Abril Azul: diferentes quadros de autismo.

Como dissemos no blog anterior, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) envolve manifestações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai de mais leve a grave, todas em algum grau relacionadas a dificuldades de comunicação e relacionamento social.

Cada um desses quadros apresenta características ao mesmo tempo específicas e abrangentes e ficamos de dar detalhes sobre eles numa matéria complementar, que é a de hoje. Veja, a seguir, as diferentes classificações do TEA segundo o quadro clínico.

Autismo clássico - O grau de comprometimento pode variar muito, mas de maneira geral os indivíduos são voltados para si mesmos, não estabelecem contato visual com as pessoas nem com o ambiente e conseguem falar, mas não usam a fala como ferramenta de comunicação. Podem entender enunciados simples, mas apenas o sentido literal das palavras, não compreendendo metáforas, duplo sentido etc. Nas formas mais graves, demonstram ausência completa de contato interpessoal, repetem movimentos estereotipados sem muito significado e apresentam deficiência mental importante.

Autismo de alto desempenho - Também chamado de Síndrome de Asperger, seus portadores apresentam as mesmas dificuldades dos outros autistas, mas em medida bem reduzida. São verbais e inteligentes, a ponto de ser confundidos com “gênios”, porque são impressionantemente bons nas áreas do conhecimento em que se especializam. Quanto menor a dificuldade de interação social, mais conseguem levar uma vida próxima à normal.

Distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação - Neste quadro, representado pela sigla DGD-SOE, considera-se que os indivíduos estão dentro do espectro do autismo (apresentam dificuldades de comunicação e de interação social), mas os sintomas não são suficientes para incluí-los em nenhuma das categorias específicas do transtorno, o que torna o diagnóstico muito mais difícil.

Há não muito tempo, o autismo era considerado uma condição rara, que atingia uma em cada 2.000 crianças. Hoje, as pesquisas mostram que uma em cada 100 crianças pode ser diagnosticada com algum grau do TEA, que afeta mais os meninos do que as meninas. Algumas pesquisas indicam uma incidência ainda maior.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre o Transtorno do Espectro Autista, aproveite que o Abril Azul é um mês de conscientização sobre o tema e compartilhe essas informações. E, depois que abril acabar, faça o mesmo sempre que achar que esse conhecimento pode ser relevante para alguém que você conhece.

Quanto mais gente receber informação de qualidade sobre o autismo, maiores as chances de que as pessoas que o apresentam sejam tratadas sem preconceito e possam se integrar socialmente, para ter uma vida plena. Como dissemos no artigo anterior, elas também têm o direito de realizar todo seu potencial, que em muitos casos pode muito bem ser diferente do “normal”, mas que merece ser tão respeitado, valorizado - e estimulado - quanto o nosso.

 

Fontes:
www.pebmed.com.br
www.drauziovarella.uol.com.br
www.einstein.br


Abril Azul: mês de conscientização sobre o autismo.

Depois que os meses começaram a ser associados a cores, e cada cor utilizada para reforçar que seu respectivo mês é temático para uma determinada causa, normalmente de saúde, alguns meses ficaram vinculados a mais de uma cor e pelo menos uma cor ficou associada a mais de um mês - e um tema. É o caso da cor azul, utilizada em novembro para trazer à tona como tema o câncer de próstata, mas também agora, em abril, para estimular a conscientização sobre o autismo. É dele, o autismo, que vamos falar hoje.

Na área de saúde, o que popularmente chamamos de autismo é tecnicamente chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e abrange diferentes condições, marcadas por perturbações do desenvolvimento neurológico e com 3 características fundamentais, que podem se manifestar juntas ou isoladamente: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e uso da imaginação para lidar com elementos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo.

O TEA também pode ser chamado de desordem do espectro autista, porque envolve manifestações muito diferentes umas das outras, numa gradação (daí a ideia de espectro) que vai de mais leve a grave. Mas todas estão, em algum grau, relacionadas a dificuldades de comunicação e relacionamento social. De acordo com o quadro clínico, o TEA pode ser dividido em autismo clássico, autismo de alto desempenho e distúrbio global do desenvolvimento sem outra especificação.

Cada um desses quadros apresenta características ao mesmo tempo específicas e abrangentes, e nosso artigo ficaria muito extenso se tentássemos explicá-las todas aqui hoje. Por isso, voltaremos ao tema para mais detalhes ainda em abril. A intenção do presente artigo é comunicar a existência e relevância do tema e a associação do mês de abril com a causa. Além disso, alertar para o fato de que as pesquisas mais recentes indicam que o TEA pode ser muito mais frequente do que se pensa e que quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhor a evolução do paciente.

As alterações no desenvolvimento são mais percebidas após 2 anos de idade, mas muitas vezes podem ser identificados nos primeiros 12 meses. Até o momento, não se conhece cura para o TEA, por isso também não existe tratamento padrão que possa ser aplicado em todos os casos. Cada indivíduo exige acompanhamento individualizado, idealmente conduzido por uma equipe profissional multidisciplinar e no qual é fundamental a participação de pais e familiares.

O Abril Azul, assim como nosso texto de hoje, também têm como objetivo combater o preconceito com os autistas, que segundo muitos especialistas e ativistas dedicados ao tema - assim como familiares de pessoas que manifestam o transtorno - é muito presente e frequente na sociedade em geral. A iniciativa tem como base a expectativa, e a esperança, que com mais informação sobre o TEA as pessoas que o apresentam sejam cada vez mais integradas socialmente, para assim ter uma vida plena, em que seja possível realizar todo seu potencial - que pode ser diferente do nosso, mas merece ser igualmente reconhecido, respeitado e estimulado.

 

Fontes
www.pebmed.com.br
www.drauziovarella.uol.com.br
www.einstein.br