Uma grande ação de comunicação capaz de elevar as vendas às alturas pode ser rápida, precisa e eficazmente sabotada de forma remota, impedindo não só o faturamento previsto com o alto investimento nessa divulgação específica como também o valor de mercado da empresa atingida – coisa de muitos milhões, talvez bilhões. Teria sido mera coincidência de datas entre a ação de comunicação e o ciberataque ou uma estratégia bem coordenada?

No sábado, 19/02, a rede de lojas Americanas fez uma grande ação publicitária – em casos como esse, “dentro” da atração, conhecida como merchandising – num dos programas de maior audiência da TV aberta, o BBB 22. No dia seguinte, domingo, 20/02, os sites de e-commerce da Americanas e o Submarino (este segundo também controlado pela primeira) saíram do ar. No início da tarde desta segunda, 21/02, o site Shoptime, pertencente ao grupo, ficou inativo. Os respectivos aplicativos também foram atingidos. Estima-se que as perdas em vendas sejam de cerca de R$ 220 milhões – até agora.

E o prejuízo não para por aí: no 1º dia útil seguinte ao ataque, a Americanas enfrentou um recuo de 6,61% em suas ações, uma queda de valor de mercado na casa de R$ 2 bilhões. Embora as lojas físicas da rede tenham permanecido funcionando, algo como 2/3 do faturamento da empresa vêm do comércio digital, o que significa que nem de longe as compras presenciais podem compensar as que não serão realizadas on-line. Ou seja, o cibercrime paralisou um gigante, como fez, há pouco tempo, com outro, o próprio país, quando atingiu os bancos de dados do Ministério da Saúde. Há outros exemplos…

Do ponto de vista do cibercriminoso, quanto mais importante for o momento para a empresa-alvo, maior será o prejuízo provocado. É, portanto, bastante plausível pensar que o ataque hacker tenha ocorrido logo após o merchandising na TV por mais que mera coincidência. Além da perda financeira direta, devido às já citadas vendas não realizadas e à queda das ações no mercado, pode haver um grande prejuízo indireto, causado pela perda de credibilidade nas operações de e-commerce da empresa. Ações da bolsa quase sempre se recuperam, se o investidor for sábio, já a desconfiança numa grife de e-commerce pode ser mais difícil e demorada de contornar.

Parte da queda nos serviços se deve a medidas preventivas tomadas pela própria empresa, “interditando” seus servidores, numa reação para preservar os dados pessoais de seus clientes. É um movimento necessário e responsável, mas não suficiente para aliviar muito o impacto sobre a imagem corporativa. Só com os desdobramentos dos fatos, nos próximos dias, será possível saber mais sobre a duração do problema, a extensão dos danos – e as intenções dos hackers.

Estamos falando de nada menos que a 3ª maior plataforma de comércio eletrônico do país. Para os cibercriminosos, um feito e tanto. Para as empresas em geral, grandes, médias e pequenas (a sua também…), um alerta. Como já dissemos aqui, hackers são gangues digitais muito bem organizadas, com alto conhecimento tecnológico, que têm o mesmo objetivo de outros criminosos: dinheiro/lucro ilícitos. Se ministérios de governo e gigantes da área de varejo são vulneráveis, o que dizer de negócios de menor porte e poder de investimento?

É importantíssimo e inadiável multiplicar os esforços para aumentar a segurança de suas operações digitais, sob pena de sofrer prejuízos irrecuperáveis. Não há outra linha de ação possível, senão combinar investimentos tanto em profissionais de cibersegurança qualificados como em tecnologia – especialmente sistemas capazes de identificar e neutralizar invasões rapidamente – e treinamento de colaboradores em protocolos preventivos, construído assim um programa robusto de segurança da informação.

Outra medida, já indispensável hoje, é contar com um Cyber Seguro, apólice específica para riscos cibernéticos que oferece cobertura referente à responsabilidade pelo vazamento de dados e eventuais prejuízos financeiros causados por ciberataques. A SICCS está apta, pronta e disposta a ajudá-lo nesse processo, oferecendo soluções que contemplem suas necessidades.

Porque não importa se o seu negócio está ou não diretamente ligado à área de varejo ou ao e-commerce: suas operações e seu faturamento não podem, em hipótese nenhuma, ficar fora do ar.

 

Fontes
https://economia.uol.com.br/noticias
https://www1.folha.uol.com.br/mercado
https://exame.com/bussola/protecao-de-dados-e-reputacao
https://www.infomoney.com.br
https://www.convergenciadigital.com.br
https://canaltech.com.br/seguranca