A diversidade influencia seu ambiente corporativo?

Toda empresa disposta a ter um impacto positivo na vida das pessoas e oferecer um bom ambiente de trabalho precisa estar conectada com seu próprio tempo, com o presente, com as percepções, anseios e demandas legítimos da sociedade em que está inserida, e em meio à qual atua. Isso é importante para a “saúde emocional corporativa”.

Uma das demandas mais presentes atualmente é o reconhecimento da existência, a promoção e a valorização da diversidade – com todos os inúmeros aspectos que este conceito pode abranger. Empresas que concordam com esta demanda acreditam que uma equipe diversa, com pessoas de diferentes perfis e histórias de vida, resulta em um ambiente de trabalho mais inclusivo, plural e inovador, contribuindo efetivamente para o negócio.

Mas o verdadeiro respeito à diversidade vai além das necessidades do negócio. É, antes de tudo, uma visão sobre as pessoas, uma questão de se a empresa realmente se importa com elas, se acredita que uma de suas responsabilidades é contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

A resposta parece simples: sim, uma empresa sintonizada com seu tempo tem e assume essa responsabilidade, exatamente porque a sociedade que ajuda a construir – e também a que reflete “da porta para dentro” – é a mesma com que terá de lidar ao comercializar seus produtos e serviços.

Se todas as pessoas são diversas, todos somos singulares, e tudo que cada pessoa pode agregar à comunidade – inclusive a uma empresa – é único. Como se sabe, o que é único, por ser raro, quase sempre é valioso. Mas por mais que consideremos nossa sociedade desenvolvida, civilizada, evoluída, nela persistem conceitos e preconceitos que provocam prejuízo profissional e pessoal, além de sofrimento emocional, em quem é atingido por eles.

Houve tempo em que a expressão e a manifestação desses conceitos eram bem menos visíveis e até mais toleradas, às vezes silenciosamente, pela sociedade. Mas o mundo está em constante evolução, e com a explosão dos meios de comunicação, marcadamente os digitais, ampliou-se a percepção de que todos os seres humanos são dignos de respeito. É um avanço.

Existem, claro, grandes debates acadêmicos e não acadêmicos sobre o tema, grande parte deles – talvez a maioria – marcada por extremismos ideológicos que, em vez de aproximar e unir as pessoas, reforçam o antagonismo entre grupos diferentes, a ponto de estimular e até mesmo gerar violência, infelizmente não só verbal.

A repercussão tem sido tanta que há tempos o assunto saiu das bolhas da Internet, entrou na pauta de grandes veículos de comunicação e, não raramente, confunde quem, de boa vontade, tenta aprender a lidar com essas questões de modo mais lúcido e moderado. É uma preocupação crescente entre os gestores, até porque muitas empresas têm desenvolvido políticas internas oficiais de diversidade e inclusão, em parte por medo de represálias, em parte para se mostrarem conectadas com a causa – com frequência, artificialmente.

Um líder que deseje legitimamente abraçar a diversidade em sua empresa precisará necessariamente estudar muito, conduzir-se com cautela, desconfiar de todas as ideologias e filtrar as várias tentativas dos radicais de consertar as injustiças do mundo por meio da culpabilização de quase todos que expressam uma opinião divergente. A prática parece ter revelado que isso é capaz de piorar o problema.

Certamente não é possível, e talvez nem seja desejável, promover a diversidade tentando reproduzir na empresa exatamente a composição étnica, de homens e mulheres, de faixas etárias, orientações sexuais, características físicas e infinitas outras possibilidades de “classificar gente” que existem na sociedade.

Provavelmente, o caminho mais saudável e produtivo é exatamente o inverso: pensar na diversidade como o ato de acolher e valorizar cada indivíduo pelo que pode oferecer, como profissional e como pessoa, independente dessas vagas e insuficientes classificações. Parece ser um bom começo para um líder iniciante no tema.

Fonte
www.sanofi.com.br