A saúde como protagonista
Se em dezembro de 2019 alguém dissesse que boa parte dos brasileiros iriam utilizar máscaras faciais por quase 2 anos para se proteger de uma infecção transmissível pelas vias respiratórias ninguém acreditaria. Que iríamos parar de nos abraçar e dar beijinhos ao encontrar uma pessoa também….
Hoje essas mudanças, antes impensáveis, continuam sendo uma realidade no nosso dia a dia, e todo mundo, o tempo todo, espera e torce para que essa fase acabe logo, e de vez. Os sinais no horizonte são positivos, mas continuará sendo preciso ter cautela por um bom tempo – pelo menos meses – até que se esboce em nosso cotidiano algo parecido com o “velho normal”. Porque o “novo”, mal batizado na base de um certo conformismo fatalista, ninguém aguenta mais. Mas seguiremos com ele mais um pouco…
É um raciocínio quase clássico, beirando o clichê filosófico, procurar em grandes tristezas e tragédias algum tipo de aprendizado – mas não deixa de ser uma atitude positiva e certamente útil. No caso dos 2 anos que ainda estamos vivendo, uma conclusão possível é de que essa doença traumática trouxe o tema saúde para primeiro plano. Por todo esse tempo, e ainda agora, ela tem sido a protagonista de pautas, reportagens, postagens, repostagens, pensamentos e preocupações.
A doença é ruim e foi devastadora, mas prestar mais atenção à própria saúde e à do próximo pode mesmo ser um aprendizado valioso. Evidentemente, se essa consciência fosse adquirida em outras circunstâncias, muito melhor seria. Mas, como sempre, a realidade se impõe ao ideal, e é com ela que temos de aprender. Meio “de carona” com o problema principal, temas como ansiedade, depressão, bruxismo e muitos outros foram tratados com frequência e profundidade que talvez antes não tivessem.
Não, a covid-19 não nos fez nenhum favor e certamente não precisávamos dela. Mas, a reboque das dores e perdas que tem causado, veio um despertar, um “abrir os olhos” de que o valor primário, fundamental e basilar da vida é a saúde. Não é inédito, mas continua sendo irônico, que essa percepção tenha sido provocada por uma doença.
Nesse último blog de 2021, nossa intenção não é lamentar as perdas que o novo coronavírus provocou e ainda possa vir a provocar – embora isso seja necessário e tenha seu significado.
Ao contrário, nosso desejo é dar ênfase à capacidade de sobreviver, aprender e seguir em frente em meio à reviravolta que esse inimigo microscópico provocou na vida de quase todos. E, também, destacar o quanto é importante que tenhamos “descoberto” a relevância total da saúde. Toda e qualquer conquista “pessoal” e “profissional”, individual e corporativa, virá sempre depois dela.
Aos poucos, tudo parece indicar que estamos vencendo, não sem muitas perdas no caminho. Mas com erros e acertos, alarmismo e lucidez entremeados, a sensação (e a esperança!) é de que, juntos, estamos saindo dessa. Que a consciência sobre o valor da saúde permaneça em todos nós – e se traduza em ações práticas – depois que a doença for embora (pelo menos em seu aspecto epidêmico).
Com essa mensagem ao mesmo tempo “pé-no-chão” e de otimismo e esperança, a SICCS e a SICCS+ Seguros desejam a você um excelente, pleno, próspero, positivo e feliz 2022. Como sempre, conte com a gente ao longo do novo ano.
Ter a saúde como protagonista sempre esteve, e sempre estará, nos nossos planos.
Como combater a gripe
O surto de gripe fora de época está fazendo muita gente correr para postos de saúde e clínicas particulares a fim de se imunizar contra mais esse vírus, que embora seja menos perigoso que o da Covid-19 nunca pode ser subestimado: crianças, idosos, grávidas e pessoas com condições preexistentes podem desenvolver quadros mais graves, às vezes com risco de morte.
Acontece que, diferente do novo coronavírus – uma novidade em termos epidemiológicos – o vírus influenza, causador da gripe, já é nosso velho conhecido e obedece a um certo padrão sazonal. Altamente mutável, todos os anos ele exige que as vacinas sejam adaptadas para que a imunização seja eficiente. E, nesse caso, o Brasil leva vantagem.
Como os casos provocados pelas novas cepas costumam começar no Hemisfério Norte e nosso país está no Hemisfério Sul, em região tropical, o intervalo de alguns meses até que a doença chegue com força por aqui é suficiente para que se desenvolvam vacinas eficientes para o “vírus da vez”, ou seja, a cepa do ano corrente. E é essa vacina que é disponibilizada gratuitamente no SUS, durante uma campanha de vacinação anual com começo meio e fim, que em 2021 já terminou.
E por que o surto que algumas regiões do Brasil vivem agora é fora de época? Porque estamos na estação mais quente, o normal é que ele aconteça nas nossas estações mais frias, e estima-se que os cuidados para evitar a transmissão da Covid-19 (uso de máscaras, distanciamento, higienização das mãos etc.) tenham evitado também, no período típico de 2021, o surto provocado pela cepa surgida no ano passado, para o qual as vacinas hoje disponíveis são eficazes.
Ou seja, os casos de gripe que poderiam ser evitados pelas vacinas da campanha de 2021 não aconteceram no número usual porque, ao se proteger com as medidas indicadas contra a Covid-19, as pessoas acabaram se protegendo contra o vírus influenza, e agora que os cuidados relaxaram, porque a pandemia perdeu intensidade no Brasil, ficaram expostas ao vírus da gripe do ano que vem, para o qual ainda não temos vacinas eficazes.
Isso significa que é inútil tomar as vacinas antigripe já disponíveis? Não necessariamente. É provável que as duas cepas ainda estejam atuando simultaneamente em território brasileiro. Mas tomar a vacina da campanha de 2021 – que já terminou e por isso não é mais gratuita – não deve evitar que a pessoa se contamine com a cepa que está chegando, para a qual a vacinação será daqui a alguns meses (porque as vacinas estão em desenvolvimento).
Como todos sabem e vêm vivenciando há praticamente 2 anos, a pandemia mudou o curso de muitas coisas, “bagunçando” até o que se pode chamar de calendário epidemiológico, que orienta ações de saúde pública. Mas há uma informação útil e altamente aproveitável nesse quadro: para quem quiser evitar contrair a gripe que está provocando o atual surto, a melhor linha de ação para se precaver é manter as mesmíssimas medidas não farmacológicas recomendadas contra a Covid-19: distanciamento social, higienização das mãos, uso de máscaras (sim, mais um pouco).
Como a pandemia ainda não acabou e o perigo da variante ômicron ainda está sendo entendido, esse jeito responsável de agir acaba protegendo quem o praticar do risco de duas doenças que estão acontecendo simulteaneamente e têm muitos sintomas parecidos.
As mesmas medidas, contra 2 inimigos: qualquer pessoa há de concordar que se trata de uma estratégia com excelente custo-benefício.
Fontes
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude
https://vejasp.abril.com.br/saude
https://g1.globo.com/saude