Gestão de Saúde e os Impactos da Sinistralidade no Mundo dos Negócios

Um workshop SICCS

Contexto e relevância
No dinâmico ambiente empresarial de hoje, a gestão eficaz da saúde dos colaboradores é mais do que uma prática benéfica - é uma necessidade estratégica. Compreender e gerenciar a sinistralidade nos planos de saúde empresariais/corporativos pode ser o diferencial para um desempenho financeiro robusto e um ambiente de trabalho saudável.
Foi exatamente este o tema tratado no workshop especial que a SICCS realizou no último dia 24 de junho, um encontro que reuniu especialistas do setor para discutir como uma gestão eficaz pode influenciar positivamente os custos associados aos planos de saúde corporativos e melhorar a qualidade de vida dos colaboradores. Veja, a seguir, os principais tópicos abordados no evento

Entendendo a sinistralidade
A sinistralidade é um conceito-chave no gerenciamento de planos de saúde, pois mede a relação entre o custo dos sinistros (utilização do plano de saúde) e o prêmio pago pela empresa à operadora. Uma alta sinistralidade pode levar a aumentos significativos nos custos de renovação dos contratos de saúde. Para líderes da área de RH, compreender e gerenciar a sinistralidade é crucial, porque afeta não só o orçamento de benefícios, mas também a qualidade do que é oferecido e o engajamento dos colaboradores.

Causas da alta sinistralidade
Durante nosso workshop, foram mencionadas algumas das causas mais comuns para a alta sinistralidade nos planos de saúde empresariais, indicadas a seguir.
Desconhecimento do benefício - Muitos colaboradores não têm informações claras sobre o uso correto do plano de saúde, o que pode levar à utilização inadequada.
Utilização indevida - O uso desnecessário de consultas e procedimentos aumenta os custos gerais.
Ausência de hábitos saudáveis - A falta de hábitos como alimentação adequada e a prática de exercícios físicos pode resultar em maior utilização dos serviços de saúde.

Impactos no orçamento das empresas
A alta sinistralidade pode ter efeitos severos no orçamento das empresas, especialmente num cenário de crescimento contínuo do mercado de Saúde Suplementar, que passou de 47 milhões de beneficiários em setembro de 2020 para 509 milhões em setembro de 2023, com projeções para atingir 523 milhões até o final de 2024. Esse aumento nos custos pode afetar diretamente a competitividade das empresas, especialmente em setores em que a margem de lucro é estreita.

Estratégias para gerenciar a sinistralidade
Os especialistas presentes no workshop discutiram várias estratégias para gerenciar e reduzir a sinistralidade. Confira, a seguir, as principais.
Promoção de saúde e qualidade de vida - Implementar programas que incentivem hábitos saudáveis e promovam o bem-estar dos colaboradores pode reduzir a necessidade de serviços médicos.
Investimento em segurança no trabalho - Melhorar a segurança no ambiente de trabalho ajuda a prevenir acidentes e doenças ocupacionais, diminuindo o uso do plano de saúde.
Análise de procedimentos e custos - Monitorar e analisar os procedimentos mais utilizados pode ajudar a identificar e eliminar práticas desnecessárias ou ineficazes.
Gestão de casos crônicos - Acompanhamento, de perto, de colaboradores com problemas de saúde crônicos ou que utilizam frequentemente o plano de saúde pode ajudar a controlar os custos.
Tecnologias de análise preditiva - Utilizar ferramentas de análise preditiva para antecipar tendências e necessidades de saúde dos colaboradores.

Casos de sucesso
No evento, foram apresentados dois exemplos de sucesso:
1 - Uma associação de classe que focou na gestão de riscos para um grupo com alta sinistralidade, obtendo uma significativa redução dos custos após a implantação de um modelo de gestão personalizado;
2 - Uma empresa de tecnologia que enfrentava altos custos com uma população jovem e foi beneficiada por ações preventivas e de promoção de saúde, diminuindo assim sinistralidade.

Conclusão
A gestão eficaz da saúde é um componente crucial para manter os custos sob controle e garantir que os benefícios oferecidos sejam sustentáveis e valiosos para todos os envolvidos. E investir em programas de qualidade de vida, segurança no trabalho e tecnologias de gestão pode proporcionar benefícios significativos tanto para os colaboradores quanto para as empresas.
Além de fornecer excelentes soluções para atingir esses objetivos, a SICCS promove, por meio de iniciativas como esse workshop, o amadurecimento e a inovação do mercado de seguros, ajudando os empreendedores a se preparar para liderar mudanças capazes de acelerar os resultados de cada negócio.


Como as empresas voltarão a operar no Rio Grande do Sul?

Entenda o que é um Plano de Continuidade de Negócios.

Diante da devastação que todos testemunhamos com as enchentes históricas no Rio Grande do Sul - na qual, claro, a maior perda é a de vidas e histórias pessoais - é plausível que também surja, na mente dos empreendedores, a seguinte pergunta: como as empresas que operavam na região poderão se recuperar? A resposta é mais um aprendizado que se pode tirar dessa triste tragédia.

Trata-se do que o mercado chama de Plano de Continuidade de Negócios (PCN), um documento detalhado que descreve o que, e como, uma organização deve fazer para continuar operando durante e após uma interrupção inesperada - como a catástrofe natural que se abateu sobre o Rio Grande do Sul. O objetivo principal de um PCN é minimizar o impacto de desastres como esse e garantir que as operações críticas possam ser mantidas ou rapidamente retomadas.

Entre os benefícios de um bom PCN estão a resiliência organizacional (resistência que permite à empresa continuar operando), a proteção de dados (minimizando a perda e exposição de informações sensíveis), a confiança do cliente (pela demonstração de que a empresa está preparada para lidar com emergências) e a conformidade legal (porque há exigências regulamentadas de medidas de continuidade).

Veja, a seguir, alguns elementos fundamentais de um PCN:

- Análise de Impacto nos Negócios (BIA)
Identificação de funções críticas - Determina quais processos são essenciais para as operações da empresa;
Impacto de interrupções - Avalia as consequências de interrupções em diferentes áreas da empresa;
Tempo de recuperação necessário - Define quanto tempo uma função pode ficar fora do ar antes de causar impacto significativo;
Objetivos de ponto de recuperação - Especifica a quantidade máxima de dados que a empresa está disposta a perder.

- Estratégias de Recuperação
Recuperação de TI - Planos para restaurar sistemas de TI, dados e redes;
Operações alternativas - Procedimentos para mover operações para um local alternativo se o local principal for inacessível;
Comunicação - Estratégias para manter comunicação com colaboradores, clientes e fornecedores durante uma interrupção.

- Planos de Resposta a Incidentes
Procedimentos de emergência - Instruções claras sobre o que fazer imediatamente após um incidente;
Equipe de resposta a incidentes - Lista de pessoas responsáveis por executar o PCN, com detalhes de contato e responsabilidades específicas;
Protocolos de comunicação - Diretrizes sobre como e quando comunicar incidentes e atualizações para partes interessadas internas e externas.

- Testes e Manutenção
Testes regulares - Programação de testes para garantir que o plano funcione conforme esperado;
Atualizações e revisões - Processos para revisar e atualizar o plano regularmente, refletindo mudanças na organização ou no ambiente externo;
Treinamento - Programas de treinamento para colaboradores sobre suas responsabilidades no plano de continuidade.

- Documentação de Suporte
Recursos e contatos - Lista de recursos necessários, como fornecedores alternativos e contatos de emergência;
Mapas de infraestrutura - Diagramas das instalações e sistemas críticos;
Contratos e acordos - Documentos relevantes, como contratos de fornecedores de recuperação e seguros.

Vale reforçar: o PCN deve ser regularmente revisado e testado para garantir sua eficácia, pois trata-se de um instrumento vital da gestão de riscos e da resiliência organizacional, garantindo que a empresa possa superar e prosperar após eventos inesperados.

No momento oportuno, falaremos mais sobre gestão de riscos e contratação de seguros, elementos fundamentais de um PCN adequado. Mas você pode discutir esses conceitos e sua aplicação prática com nossos especialistas na hora que quiser. O melhor que se pode fazer diante de uma tragédia já consumada é aprender com ela.

 

Fontes
www.fia.com.br
www.abrasco.org.br
www.welcome.atlasgov.com
www.iso27000.com.br
www.cnnbrasil.com.br
www.portal.tcu.gov.br


Gestão de riscos: a primeira linha de defesa

O aprendizado que pode vir do Rio Grande do Sul.

“Aquecimento global” e “mudança climática” são conceitos que precisam ser considerados com seriedade, mas não aceitos ou mencionados de forma acrítica. Do modo como vêm sendo tratados por boa parte de veículos informativos e/ou formadores de opinião, ambos os termos passaram a fazer parte de uma espécie de galeria de “fatores estruturais”: algo que está sempre lá e influencia tudo que acontece na realidade, mesmo que “não pareça” ou que não saibamos explicar exatamente “como”.

Este tipo de premissa é considerado falso por intelectuais bastante respeitáveis – e, diga-se de passagem, que tudo que alguém exige que se aceite sem discussão já precisa ser visto com desconfiança por quem deseja exercer uma cidadania consciente. Assim, a tragédia que  se abateu sobre nossos irmãos brasileiros no Rio Grande do Sul pode ser considerada, sim, uma catástrofe natural, mas não uma “tragédia climática”.

Primeiro, porque a palavra “clima” se refere a fenômenos de longo prazo, não necessariamente a pontos fora da curva que acontecem em momento e contexto específicos. Segundo, porque, para que a tragédia seja racional e tecnicamente atribuída à emissão de gases resultantes da atividade humana, é preciso demonstrar a causalidade, algo que está longe de acontecer de forma madura devido ao caráter recente dos acontecimentos. Há quem diga até que o desastre era, em grande medida, previsível, mas isso é bastante diferente de saber explicar suas causas.

Porém, se há uma lição que podemos aprender agora, imediatamente, com a triste devastação que todos temos visto na televisão e na Internet diariamente, é a importância da gestão de riscos. Parece razoável dizer que certas instâncias governamentais, ao menos em certas regiões do país, precisam urgentemente conhecer e pôr em prática esse conceito, minimizando os efeitos de desastres que agora lamentam publicamente e frente aos quais soam impotentes. A seguir, exploramos o tema de mais de uma perspectiva, abrangendo as esferas pública e privada.

Importância da gestão de riscos
A gestão de riscos é essencial para identificar, avaliar e mitigar os impactos potenciais de catástrofes naturais. Este processo envolve a análise dos diversos riscos que podem afetar a comunidade e as empresas e a implementação de estratégias para minimizar esses impactos. A gestão eficaz dos riscos não só protege o patrimônio público e os ativos da empresa, mas também promove a segurança de cidadãos e colaboradores, assim como a normalidade social do cotidiano (esfera pública) e a continuidade das operações (esfera privada).

Continuidade de negócios e resiliência organizacional
Um plano de continuidade de negócios (PCN) é fundamental para assegurar que uma empresa possa continuar operando mesmo após a ocorrência de uma catástrofe natural. Este plano deve incluir procedimentos detalhados sobre como responder a diferentes tipos de desastres, desde tempestades e inundações até terremotos e incêndios florestais. O PCN deve ser regularmente revisado e testado para garantir sua eficácia. É indispensável que o poder público tenha um plano equivalente para a comunidade (que, claro, não será “de negócios”, mas uma das atribuições das instituições de Defesa Civil).

Diferenças entre riscos seguráveis e não-seguráveis
Quando se trata de catástrofes naturais, é importante distinguir entre riscos seguráveis e não-seguráveis. Riscos seguráveis são aqueles que podem ser cobertos por uma apólice de seguros, como danos materiais e interrupção de negócios devido a eventos específicos. Já os riscos não-seguráveis são aqueles que não podem ser facilmente cobertos por seguros tradicionais, como perdas de mercado ou danos à reputação da empresa. Compreender essa diferença é crucial para a elaboração de uma estratégia abrangente de gestão de riscos.

Seguros adequados para proteger o seu negócio
Um programa de seguros adequado é parte vital da preparação para catástrofes naturais. Este programa deve ser cuidadosamente estruturado para cobrir todos os riscos seguráveis identificados na análise de risco. Além disso, é importante trabalhar com uma corretora de seguros experiente, que possa ajudar a encontrar as melhores apólices e coberturas. Um bom programa de seguros oferece uma rede de segurança financeira que pode ser crucial para a recuperação após um desastre.

Sintetizando...
Preparar-se para catástrofes naturais é uma responsabilidade crítica para qualquer governo e empresa. Por meio de uma gestão de riscos eficaz, da implementação de um plano de continuidade de normalidade social e de negócios, da compreensão dos riscos seguráveis e não-seguráveis e da criação de um programa adequado de seguros, comunidades e empresas podem aumentar sua resiliência e capacidade de recuperação. Investir tempo e recursos nessas áreas não é apenas uma medida de precaução, mas uma estratégia essencial para garantir a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo, tanto da gestão pública quanto da gestão do negócio.

Podemos ajudar
A SICCS tem o preparo técnico, a experiência e a visão de global que permitem identificar e indicar as melhores soluções de seguro para episódios como esse que vem mobilizando o Brasil. Informar sobre as possibilidades de proteção e disponibilizar nossa expertise também são formas de nos solidarizar com todos que vêm sofrendo, direta e indiretamente, com os fatos.


Para saber como ajudar o Rio Grande do Sul com doações, veja a matéria anterior, aqui mesmo em nosso blog.


Fontes
www.fia.com.br
www.abrasco.org.br
www.estado.rs.gov.br
www.agenciabrasil.ebc.com.br
www.portal.tcu.gov.br