Mas ele pode ser vencido com consciência e prevenção.

Sem ignorar ou subestimar outras doenças, endêmicas ou epidêmicas, nem desconsiderar a inegável relevância de emergências sanitárias, é importante lembrar que o câncer é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil: em 2020, o número de novos casos foi de 522.212, com aproximadamente 260.000 mortes. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, no biênio 2020-2022 a expectativa é de 625.000 casos da doença por ano no país.

O câncer de pele não-melanoma deve ser o de maior incidência, seguido por câncer de mama e de próstata, cólon e reto, pulmão e estômago. A distribuição de casos varia conforme a região. Por exemplo, nas regiões Sul e Sudeste, há predominância na incidência de câncer de próstata e mama feminina, bem como o de pulmão e de intestino; na região Centro-Oeste, o câncer do colo do útero e de estômago são os mais incidentes; nas regiões Norte e Nordeste, o câncer de colo do útero e de estômago têm impacto importante, embora o de próstata e mama feminina também sejam recorrentes.

Sendo o câncer um problema de saúde pública, é indispensável que existam ações e políticas públicas para sua prevenção, controle e tratamento – assim como para a “pura e simples” promoção da saúde, que comprovadamente tem influência importante na redução do número de casos de vários tipos da doença. Em outras palavras, o estímulo a um estilo de vida saudável e ao autocuidado constante não só salva vidas – que é o principal – mas também pode poupar verbas públicas, evitando que o Estado arque com tratamentos mais caros.

Um bom exemplo são ações para estimular a conscientização e a redução dos riscos de desenvolvimento de câncer, com atitudes como:

Parar de fumar;
Fazer atividade física regularmente;
Combater o sobrepeso e a obesidade;
Vacinar-se contra HPV e hepatite B;
Ter uma alimentação saudável;
Fazer o rastreamento adequado para permitir o diagnóstico precoce.

Boa parte dessas medidas, já bem conhecidas e indicadas para prevenir quase todos os problemas de saúde, valem também para o câncer. Mas parece inequívoco quanto seria produtivo reforçar essas práticas, associando-as especificamente ao combate contra esse mal que, até alguns anos atrás, nem podia ter seu nome pronunciado sem provocar comoção (fenômeno ainda encontrado em certas regiões do Brasil, mais provável entre pessoas de gerações mais antigas).

Hoje, quando a medicina dispõe de armas comprovadamente eficazes contra a doença, em muitos casos com altos índices de cura, desmistificar o mal, mostrando que é possível combatê-lo, e vencê-lo, é uma estratégia em que todos ganham.

Vale aqui o que dissemos em artigo recente sobre doenças cardiovasculares: gestores que puderem promover ações de conscientização estarão contribuindo não só para sua própria produtividade e para a redução dos custos com benefícios de saúde, mas também para a criação de um ambiente saudável, que tem boas chances de exceder os limites corporativos, beneficiando a sociedade como um todo.

De todas as formas possíveis, estimule a conscientização internamente e em toda a sua cadeia de negócios: a informação, a prevenção e o tratamento são as melhores armas contra esse inimigo.

 

Fontes
www.ibcc.org.br/cancer/estimativas-2020-2022
www.inca.gov.br/numeros-de-cancer
www.realinstitutodeoncologia.com.br
wwww.saude.abril.com.br/medicina