Contratação de seguro ainda é incipiente em pequenas empresas

Contratação de seguro ainda é incipiente em pequenas empresas (PME)

Segmento apresenta tímido crescimento apesar de sua importância para a sustentabilidade do negócio

Uma empresa paulistana que fabrica transformadores elétricos há mais de 25 anos tem contratado o seguro patrimonial do negócio desde a abertura. “Trabalhamos com materiais muito visados, como alumínio e cobre. Por isso, contratamos apólices há mais de 20 anos. Inicialmente era apenas contra roubo e incêndio, mas fomos acrescentando coberturas, como danoelétrico e até queda de aeronave. É improvável, mas não impossível”, conta o diretor da empresa. Apesar da importância de segurar o negócio contra possíveis sinistros (eventos externos que podem prejudicar os bens materiais do negócio) e também do Decreto 61.867/1967, que obriga pessoas jurídicas a contratarem seguro contra incêndio, este exemplo ainda é pouco comum entre os micro e pequenos empresários.

Segundo o Sebrae-SP, o segmento ainda apresenta tímido crescimento no número de contratações, apesar de sua importância para a sustentabilidade do negócio. “Esse é um produto barato, mas os empresários não o conhecem. O seguro de responsabilidade civil garante uma cobertura para gastos judiciais, caso um cliente fique insatisfeito com o serviço da sua empresa”, diz um consultor. O valor da apólice deve fazer parte dos gastos básicos inseridos no plano de negócio, antes mesmo da abertura da empresa.

“Existem muitos fatos que fogem do controle e podem fazer o empreendedor não ter fôlego para reagir. Há vários exemplos, como imprevistos com carros da empresa, com a carga ou até mesmo um acidente com funcionários. E o pequeno que faz tudo sozinho vai ser afetado diretamente nas finanças e na estabilidade da empresa caso algo aconteça. O seguro patrimonial é um suporte para estes imprevistos”, completa o consultor.

Atualmente, o Brasil possui mais de 6 milhões de empresas. Deste total, cerca de 20% são pequenas e médias empresas e 70% delas não tem qualquer tipo de seguro. Um número muito aquém do desejável e que coloca em risco o futuro das operações que representam a principal força motriz da economia brasileira.

O seguro ainda é visto pelos empresários como uma despesa e não como uma proteção ao próprio negócio e aos anseios de crescimento.

Produtos

As pequenas e médias empresas tem características e necessidades específicas em suas diferentes atividades. Por esta razão, as principais seguradoras do mercado estão redefinindo suas estratégias, customizando produtos e adequando seus preços para atender as mais diversas atividades do setor.

Atualmente, as seguradoras oferecem vários tipos de produtos com especificações para diferentes tipos de negócios e seus respectivos riscos, contemplando as particularidades de cada um. As coberturas variam desde eventos externos, como incêndio, explosão e fumaça, pane elétrica causada pela queda de raios, riscos atribuídos aos funcionários, perdas financeiras inesperadas até a cobertura de pagamento de aluguel ou mesmo, o reembolso por danos causados a terceiros, como é o caso do seguro de responsabilidade civil.

O diretor da empresa de transformadores afirma que em mais de 20 anos nunca precisou usar o serviço, mas não se arrepende de contratá-lo. “É melhor do que ser pego de surpresa.” O consultor do Sebrae-SP também ressalta que o seguro não é investimento, mas pode garantir a perenidade da empresa.