Desafios e oportunidades.
Uma forma um tanto poética de se referir ao aspecto grisalho de uma pessoa mais velha é dizer que ela tem os cabelos prateados. Indivíduos dessa faixa etária são ao mesmo tempo um desafio e uma oportunidade para o mercado de seguros.
Uma pesquisa sobre esse público sênior realizada pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNSEG) buscou entender como o mercado brasileiro trabalha com ele e também a experiência internacional, em busca de insights para as seguradoras.
Foram levantados aspectos relacionados a produtos, serviços, análise de informação, subscrição, ações de comunicação, idade máxima na contratação do seguro, distribuição dos clientes por faixa etária e programa de contratação de funcionários.
Analisando EUA, China, Japão, Alemanha e Chile – este representando a América do Sul – observou-se que todos esses países, mesmo com suas grandes variações culturais, econômicas e de modelos previdenciários, terão de lidar com as consequências da maior longevidade da população: menos gente pagando por cada vez mais benificiários vivendo por mais tempo.
“O estudo mostra que as seguradoras, inclusive aqui, devem ter estratégias para atender ao consumidor que envelhecerá nos próximos anos ou décadas. Esse público, enquanto ativo e independente, tem poder de compra e alguns deles podem se dar ao luxo de gastar um pouco mais. O mercado segurador precisa estar atento à cadeia de valor que surge em seu entorno e aos riscos específicos de cada atividade”, destaca Antonieta Scarlassari, líder do Grupo de Trabalho responsável pela pesquisa.
O modelo privado americano de saúde, por exemplo, estimula a criação de empresas dedicadas aos idosos, abrindo um leque de oportunidades para o seguro, com soluções que tranquilizem cuidadores, reduzam riscos de acidentes e enfermidades e, por fim, assegurem maior segurança, independência e qualidade de vida ao público sênior.
Em várias partes do mundo, também pode-se observar uma rede de apoio em torno dos idosos, que incluem condomínios específicos com arquitetura adaptada e atendimento médico mais acessível, equipamentos urbanos para atividade física e lazer, centros de aprendizado, entre outros.
No estudo de 73 páginas, talvez o principal aprendizado para as seguradoras – as deles e as nossas – seja seguir os bons exemplos públicos e privados já disponíveis: desenvolver soluções amigáveis aos idosos, considerando o fato inevitável de que são uma faixa de consumidor cada vez mais relevante, que muitos são ativos, independentes e têm até maior poder de consumo, movimentando em torno de si toda uma cadeia de negócios.
Ou seja, desenvolver estratégias para aproveitar as oportunidades de ouro geradas por essa crescente economia prateada.
Fontes:
https://www.fenacor.org.br/noticias/estudo-aponta-novas-oportunidades-e-desafios
https://cnseg.org.br/radio/painel-economico-populacao-senior-movimenta-a-economia.html