Já há algum tempo se popularizou nas redes sociais o termo “shipar”  (derivado bem livre da palavra em inglês “relationship”, que significa relacionamento) para descrever a percepção ou torcida sobre a formação de um casal. É comum que esse casal seja descrito, a partir de então, pela combinação de partes dos nomes que quem o compõe: “Brumar” é apenas um exemplo (Bruna + Neymar).

É até compreensível que no contexto da pandemia, que entrou em seu 3º ano, o hábito tenha se estendido do bastante superficial mundo das celebridades para a importantíssima área da saúde: “shiparam” a influenza e o novo coronavírus, dando ao quadro em que as duas infecções se combinam o estranhíssimo nome de “flurona”.  À parte o exotismo do termo recém-criado, é muito relevante nesse momento ter boas informações sobre essa bi-infecção.

Como consequência de haver dois tipos de vírus, é possível que a pessoa apresente, ao mesmo tempo, sinais e sintomas das duas doenças. A infecção por dois vírus não é uma situação rara, principalmente em períodos em que existe circulação de doenças de fácil transmissão e com elevados número de casos, como é o caso da covid-19 e da gripe. Apesar de se ter duas infecções simultâneas, isso não significa, necessariamente, que é uma situação mais grave.

Mas, ao mesmo tempo, é importante lembrar que cada uma das duas doenças, mesmo sozinhas, pode provocar quadros graves, internações e até óbitos, principalmente em indivíduos mais vulneráveis, como idosos, transplantados e pessoas com outras condições preexistentes, como problemas cardíacos, hipertensão descontrolada, asma etc.

Por isso também, claro, é importante ter todos os cuidados para evitar transmitir os vírus para outras pessoas, sendo recomendado permanecer em isolamento por pelo menos 7 dias, ou de acordo com orientação médica.

Os principais sinais e sintomas de “flurona” são febre, tosse, respiração mais rápida e curta, falta de ar, dor muscular; dor de cabeça, dor ao engolir, nariz entupido. O maior problema é que esses mesmos sintomas podem ser ocasionados por apenas um dos 2 vírus isoladamente, o que complica muito o diagnóstico puramente clínico.

Por isso, na presença desses sinais, é importante procurar atendimento médico, para que sejam feitos exames capazes de verificar se o quadro é de influenza, de covid-19 ou de “flurona”. Em caso de suspeita de uma, da outra ou de “flurona”, é recomendado seguir todas as orientações das autoridades de saúde.

E, sim, isso significa, pelo menos por mais um tempo, que vacinados, bivacinados, trivacinados, já contaminandos e recuperados – e também que não teve nehuma das duas doenças – continuem a fazer uso de máscaras faciais, a higienizar e lavar as mãos regularmente, evitar ambientes com maior concentração de pessoas e pouca circulação de ar.

A tão citada resiliência, conceito caro ao mundo corporativo, nunca foi tão importante, dentro e fora dele. Vamos continuar nos cuidando. Agora que, apesar das idas e vindas, podemos ver sinais de sucesso no combate à pandemia, ninguém precisa se arriscar a encontrar o casal “flurona” pela frente.

Fontes
https://www.tuasaude.com/covid-e-influenza/
https://www.bbc.com/portuguese/geral-59916884