruturar a sua Política de Gestão de Riscos em 2013, quando reconheceu a importância deste componente de governança na administração pública. Como primeiro produto, foi publicada em 2014 a Cartilha de Gestão de Riscos, que descreve detalhadamente a política da ANS frente ao tema.

Confira aqui o Manual de Gestão de Riscos da ANS.

Fonte: ANS


O Corretor de Seguros no Novo Cenário.

As projeções de crescimento para o Brasil em 2019 são uma boa notícia para o setor de seguros. Quem sair na frente e se preparar tem tudo para se dar muito bem.

Os especialistas do mercado afirmam que daqui a cinco anos o setor de seguros brasileiro terá uma cara completamente diferente da atual. Os players devem mudar, os produtos serão outros, a comercialização será mais dinâmica e a operação das seguradoras mais precisa e mais rápida.

Entre as premissas básicas para o sucesso está o redesenho das operações, com ganhos de escala, corte de custos e mais eficiência em todos os momentos do negócio.

Quem não acreditar nisso corre o sério risco de perder o “timing” e ficar fora do mercado. A velocidade das mudanças está se acelerando dia a dia e cinco anos passam muito depressa.

Se o atual governo simplesmente deixar o País andar sem atrapalhar, o Brasil crescerá mais de 3% em 2019. É uma mudança radical nos prognósticos dos economistas, mas está baseada em estudos sérios feitos por gente que vive disso e que sabe analisar as tendências.

Se tem uma notícia boa para o setor de seguros é este crescimento acima das previsões feitas até poucos meses atrás. Seguro é atividade de suporte, assim, não há como o setor se desenvolver sem que a economia cresça como um todo. O setor de seguros brasileiro tem potencial para dobrar de tamanho em relativamente pouco tempo sem que, para isso, sejam necessários novos públicos ou produtos diferentes do que temos hoje.

A penetração do setor ainda é muito baixa. Com apenas 30% das empresas contratando algum tipo de seguro, com mais de 18 milhões de imóveis sem qualquer tipo de proteção, com apenas 25% da frota de veículos segurada, o simples aumento da demanda por esses seguros é suficiente para gerar um crescimento rápido e consistente, capaz de mudar o patamar da atividade.

Com o País crescendo mais rapidamente, estas demandas se imporão naturalmente, como resultado da maior consciência da necessidade de proteção patrimonial como a melhor ferramenta para manter o ritmo do crescimento pessoal e empresarial.

O cenário fica ainda melhor se também levarmos em conta o tamanho da população, temos forte defasagem nos seguros de pessoas, nos planos de saúde privados e na previdência complementar.

Se ainda considerarmos a necessidade de obras de infraestrutura que dependem de um bom programa de seguros para sua realização, veremos que o crescimento do setor fica ainda mais tangível, como uma consequência lógica do processo de desenvolvimento nacional.

A movimentação das seguradoras pode ser sentida no novo desenho que silenciosamente vai modificando não apenas o ranking das companhias, mas, principalmente, a visão de negócio de cada uma. Já os Corretores de Seguros estão muito mais em situação de espera, como se precisassem entender o movimento das seguradoras para se posicionarem no mercado.

Pela natureza da atividade, os corretores pequenos que fazem apenas alguns seguros todos os meses, são os menos ameaçados. Em função de seus custos muito baixos e de suas relações pessoais, eles continuarão a ter espaço. A questão mais delicada fica para os corretores maiores, inclusive os grandes, que carregam estruturas mais pesadas e mais caras.

Seja através da ação de corretores dispostos a investir no negócio e inovar ou diretamente através das seguradoras, novas formas de comercialização vão surgindo e ocupando seu espaço. Essa tendência deve se acentuar e as formas tradicionais de comercialização de seguros serão cada vez mais desafiadas por novos modelos de negócios, mais baratos e com maior penetração.

Fonte: Antônio Penteado Mendonça - O Estado de São Paulo

 


Setor de previdência complementar apresenta proposta de reforma.

O que se espera com a nova proposta de reforma é uma solução definitiva para a questão da previdência social.  Com o rápido envelhecimento da população brasileira o rombo voltará a crescer,  mesmo que a chamada reforma paramétrica consiga estancar o déficit da previdência em um patamar de 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB). A solução de substituir progressivamente o antigo modelo por um novo, tornará o sistema previdenciário financeiramente sustentável a  longo prazo. A implantação das novas regras não vai gerar ônus adicionais e nem afetará cerca de 75% dos brasileiros.

A longo prazo, os ganhos serão expressivos para toda a sociedade, pois haverá redução substancial das alíquotas de contribuição das empresas e dos indivíduos, impulsionando a formação de poupança interna, absolutamente necessária para financiar o investimento e o desenvolvimento. A criação da Nova Previdência está associada a uma reforma paramétrica do modelo atual. De acordo com a proposta, a adoção de uma idade mínima de aposentadoria, uma das principais medidas da reforma paramétrica, afetará apenas 6% da população brasileira atual.

REFORMA ESTRUTURAL 

A Nova Previdência estará sustentada em 4 pilares e valerá para todos os que nasceram a partir de 2005, indistintamente. Cobrirá todos, celetistas, funcionários públicos e militares. Será um sistema único e universal. Diferentemente dos vários sistemas que hoje existem no Brasil, a Nova Previdência procurará atender prioritariamente os que compõem a base da pirâmide social. Em síntese, os 4 pilares da nova proposta são:

O primeiro pilar é a Renda Básica do Idoso (RBI), que passa a valer a partir da aprovação da reforma. Todos os que completarem 65 anos, receberão um benefício de R$ 550,00, independentemente de terem contribuído ou não para a previdência. Terão direito ao RBI os nascidos a partir de 2005. A idade mínima para recebimento dos benefícios será de 65 anos para os homens. Para as mulheres, com dois ou mais filhos, se prevê uma redução de cinco anos nessa idade mínima. Pessoas com deficiência também receberão uma renda básica. O custeio da RBI ficará por conta do Tesouro Nacional.

No segundo pilar estarão aqueles que contribuírem para a previdência, e receberão pelo INSS uma aposentadoria de R$ 550,00 (valor mínimo) a R$ 1.650,00 (valor máximo). Como todos terão direito ao RBI, o benefício total, para os que terão pelo menos 40 anos de contribuição, será de, no mínimo, R$ 1.100,00 e máximo de R$ 2.200,00. Para se aposentar, além da idade mínima de 65 anos, o trabalhador deverá ter contribuído por pelo menos 40 anos. Mulheres com 2 filhos ou mais terão que contribuir por 35 anos, como reconhecimento da dupla função que desempenham. A regra de cálculo do benefício do segundo pilar será proporcional ao tempo de contribuição para a previdência. Se contribuiu por 1 ano, será de 1/40 e assim por diante. Hoje, no Brasil, a renda média do trabalhador é de R$ 2.200,00. Isso significa que o novo sistema proporcionará aos 75% de trabalhadores que ganham até R$ 2.200,00 uma reposição integral da sua renda quando se aposentarem.

No terceiro pilar, a Nova Previdência ganha outra característica, que é o da capitalização. Será direcionado para os 25% de brasileiros que se encontram no topo da pirâmide social do país. Para quem recebe acima de R$ 2.200,00,  pelo menos 30% dos depósitos no FGTS serão redirecionados para contas individuais de capitalização compulsória.  A conta do FGTS na nova previdência será vinculada ao CPF dos indivíduos e ganhará portabilidade automaticamente. Os recursos serão geridos por instituições especializadas, de livre escolha dos indivíduos. Uma parte dos recursos se destinará também à contratação de seguro  para o caso de morte e invalidez antes da aposentadoria.

Os depósitos do FGTS na Nova Previdência inicialmente formarão um pequeno fundo individual, correspondente a 3 salários de cada pessoa, que substituirá o atual seguro desemprego. O atual sistema permanecerá como está para os que já estão no mercado de trabalho e não desejarem fazer a opção pela nova proposta. O estoque de recursos do FGTS também permanecerá sendo gerido nas mesmas bases atuais.

Todos os novos militares e funcionários públicos estarão incluídos nesse terceiro pilar porque a Nova Previdência é um sistema único. Os que ganham menos que R$2.200,00 continuarão a operar suas contas de FGTS nos moldes atuais. Para eles, as regras para saque do FGTS permanecerão iguais (compra da casa própria, demissão involuntária, etc.).

O quarto pilar é a previdência complementar voluntária, nos moldes dos planos de previdência privada existentes atualmente.

CUSTO DA TRANSIÇÃO 

O argumento para a resistência à adoção de uma Nova Previdência tem sido o chamado custo de transição. Pelas simulações realizadas a transição se torna viável. O modelo de repartição é, sem dúvida, ótimo quando se tem muito mais jovens contribuindo do que idosos recebendo benefícios. No entanto, o Brasil está em quadro demográfico de envelhecimento da população, e o modelo de repartição não se sustenta mais, isoladamente.

De acordo com a proposta, ao longo do tempo, a contribuição para a previdência sobre a folha de pagamentos poderá ser gradativamente reduzida, até corresponder, em 50 anos, a 5% para os indivíduos (sobre o teto de R$ 2.200,00) e 5% para as empresas. Significará uma redução considerável de encargos e um estímulo ao emprego e à formalização. Atualmente, a contribuição total de empresas e trabalhadores chega a corresponder a 31% da folha de pagamentos, e não é suficiente para cobrir o déficit, mesmo que se faça uma reforma paramétrica.

Com a Nova Previdência, os nascidos a partir de 2005 que entrarem no mercado de trabalho recolherão 8% dos seus salários até o teto de R$ 5.600,00 de hoje. Recolherão também uma alíquota adicional de até 3% para equalizar suas contribuições com as dos trabalhadores que estão no velho sistema. As empresas recolherão 20% sobre o valor integral dos salários. Com o tempo, à medida que o sistema antigo se reduzir, as alíquotas de contribuição serão gradativamente reduzidas. Quando o sistema antigo desaparecer e houver apenas a Nova Previdência, as alíquotas deverão ser de 5% para os trabalhadores até R$ 2.200,00 e 5% para as empresas, aplicada sobre o salário integral. Comparadas às alíquotas e aos tetos de incidência de hoje, percebe-se o enorme alívio que a nova previdência trará ao mercado de trabalho. Para quem ganha até R$ 2.200,00, nada muda, seja na contribuição ou no futuro benefício, pois os segurados estarão sob o regime geral, com o modelo de repartição.

Haverá necessidade de um fundo de transição, já plenamente previsto nos artigos 249 e 250 da Constituição, para ajudar no custeio do antigo modelo de previdência e apressar a redução das alíquotas de contribuição. A proposta é que esse fundo seja composto por 40% dos recursos arrecadados pelo PIS e que hoje se destinam ao BNDES. A arrecadação anual do PIS está em torno de R$ 60 bilhões, de modo que o fundo da transição terá uma receita anual, originária dessa fonte, da ordem de R$ 24 bilhões. O fundo poderá receber ainda ativos da União e dos entes federativos. Já se prevê a criação de fundos imobiliários reunindo imóveis de propriedade da União para reforçar o fundo de transição. Recursos da União provenientes da exploração de reservatórios de petróleo e gás na camada do pré-sal também poderão igualmente reforça-lo.

Especialmente em relação ao FGTS, não haverá interferência sobre o estoque de recursos e nas regras para os já presentes no mercado de trabalho.  No entanto, para os entrantes que estarão compulsoriamente ou optarem por aderir ao pilar 3, além de pelo menos 30% dos depósitos do FGTS se destinarem à capitalização das contas individuais da nova previdência, a multa rescisória paga pelas empresas no caso de demissão sem justa causa não mais se destinará a ao demitido. O valor será recolhido ao Tesouro, que, por sua vez, destinará os recursos para a formação do fundo individual compulsório, substituto do seguro desemprego, equivalente a até três salários, daqueles que ganham até R$ 2,2 mil. A iniciativa contribuirá para redução da rotatividade no mercado de trabalho. As empresas continuarão igualmente punidas em caso demissão, mas o trabalhador não se sentirá mais tentado a forçar uma demissão com objetivo de receber o valor da multa.

Os trabalhadores que ganham acima de R$ 2,2 mil  acumularão em seus fundos de capitalização os recursos originários do FGTS. Com esse fundo, na data de elegibilidade o trabalhador será capaz de comprar uma renda vitalícia complementar de forma a obter uma aposentadoria maior do que os R$ 2,2 mil que ele terá com os pilares 1 e 2. Quanto mais destinar de recursos do FGTS para esse fundo maior será o nível de reposição de renda que obterá, vis a vis o salário que tinha quando estava em seu período laboral. Por exemplo, um trabalhador que tenha salário médio de contribuição próximo de R$ 3 mil, conseguirá obter a reposição integral deste mesmo salário, destinando aproximadamente 60% do seu FGTS para o pilar 3 (considerando o somatório das rendas originadas pelos 3 pilares).

Já um brasileiro cujo salário médio seja de R$ 4 mil ao longo de sua vida profissional, também conseguiria reposição próxima de 100% do seu salário, destinando, neste caso, a totalidade do FGTS para o pilar 3. Se alteramos o salário para R$ 5,6 mil, valor próximo do atual teto do que passará a ser chamado de “velho sistema”, o benefício de aposentadoria equivaleria a cerca de R$ 4,6 mil, destinando também 100% do FGTS para formação do fundo do pilar 3, uma reposição bastante significativa de cerca de 80% da renda que obtinha quando de seu período laboral.

Como se pode notar o sistema proposto para a Nova Previdência adota como premissa central a lógica da justiça social, proporcionando reposição maior de renda, na aposentadoria, para os trabalhadores que têm rendas menores, e exigindo maior esforço de poupança, incluindo a possibilidade de poupança voluntária no pilar 4, para os trabalhadores de salários mais elevados.

REFORMA PARAMÉTRICA 

A criação da Nova Previdência está associada a uma reforma paramétrica do modelo atual.  De acordo com a proposta cerca de 13 milhões de pessoas serão afetadas pela reforma entre 2020 e 2060, ou seja, apenas 6% da população brasileira atual.

INSS – Para os que estão no Regime Geral de Previdência Social, a proposta prevê uma idade mínima de 57 anos para a aposentadoria para homens e 52 para mulheres. A cada dois anos, a idade mínima será acrescida de um ano, até chegar a 65 anos. Para os professores, categoria que hoje tem direito a um regime especial, a idade mínima seria de 56 anos (homens) e 51 (mulheres), mas convergindo, com o tempo, para os 65 anos, segundo a mesma regra de transição (um ano a mais para cada dois anos). Vale frisar que as pessoas que se aposentam por tempo de contribuição o fazem hoje aos 55 anos e até antes disso. Para cálculo do valor da aposentadoria valerá o fator previdenciário (e não mais haverá a opção pela regra 95/85).

Quanto às pensões, as sugestões permeiam em 60% do valor da aposentadoria, acrescentando-se 10% por dependente, até o limite do valor da aposentadoria.

RPPS – Para o Regime Próprio de Previdência dos Servidores, o projeto propõe a adoção da idade mínima de 61 anos para homens e 56 para mulheres (hoje é 60 e 55), com a mesma regra de acréscimo de um ano a cada dois e também o aumento na alíquota de contribuição de 11% para 14%.

A reforma paramétrica proporcionará uma economia da ordem de R$ 1 trilhão no período de 2020 a 2029. O déficit do RGPS, de R$ 3 trilhões, poderá encolher em R$ 700 bilhões, e o do RPPS, de R$ 1,7 trilhão, encolherá em R$ 300 bilhões no período e estímulos (especialmente tributários) para seu incremento.

IMPACTO FISCAL 

Os ganhos sociais, políticos e econômicos de uma reforma estrutural da previdência serão enormes para a sociedade brasileira. É a oportunidade de se ampliar a transparência e a boa governança do sistema. De se promover mais distribuição de renda para a base da pirâmide. E de justiça social pelo fim dos privilégios, com adoção de um sistema previdenciário único para todos. Para a economia, o impacto positivo é imensurável, pela formação de poupança, tanto compulsória como voluntária.

Poupança esta que o Brasil precisa para impulsionar o investimento e o desenvolvimento e que não precisará mais ser destinada ao financiamento do déficit do setor público.

Além disso, por se tratar de uma solução definitiva para a previdência, removerá incertezas dos horizontes de potenciais investidores, reduzirá o risco de crédito para o país, e, em consequência, as taxas de juros. Os gestores terão de ser ainda mais eficientes para se habilitarem às licitações públicas para a gestão dos recursos da Nova Previdência. Reduzirá os encargos sobre a folha de salários para as empresas, e aumentará a receita líquida dos assalariados. Reduzirá a rotatividade da mão de obra, estabilizando mais o mercado de trabalho e contribuirá para o crescimento da produtividade dos trabalhadores. Finalmente, deixará as pessoas e suas famílias menos inseguras em relação às suas próprias finanças no futuro.

Fonte: Revista Apólice