Por que deixamos de perceber certos riscos?
O leitor já deve ter vivido ou presenciado a seguinte experiência: ao se arrumar, uma pessoa coloca perfume em determinada quantidade e se dá por satisfeita; algumas horas depois, acredita que o perfume “está fraco” e reforça a aplicação; para ela, o aroma volta a ficar “no ponto”, mas para quem está em volta o cheiro está forte demais, muitas vezes incômodo, talvez insuportável. Qual a explicação?
Acontece que nossos sentidos - o olfato inclusive - servem para nos relacionarmos com o mundo, mais diretamente com o ambiente à nossa volta, e a natureza nos dotou de certos “alarmes”, em nome da sobrevivência. Assim, os cheiros “novos” ou “recém-chegados” que sentimos transmitem para o cérebro a informação de que há algo diferente no ambiente. Uma vez a informação registrada, o estímulo tende a ser, digamos, “atenuado” em nosso sistema (no caso, mesmo que as moléculas de perfume no ar permaneçam no mesmo nível por um tempo). Claro que isso varia com a natureza e intensidade do cheiro.
Mas o ponto aqui é que um mesmo estímulo, contínuo e relativamente invariável, deixa de ser percebido - ou seja, torna-se inconsciente. Outra forma de dizer isso é afirmar que nossa percepção entra numa espécie de “modo automático” em relação àquilo. Processo semelhante acontece, por exemplo, quando estamos aprendendo a dirigir. No começo, direção, marcha, pedais, proporção do carro e ronco do motor são informações demais para administrarmos. Com o tempo e com a prática, boa parte do processo se torna automática (portanto, inconsciente), a menos que o veículo dê algum sinal (estímulo) inesperado, como um ruído diferente ou um solavanco.
Outro bom exemplo desse processo é - para os mais velhos que chegaram a conhecer esse dispositivo - o tic-tac de um relógio despertador movido “a corda”. Introduzido no ambiente, o ruído repetitivo pode incomodar, mas depois de um tempo parece que não está mais lá: torna-se parte do cenário sonoro e nosso cérebro tende a ignorá-lo. A não ser que desviemos de propósito nossa atenção para o objeto ou ele realmente nos desperte com um som inesperado - como o clássico “trimmm!”, que existe para isso mesmo.
E o que isso tem a ver com riscos corporativos? Bem, praticamente tudo - ou pelo menos muito. Um problema crônico ou uma falha muito “assimilada” num processo viciado tendem a deixar de ser percebidos, e portanto a ser ignorados pela equipe. Deixam de ser um alerta para o cérebro, embora continuem sendo um risco para a empresa. Algo que “está sempre lá”, ou um fator qualquer que “funcionou sempre assim” acabam se tornando fragilidades negligenciadas, não necessariamente por má-vontade ou incompetência dos colaboradores, mas porque nosso cérebro, por um processo biológico e metabólico de economia de energia, hierarquiza a informação, jogando para uma espécie de segundo plano, ou pano de fundo, o que não é mais “novidade”. Os novos inputs têm prioridade...
Claro que o treinamento para rever continuamente os pontos críticos dos processos de um negócio reduzem a possibilidade de falhas e a incidência de imprevistos, mas nem todas as empresas fazem isso, ou por não dispor de mão de obra suficiente, ou por não contar com profissionais com a expertise necessária. Sem falar nos truques que o cérebro pode pregar, ao manter meio “apagada” uma determinada informação par alguém que faz o mesmo tipo de checagem/avaliação várias vezes e rotineiramente.
É aí que fica evidente o benefício do serviço dos especialistas em riscos. Além do preparo técnico adequado, da experiência com variados tipos de negócios e de métodos que evitam as “pegadinhas” da percepção humana, cada nova empresa avaliada é um novo universo a ser explorado, minuciosamente analisado por um olhar com o frescor que só um profissional com vivências diversas pode ter.
Na SICCS, temos especialistas em riscos capazes de farejar de longe qualquer ameaça, imediata ou potencial, ao seu negócio. Não fique esperando o tic-tac do relógio: conte com o olhar sempre atento de quem vê tudo com um olhar analítico sempre renovado pelo ineditismo de cada caso e pela variedade de experiência. Com a nossa equipe, é a segurança, e não o risco, que passa a fazer parte da sua rotina.