Vamos falar sobre câncer de próstata?

Com o diagnóstico precoce, as chances de cura chegam a 90%. 

O início do penúltimo ano do mês é um bom momento para falar sobre um dos primeiros cuidados que todo homem precisa ter com a própria saúde: o combate ao câncer de próstata. O momento é ideal porque, numa iniciativa que felizmente a cada ano fica mais conhecida, este mês é dedicado ao tema (lembre-se que neste artigo consideramos somente os aspectos biológicos, não a complexa discussão sobre identidade de gênero).

Novembro Azul é derivado de um movimento que surgiu na Austrália, em 2003, e que acontece nesse mês porque 17 de novembro é o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. Hoje, tornou-se uma campanha anual realizada com o objetivo de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de próstata, uma doença grave e silenciosa, que evolui lentamente e quase sempre só provoca sintomas quando está em estágio avançado.

A idade é o principal fator de risco para o câncer de próstata, sendo esse tipo de neoplasia a de maior incidência em homens a partir dos 60 anos, assim como histórico familiar da doença antes dessa idade e obesidade para certos tipos histológicos. Destaca-se também a exposição a agentes químicos relacionados ao trabalho, responsável por 1% dos casos.

Estima-se que haverá, no Brasil, mais de 70.000 novos casos de câncer de próstata no triênio 2023-2025. Atualmente, a doença é a 2ª maior causa de óbito por câncer nos homens, confirmando sua relevância epidemiológica e a importância da conscientização sobre o tema. Felizmente, as estatísticas também indicam que, quando há o diagnóstico precoce, as chances de cura são de 90%. A melhor forma de identificar logo o surgimento da doença é realizar uma combinação entre um exame de sangue (PSA) e o toque retal.

É muito importante entender e aceitar que esse dois exames são complementares, tanto porque o PSA pode estar alterado por outros problemas da próstata não relacionados a um câncer quanto por ser possível que o exame de sangue esteja normal e mesmo assim haja um câncer. Cerca de 20% dos casos são diagnosticados somente na realização do exame de toque retal. Em nome da própria saúde, os homens precisam aprender a desvincular esse exame rápido (30s a 60s) de qualquer associação com sua orientação sexual. 

Homens com 45 anos e fatores de risco - como casos em homens da mesma família com menos 60 anos e cor negra (a doença é mais frequente em homens negros), entre outros - precisam realizar o exame de PSA e o toque retal regularmente a partir dessa idade. Homens com 50 anos ou mais, mesmo quando não há fatores de risco, devem procurar um médico, preferencialmente um urologista, para realizar os dois exames regularmente. Em ambos os casos, a frequência ideal será definida pelo médico.

O tratamento do câncer de próstata depende do estágio da doença, da idade do paciente e de seu estado de saúde. As abordagens mais comuns são a extração cirúrgica da glândula, a radioterapia e a terapia hormonal, isoladas ou combinadas. O tratamento precisa ser sempre individualizado, e de acordo com o tipo de câncer e a idade do paciente existe a possibilidade de fazer a chamada vigilância ativa, em que apenas se monitora a doença para fazer alguma intervenção quando, e se, necessário.

Vários especialistas acreditam haver forte relação entre uma menor incidência do câncer de próstata, e de formas mais graves da doença, e um estilo de vida mais saudável - que é sabidamente uma boa forma de evitar várias doenças. Por isso, além do cuidado permanente com a saúde da próstata, o homem pode se cuidar incorporando ao dia a dia uma alimentação saudável e equilibrada, atividade física regular, combate ao excesso de peso (um fator de risco já citado acima), ao tabagismo e ao excesso de álcool. 

Neste mês dedicado ao combate ao câncer de próstata, reforçamos o incentivo que já demos aqui mesmo em anos anteriores: informe-se, mobilize-se, supere o preconceito - ou estimule os homens que você conhece a superá-lo. Nosso argumento também é o mesmo, porque continua válido e muito forte: o diagnóstico precoce salva vidas.

 

Fontes
www.bvsms.saude.gov.br
www.gov.br/inca/pt-br
www.mundoeducacao.uol.com.br
www.oncoguia.org.br
www.saopaulo.sp.gov.br
www.uol.com.br/vivabem