Setembro tem mais uma cor: vermelho
Mês de conscientização sobre doenças cardiovasculares
O Setembro Vermelho foi idealizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) para estimular a conscientização sobre os cuidados com a saúde cardíaca e a prevenção de doenças cardiovasculares. O mês foi escolhido para a campanha porque 29 de setembro é o Dia Mundial do Coração, data definida em 2000 pela Federação Mundial do Coração, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), também visando a promover iniciativas em favor da saúde cardíaca em escala global.
“Doenças cardiovasculares” é uma expressão relativamente genérica que abrange um conjunto de problemas que atingem o coração e o sistema vascular (nossa rede de vasos sanguíneos). Embora algumas dessas doenças possam ser congênitas - ou acontecer como consequência de infecções por vírus, fungos e bactérias - normalmente elas surgem com a idade, frequentemente relacionadas a um estilo de vida com hábitos prejudiciais à saúde, como alimentação rica em gordura e falta de atividade física, por exemplo.
Tecnicamente, os problemas do coração se encaixam na categoria de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que constituem o principal conjunto de causas de morte em todo o mundo: 70% do total, (cerca de 40 milhões). Aproximadamente 45% de todas as mortes por DCNT são causadas por doenças cardiovasculares, ou seja, algo em torno de 17 milhões de óbitos.
No Brasil, dados relativamente recentes indicam que o cenário nacional reflete em certa medida o contexto global: mais de 70% das mortes são causadas por DCNT. Entre essas, 30% resultam de doenças cardiovasculares. Por exemplo, de acordo com o Ministério da Saúde, mais 300 mil indivíduos/ano sofrem infarto agudo do miocárdio no país, com óbito em cerca de 30% dos casos.
Existem muitas doenças cardiovasculares, com variados sintomas e níveis de gravidade - não é à toa que a cardiologia é uma das especialidades médicas mais exigentes e valorizadas. Seria, é claro, impossível e improdutivo falar de todos os males do coração. neste texto. Vamos, portanto, mencionar algumas das mais comuns, o que não representa qualquer hierarquia em termos de relevância e prevenção: todas têm de ser vistas e tratadas com o mesmo cuidado, até porque elas podem ser fatores de risco umas para as outras.
- Hipertensão - Elevação crônica da pressão arterial acima do patamar estatístico definido como normal ou de baixo risco - igual ou ligeiramente inferior a 120x80 mmHg. Pode ter muitas causas: envelhecimento, sedentarismo, excesso de peso, entre várias outras. A hipertensão não controlada é fator de risco para outros males cardiovasculares, como infarto do miocárdio e AVC. Um dos problemas da hipertensão é que normalmente não causa sintomas: para identificá-la, é preciso medir a pressão arterial regularmente.
- Infarto agudo do miocárdio - O popular “ataque cardíaco” é uma ocorrência, não uma doença crônica. Acontece quando a passagem de sangue para o coração é interrompida, na maioria das vezes devido ao acúmulo de gordura nas artérias que levam ao órgão. Requer tratamento de urgência, que quando prestado nos primeiros minutos após o evento tem grande chance de evitar o óbito.
- Acidente vascular cerebral (AVC) - Ainda chamado popularmente de “derrame”, ocorre quando os vasos sanguíneos que fornecem sangue ao cérebro ficam obstruídos ou se rompem, resultando em falta de oxigenação do órgão. É uma das principais causas de óbito e incapacidade permanente no mundo todo. Requer tratamento de urgência, que quando prestado nos primeiros minutos após o evento tem grande chance de evitar morte e sequelas.
- Insuficiência cardíaca - Enfraquecimento do músculo cardíaco, que passa a ter dificuldade para bombear o sangue com a eficiência necessária para abastecer todo o organismo. É uma doença muito comum e bastante grave, mais comum em pessoas que possuem hipertensão arterial não controlada.
- Arritmia cardíaca - Alteração anormal dos batimentos cardíacos, que podem se tornar mais rápidos, mais lentos ou fora de um ritmo regular. Pode ser causada por doenças cardíacas congênitas, doença de Chagas, valvulopatias ou anemia, entre outros.
A prevenção de doenças cardiovasculares se baseia num receita quase universal de saúde: adoção de um estilo de vida mais... saudável, envolvendo melhora da qualidade da alimentação, prática regular de atividade física e busca do bem-estar emocional.
Até a conclusão desta matéria, a campanha Setembro Vermelho não dispunha de um site oficial para concentrar informações sobre o tema de forma mais completa e detalhada. Mas uma simples busca por esses termos, ou palavras diretamente relacionadas (como “doenças do coração” ou “cardiovasculares”, por exemplo), permite encontrar um grande número de resultados em sites de instituições médicas confiáveis - engajamento que mostra quanto essa causa é importante para o setor de saúde.
Se o leitor quiser se aprofundar no tema - inclusive para cuidar de seu próprio coração, e estimular outras pessoas a fazê-lo - não terá dificuldade de encontrar conteúdos relevantes. Sugerimos que os procure, leia e entenda. Além, é claro, de adotar as boas práticas de vida que eles sugerem. É para isso mesmo que existe a campanha: informação e conhecimento são o primeiro passo para a prevenção.
Fontes
www.hcor.com.br
www.hospitalsiriolibanes.org.br
www.ccr.med.br
www.portal.cardiol.br
www.tuasaude.com