Você fuma e não sabe.

Respirar no ar poluído das cidades equivale a alguns cigarros/dia.

Há décadas se fala da necessidade de reduzir a emissão de gases poluentes em função da preservação do meio ambiente e de várias espécies de animais ameaçadas - pauta cada vez mais presente, em tom de urgência, em matérias de TV, mídia impressa, plataformas digitais. Mas grande parte da discussão, além de dar como certa a definição tecnicamente discutível de CO2 como poluente - e ter quase como uma de palavra de ordem “salvar o planeta” - frequentemente ignora os impactos da poluição sobre uma espécie bastante relevante: a nossa.

A discussão sobre como classificar o CO2 é válida porque, sem ele, não haveria o oxigênio que respiramos (O2), resultado daquele processo de transformação realizado pelas plantas que todos aprendemos na escola - a fotossíntese. Ou seja, sem gás carbônico (nome mais usado antes que sua respectiva fórmula química contribuísse para a fama de vilão), nada de ar, nem de alimentos. E a superfície da Terra seria gelada. Seria então o CO2 o gás da morte - ou da vida? Ou ambos? Dependemos dele para respirar, comer e não morrer congelados, mas em excesso ele também é capaz de aquecer o planeta de modo a nos ameaçar?

Essa discussão intensa e apaixonada, na qual há menos consenso do que se imagina, com certeza continuará a ser travada por ativistas e cientistas por muito tempo - anos, no mínimo. Mas em áreas altamente urbanizadas há muitas outras fontes de poluição, essas sem qualquer sombra de dúvida, do que a emissão (antropogênica ou não) de CO2. Uma delas é o monóxido de carbono. É ele, o monóxido de carbono (fórmula CO), e não o dióxido de carbono (CO2), um dos gases tóxicos que saem dos escapamentos dos veículos nos grandes centros urbanos.

E ele não está sozinho: anda na má companhia dos hidrocarbonetos (HC), aldeídos (CHO), óxidos de nitrogênio (NOx), óxidos de enxofre (SOx) e de material particulado, entre outros - inclusive emitidos por atividades industriais, comerciais e outras necessidades impostas pela realidade econômica. Estudos relativamente recentes indicam que a exposição prolongada a esses poluentes tem sobre a saúde o efeito equivalente a fumar 4 ou 5 cigarros por dia. Quanto maior o tempo de exposição, maiores são os efeitos nocivos, por isso pessoas que vivem nas periferias sofrem mais, pois ficam mais tempo em trânsito.

Se fumar um único cigarro, por querer, já é prejudicial à saúde, imagine fumar um punhado por dia, sem querer e quase sempre sem saber. Estima-se, por exemplo, que nos anos pré-pandemia cerca de 12% das internações por causas respiratórias em São Paulo podiam ser atribuídas à poluição, que também responderia por 4.000 mortes prematuras/ano. Na avaliação praticamente unânime dos especialistas em saúde, entre os males provocados e/ou relacionados ao problema estão provavelmente doenças cardiovasculares, como ataque cardíaco e AVC, e quadros respiratórios, como alergia, bronquite, asma e enfisema pulmonar.

É bom que se diga que se diga que não é expor-se à poluição urbana ocasionalmente que provoca os quadros mais severos - embora certamente não faça bem. É a exposição crônica do dia a dia, durante meses ou anos, que vai minando a saúde, por ir “depositando” aos poucos (mas cumulativamente) no organismo substâncias e partículas responsáveis por alterações fisiológicas importantes e maléficas. É até mesmo intuitivo que respirar um ar “sujo” constantemente pode comprometer a saúde de uma pessoa. Vale a pena reforçar: em grandes centros urbanos, estamos todos fumando involuntariamente!

Como não dá para “cancelar” as cidades, nem fazer que os poluentes desapareçam da atmosfera em curtíssimo prazo, o que fazer, então? Mudar-se para municípios menores ou áreas menos urbanizadas, com menos trânsito e atividades econômicas, principalmente industriais, é opção para poucos - e preferência só de alguns. Para quem precisa ou decide ficar, um bom começo é fazer algo no plano individual, com impacto na qualidade de vida coletiva. Em outras palavras, fazer sua parte.

Alguns exemplos: priorizar o transporte coletivo em vez do transporte individual, sempre que possível (menos carros nas ruas = menos poluentes no ar); separar o lixo reciclável do lixo orgânico (lixões a céu aberto também são grandes poluentes urbanos); preservar, promover e reivindicar mais áreas verdes na cidade (as árvores funcionam como uma espécie de “filtro” contra a poluição); mobilizar-se por maior rigidez na regulamentação e fiscalização de atividades francamente poluidoras (como em muitas áreas da indústria); preocupar-se mais (ou pelo menos tanto quanto) com o saneamento básico que beneficia a saúde das pessoas do que com a onça do Pantanal ou o mico-leão-dourado.

Tudo isso não exatamente para “salvar o planeta” - que continuará a existir, acredite, independente de nossa presença nele - e sim para melhorar, diretamente, a qualidade de vida das pessoas, cada um de nós e aqueles que vivem ao nosso lado: nossa família, nossos vizinhos, colegas de trabalho, compatriotas e concidadãos. Nossos idosos e crianças. Se realmente quisermos fazer algo pela Terra, e aproveitar toda a beleza e riqueza que ela nos oferece, precisamos, primeiro, salvar a nós mesmos.

 

Fontes
www./cetesb.sp.gov.br
www.educacaoautomotiva.com
www.em.com.br
www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude
www.g1.globo.com/sp/sao-paulo/verdejando
ww.revistagalileu.globo.com


O Junho Vermelho ainda não acabou: vamos doar?

No blog anterior, contamos que a data de 14 de junho foi definida pela OMS como Dia Mundial do Doador de Sangue em reconhecimento a Karl Landsteiner (14/06/1868 – 26/06/1943), Nobel de medicina que descobriu os grupos sanguíneos (A-B-O) e o fator RH (+/-), tornando as transfusões de sangue seguras, e que ele também cunhou o termo “anticorpo”. É como desdobramento disso que existe o Junho Vermelho, mês dedicado a lembrar o valor e a importância da doação de sangue.

Hoje complementamos nossa abordagem sobre esse gesto solidário, voluntário e altruísta. Ao realizá-lo, a pessoa doa uma pequena quantidade do próprio sangue para ajudar a salvar a vida de quem se submete a tratamentos e intervenções médicas de grande porte e complexidade, como transplantes e outras cirurgias. Muitas vezes, a transfusão de sangue é a única esperança de vida para o paciente: o sangue é insubstituível, impossível de fabricar artificialmente e sem ele, claro, não é possível viver. Tem sempre alguém precisando da doação.

Doar é um procedimento totalmente seguro: o volume coletado é de aproximadamente 450 ml, fração muito pequena do total de sangue de um adulto, mas pode salvar até 4 vidas. Esse volume é reposto naturalmente pelo organismo em cerca de 24h e o doador não se expõe a nenhum risco de contaminação, pois todo o material utilizado é estéril e descartável. A doação não engorda nem emagrece, não “afina” nem “engrossa” o sangue ou afeta a saúde de qualquer outra forma.

Para garantir ainda mais a segurança da doação, existem alguns requisitos básicos, adotados no Brasil em alinhamento com padrões internacionais:
– Estar em boas condições de saúde;
– Ter entre 16 e 69 anos;
– Pesar no mínimo 50kg;
– Estar descansado, tendo dormido pelo menos 6h nas 24h anteriores;
– Estar alimentado, evitando alimentação gordurosa nas 4h anteriores;
– Apresentar documento de identificação original com foto recente, emitido por órgão oficial (RG, CNH etc.).

Existem também certos impedimentos, boa parte deles temporários:
– Aguardar 7 dias após desaparecimento dos sintomas de um resfriado;
– Aguardar 90 dias após um parto normal e 180 dias após uma cesariana;
– Estar amamentando, se o parto ocorreu há menos de 12 meses;
– Ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas anteriores;
– Ter feito tatuagem, micropigmentação etc. há menos de 12 meses;
– Ter realizado procedimentos endoscópicos há menos de 6 meses;
– Ter feito extração dentária ou tratamento de canal há menos de 7 dias;
– Ter tomado a vacina contra gripe ou covid-19 há menos de 48 horas.

Outras restrições de caráter definitivo (como ter tido hepatite ou ser portador de certas crônicas) ou relacionados a riscos associados a certas regiões (onde há alta incidência de doenças como malária e febre amarela, por exemplo), podem ser consultadas em sites específicos sobre o tema e esclarecidas pelos profissionais de saúde presentes no momento da doação.

Mas tudo isso só ressalta a segurança e o cuidado envolvidos na doação de sangue, tanto para com o doador como para o receptor – 1 em cada 10 pacientes internados necessitam de transfusão e/ou componentes do sangue doado, inclusive vítimas de acidentes de trânsito e queimaduras, hemofílicos e bebês prematuros.

O objetivo maior é manter os estoques de sangue sempre abastecidos, e o Junho Vermelho é um merecido período de destaque para essa necessidade humanitária. Estamos nos últimos dias do mês, mas ainda dá tempo de doar inspirado e motivado por essa ação.

Mas lembre-se: exercitar a generosidade com seu próprio sangue é um ato nobre que pode, e precisa, ser realizado em qualquer época do ano.

Fontes:
https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-sangue
http://www.prosangue.sp.gov.br/
https://www.doesanguedoevida.com.br/razoes-para-doar-sangue


Às mulheres, o melhor.

Inclusive na área de seguros.

Sim, mulheres e homens são diferentes. Por mais que os radicais dos movimentos identitários e do politicamente correto insistam em negar – inclusive tentando estabelecer pronomes “neutros” de uso quase obrigatório, sob pena de graves acusações de preconceito, especialmente no ambiente das redes sociais – as evidências científicas são esmagadoras. As vivências do dia a dia também.

Mas essas diferenças não se restringem, claro, aos aspectos “exteriores” do homem e da mulher. Há diferenças importantes, e bem documentadas por estudos, no funcionamento cerebral entre os dois sexos, com efeitos relevantes sobre o comportamento.

Não se está dizendo aqui que os drives biológicos são inescapáveis na definição de papéis sociais e escolhas pessoais. A questão é que, na grande maioria dos casos, as diferenças entre homens e mulheres são bastante identificáveis em aspecto e comportamento. E que, sem dúvida, isso pode ser benéfico para a mulher. Ela merece.

O momento de reconhecer esse valor é hoje, agora – e sempre. Sabendo do poder que têm, desejamos que elas façam valer como nunca sua condição feminina, exigindo as melhores opções até conseguir soluções adequadas às suas necessidades – em tudo. Em nossa área também. Quanto mais mulheres seguras, melhor.

Às mulheres que sabem seu valor – e junto daqueles que sabem dar valor às mulheres – nós damos a você, mulher, parabéns pelo dia de homenagear a si mesma. Desejamos que cada uma perceba sua própria importância e receba também a nossa homenagem.

Ampliar essa consciência é uma excelente forma de celebrar o Dia Internacional da Mulher.


Coisas que você não sabia sobre o carnaval

Quem curte e quem não curte a folia carnavalesca acaba sendo de alguma forma atingido por ela – quando ela existe e mesmo nesse ano, em que foi oficialmente cancelada.

Termos como blocos, cordões, escolas de samba, desfiles e quesitos tornam-se quase onipresentes em pautas de TV, rádio, jornais e, sim, também nas redes sociais.

Mas mesmo quem não aprecia do reinado de Momo talvez ache interessante entender um pouco mais como se organiza essa que, goste-se ou não, é uma das principais manifestações culturais do nosso país.

Concentremo-nos em dois, por assim dizer, protagonistas dessas pautas: o bloco e a escola de samba. Muita gente – quase todo mundo, talvez – não sabe qual a diferença entre ambos (embora possa intuir, baseado no que vivência).

Tratamos aqui de uma classificação fundamentada, mas um tanto informal, que não reflete por completo documentos oficiais dos poderes públicos nem das agremiações de uma coisa e de outra.

Pois bem: o bloco é uma manifestação de rua, relativamente espontânea e informalmente organizada, em que os membros geralmente (mas nem sempre) usam algum tipo de uniforme para poder ser identificados, desfilam em espaço público e cantam várias canções, que podem variar bastante de acordo com a tema adotado.

Os integrantes de um bloco podem até tocar instrumentos, o que quase nunca é obrigatório, e existem mesmo agremiações em que o principal do som vem de gravações e equipamentos eletrônicos. Além disso, com poucas exceções, o desfile tem intenção puramente recreativa, não competitiva.

Já a escola de samba, embora tenha o mesmo caráter de manifestação popular, é uma agremiação organizada, na qual existem alas, que têm fantasias específicas, e durante o desfile há uma canção oficial a ser cantada: o famoso samba-enredo, que conta uma única história, necessariamente refletida nas fantasias e carros alegóricos presentes na apresentação.

Mas talvez a principal diferença da escola de samba é que conceitualmente ela é criada em torno da bateria, na qual precisam estar incluídos, obrigatoriamente, vários tipos de instrumentos. A bateria, portanto, é elemento fundamental, constitutivo, e tem de tocar o tempo todo, com componentes têm exclusivamente essa função. Outra coisa, evidente, mas que não custa apontar: o que a bateria toca tem de ser um samba. Pois é o samba que, numa bela figura de linguagem, “irradia” a agremiação em torno de si, ideia que também se reflete na palavra “escola”. E, claro, as escolas de samba desfilam com intuito competitivo.

Nesse carnaval atípico, imposto pela pandemia, provavelmente não é o melhor momento de pensar em seguros, pessoais ou corporativos. Porque mesmo com as festas que criam aglomerações tendo sido canceladas, ou proibidas, muitos querem aproveitar esse gap quase tradicional no ano brasileiro para descansar e relaxar – ou talvez brincando de alguma forma virtual.

Por mais que haja a tentação de sair e aglomerar-se, seja na avenida ou num canto qualquer menos visado da cidade, esse ano a melhor forma de “seguro” é ficar em casa ou inventar uma forma alternativa, sem riscos, de brincar a festa.

Quando a batalha contra a covid-19 estiver vencida, aí sim, poderemos, todos, fazer folia.