Fraudes em seguros: como agem as quadrilhas
A recente reportagem exibida pelo Fantástico revelou um esquema alarmante que tem movimentado bilhões de reais no Brasil: quadrilhas especializadas estão forjando roubos, acidentes e até mortes falsas para receber indenizações de seguros.
Essas fraudes não só prejudicam as seguradoras, mas impactam diretamente o bolso dos segurados honestos, encarecendo as apólices e comprometendo a confiança no setor. A seguir, explicamos como funcionam esses golpes, quais os riscos envolvidos e como se proteger.
Como funcionam as fraudes em seguros?
Segundo investigações recentes, os criminosos atuam de forma organizada, muitas vezes contando com o apoio de comparsas como médicos, mecânicos, despachantes ou até mesmo funcionários de cartórios. Os principais tipos de golpes incluem:
- Morte forjada - O caso mais chocante envolve um homem que simulou a própria morte por afogamento, emitiu uma certidão de óbito falsa e tentou resgatar R$ 2 milhões em seguro. Ele foi localizado vivo dois meses depois. Casos semelhantes já ocorreram fora do Brasil, como o de John Darwin, no Reino Unido, que fingiu a própria morte em 2002 e foi descoberto apenas em 2007;
- Roubos simulados - Caminhoneiros e motoristas alegam assaltos que nunca aconteceram. Em alguns casos, a carga (ou o veículo) foi vendida anteriormente a receptadores. Segundo a Fides (Federação Interamericana de Empresas de Seguros), cerca de 14% a 15% dos sinistros no Brasil são considerados suspeitos;
- Acidentes inventados - Automóveis são propositalmente danificados ou “perdem o controle” em vias isoladas, tudo para simular uma batida que justifique o pedido de indenização;
- Carros-dublê e fotos adulteradas - Veículos são substituídos por modelos semelhantes ou têm suas fotos manipuladas digitalmente durante a vistoria online.
O impacto no mercado e para o consumidor
A fraude em seguros não é um crime sem vítimas. Mesmo quando o golpe é contra a seguradora, o prejuízo acaba repassado ao mercado como um todo. O resultado é:
- Aumento no valor das apólices;
- Redução de benefícios ou coberturas em contratos futuros;
- Desconfiança nas relações entre segurados e empresas.
A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) estima que mais de R$ 2 bilhões em pedidos suspeitos tenham sido registrados apenas no primeiro semestre de 2024. Em 2022, as fraudes chegaram a quase R$ 825 milhões, o que equivale a cerca de 16% dos sinistros analisados.
Como as seguradoras estão combatendo as fraudes
Diante desse cenário, as seguradoras estão investindo em tecnologia, inteligência artificial (IA) e parcerias com órgãos de investigação. As principais medidas incluem:
- Cruzamento de dados com registros públicos para verificar a veracidade das informações prestadas;
- Perícias técnicas aprofundadas, que avaliam danos físicos, documentos e circunstâncias do sinistro;
- Auditoria digital em imagens e documentos, para detectar padrões de fraude, como imagens duplicadas, localizações incompatíveis ou informações incoerentes;
- Monitoramento de padrões repetitivos, com algoritmos que cruzam dados de ocorrências semelhantes, participantes recorrentes e históricos suspeitos;
- Ferramentas baseadas em IA, capazes de analisar automaticamente fotos, documentos e perfis de comportamento em poucos segundos, facilitando a identificação de golpes com um nível de volume e precisão que seria impossível de atingir apenas com análise humana.
Além disso, denúncias anônimas feitas por cidadãos ou corretores de confiança - como os da SICCS - têm ajudado a identificar comportamentos suspeitos.
Como o segurado pode se proteger
Mesmo quem age de forma íntegra pode acabar envolvido involuntariamente em esquemas de terceiros. Por isso, é fundamental:
- Desconfiar de propostas “milagrosas” ou pessoas oferecendo ajuda para facilitar sinistros;
- Não aceitar emitir ou assinar documentos falsos;
- Exigir que todas as transações passem pelos canais oficiais da seguradora;
- Ter uma corretora séria e transparente ao seu lado - como a SICCS, que oferece orientação personalizada e acompanhamento completo do seguro.
Conclusão
As fraudes em seguros são um problema grave, mas evitável. Informar-se, manter a documentação em dia e contar com o apoio de uma corretora confiável faz toda a diferença. Na SICCS, nosso compromisso é com a ética, a proteção de nossos clientes e o fortalecimento de um mercado justo e seguro para todos.
Fontes
www.g1.globo.com
www.cnseg.org.br
www.revistacobertura.com.br
www.insurtalks.com.br
Seguro de Riscos Políticos
Essencial frente à imprevisibilidade das decisões
Existe uma corrente de pensamento que acredita e “prega” que toda ação é política - inclusive qualquer “não-ação” com o objetivo de não se envolver diretamente em decisões dessa natureza. Esse tipo de debate acadêmico poder ser interessante e potencialmente infinito, mas no mundo prático do mercado pouca gente questiona que toda ação política pode influenciar em alguma medida o ambiente de negócios, para o bem e para o mal.
Temos, então, o conceito risco político, que se refere à probabilidade de eventos políticos afetarem negativamente as operações e investimentos de um indivíduo ou empresa. Para empresas que operam em mercados com alto grau de instabilidade política, locais ou globais, é ainda mais essencial e estratégico compreender e gerenciar esse tipo de risco para proteger seus ativos e operações. Vejamos alguns eventos políticos que têm potencial nocivo.
- Mudanças na legislação - Alterações nas leis ou regulamentos que podem impactar negativamente as operações de negócios ou a rentabilidade de investimentos.
- Expropriação e nacionalização - Ato de um governo tomar controle de ativos privados sem compensação adequada, como ocorreu em algumas situações históricas em vários países.
- Inconvertibilidade de moeda - Restrição ou impossibilidade de converter a moeda local em moeda “forte” ou de transferir lucros para fora do país.
- Violência política - Conflitos armados, terrorismo ou instabilidade política que pode danificar propriedades e interromper operações comerciais.
- Instabilidade governamental - Mudanças abruptas de governo, golpes de estado ou crises políticas de qualquer natureza.
Uma rápida olhada nessa lista, um tanto genérica, mas consistente e realista, deixa claro quanto esse tipo de evento pode ter implicações significativas para empresas/negócios, evidenciando quanto é fundamental estar preparado para fazer a gestão desses riscos por meio de uma visão estratégica, com análises e seguros específicos.
Para mitigar o risco político, hoje existe o que se convencionou chamar (com ligeiras variações) de Seguro de Riscos Políticos, projetado para oferecer segurança para empresas, credores e investidores que buscam proteger seus ativos em ambientes voláteis, cobrindo ameaças como as que mencionamos a seguir.
- Confisco, expropriação e nacionalização - Proteção contra a perda de investimentos devido a ações governamentais que interfiram nos direitos de propriedade.
- Violência política - Cobertura para danos causados por conflitos armados, terrorismo e outros atos de violência.
- Interrupção de negócios - Compensação para empresas que sofrem interrupções operacionais devido à violência política.
- Inconvertibilidade e transferência de moeda - Proteção contra a impossibilidade de repatriar lucros ou converter moeda local para moeda forte.
- Frustração de contrato - Proteção para contratos que são cancelados ou não pagos devido a eventos políticos adversos.
Poderíamos tranquilamente acrescentar a essa lista o assim chamado Crédito Estruturado, uma camada adicional de proteção especialmente direcionada à inadimplência em situações causadas por crises políticas/econômicas, um seguro valioso em operações de comércio internacional, financiamento de projetos e emissão de títulos em que o risco de não pagamento pode ser elevado devido a fatores externos. Mas, dada a amplitude e complexidade do tema, faremos em breve um artigo exclusivamente sobre ele.
Nessa época em que as incertezas políticas e econômicas são uma constante - basta ver o noticiário, em qualquer plataforma - proteger seus investimentos com seguros específicos é uma estratégia não só inteligente, mas também indispensável. Tanto o Seguro de Riscos Políticos quanto o Seguro de Crédito Estruturado proporcionam não apenas proteção financeira, mas também a tranquilidade necessária para que empresas e investidores possam focar no crescimento e na expansão, mesmo diante de cenários adversos.
Para mais informações sobre essas apólices e como elas podem beneficiar sua empresa, consulte os especialistas da SICCS e encontre a solução sob medida para o seu negócio.
Fontes
www:fenseg.org.br
www.mapfre.com
www.valor.globo.com