Setor Óleo e Gás e o Mercado de Seguros.

Na próxima semana, entre os dias 24 e 27/9, teremos uma nova edição da Rio Oil&Gas que este ano terá como foco a transformação digital e os ambientes de inovação do setor petroleiro. Além das sessões técnicas e especiais do Congresso e dos Fóruns com temas variados da indústria, a área da Exposição do evento também irá oferecer um espaço exclusivo, chamado de Oil&Gas TechWeek, onde será possível discutir tendências, tecnologias, inovações, desafios e demandas do setor.

A Rio Oil&Gas é o maior evento de óleo e gás da América Latina e é promovido, a cada 2 anos, pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) que reúne representantes nacionais e internacionais da cadeia produtiva do setor. Também participam do evento instituições científicas e tecnológicas que colaboram com as empresas da área de desenvolvimento de tecnologias.

O setor de seguros está com elevada expectativa de retomada do setor de óleo e gás devido ao volume de prêmios que são gerados pela indústria, direta e indiretamente. Depois de quase cinco anos, a crise na indústria petroleira brasileira e a queda nas cotações internacionais da commodity, as perspectivas estão melhorando e os próximos anos podem ser bastante positivos.

Em recente reportagem sobre a matéria num dos jornais de grande circulação do país, alguns executivos do ramo de seguros deram a sua opinião sobre o potencial de expansão esperado diante das estimativas de crescimento da indústria e da retomada dos leilões. Tivemos 5 leilões desde 2017 até o momento e, ainda é esperado uma nova oferta para este ano.

Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), as 68 áreas arrematadas até agora vão gerar um investimento mínimo de US$ 3,5 bilhões, ou seja, mais de R$ 14 bilhões, apenas na fase inicial de exploração. A ANP estima ainda um total de RS$ 300 bilhões em desembolsos diretos pelas petroleiras ao longo da vigência dos contratos e potencial de arrecadação fiscal em torno de R$ 1,2 trilhão.

Ainda de acordo com os executivos do mercado de seguros, o potencial de prêmios emitidos para os 68 blocos arrematados, apenas na modalidade de Riscos de Petróleo, que cobre equipamentos e instalações diretamente relacionadas à produção, prospecção e perfuração, além de áreas de armazenamento em terra, marítimas e dutos, pode alcançar R$ 765 milhões. Isso, sem contar a cadeia de fornecedores que inclui navios de apoio, mergulhadores, transporte aéreo e serviços.

Apesar das perspectivas demonstrarem um sinal de retomada do segmento de seguros de riscos de petróleo, ainda vai demorar, pelo menos, uns dois anos para que os resultados comecem, de fato, a refletir a retomada da atividade de exploração. A indústria precisa de tempo entre o momento da assinatura dos contratos até efetivar suas projeções de investimento.

De acordo com recente levantamento liderado por uma empresa que analisa tendências na área de infraestrutura, há uma mudança positiva na saúde do setor prevista a partir de 2016. Em 2015, houve 12,2 mil fechamentos de empresas contra 8,8 mil aberturas. No ano seguinte, a quantidade de estreantes se manteve igual, mas os encerramentos caíram para 3,8 mil. Em 2017, a situação se inverteu: houve crescimento do número de novas companhias para 9,4 mil enquanto o término de atividade atingiu 4,1 mil.

A mudança das regras ocorridas no ano passado, principalmente, pelo fato da Petrobras não ter mais que atuar como única operadora do pré-sal, além das exigências do conteúdo local, aumentou a atratividade do setor de óleo e gás no Brasil e deve funcionar como catalisador para o segmento de seguros nos próximos anos.

O término dessa compulsoriedade para a Petrobras permitiu a entrada de novas empresas. A ExxonMobil, por exemplo, depois de quase duas décadas ausente do país, elevou sua participação de dois para 25 blocos. Chevron, BP e Qatar Petrol são outras gigantes que fizeram sua estreia no pré-sal. Sem contar, o aumento da presença das principais petroleiras do mundo, como Equinor, Petrogal, Repsol, Shell e Total.

Por fim, a ANP divulgou um calendário de rodadas que prevê leilões até 2021. A agência aprovou em junho um sistema de oferta permanente, que consiste na venda contínua de campos e blocos devolvidos (ou em processo de devolução) e de blocos não arrematados em licitações anteriores. O programa pretende reunir 2 mil blocos disponíveis até o fim de 2019.

Fonte:  Valor Econômico