NOMENCLATURAS

Uma das especialidades do mundo corporativo é criar nomes novos para ideias e conceitos já conhecidos, vários deles clássicos – e até alguns bem antigos. Um exemplo folclórico foi quando, nos anos 1990, o famosíssimo “corte de pessoal” chegou à cena empresarial brasileira como o “sofisticado” e um tanto esnobe nome de “downsizing” (diminuir o tamanho, em tradução livre).

Temido por alguns e ridicularizado por outros (principalmente parte da mídia especializada), o termo não teve sucesso em dourar a pílula para enganar os trabalhadores – pode-se inferir, com boa chance de acerto, que um pensamento comum era algo próximo do seguinte: “Vai ter downsizing? Posso perder meu emprego!”.

É possível argumentar que “downsizing” ia (vai?) além da redução de colaboradores, que diminuir equipes seria (é?) medida adotada apenas se necessário, que o conceito todo envolve elaborada estratégia corporativa para combater o gigantismo empresarial, dando às companhias o tamanho real que elas precisam para ser economicamente sustentáveis. Pode até ser…

Mas, na prática, desligar parte significativa dos colaboradores sempre foi a premissa. Basta tentar lembrar ou mesmo encontrar via Google o nome de uma única empresa “downsized” que não tenha demitido. Evidentemente, dada a relevância de tal providência, “cortar para menos” e “demitir” tornaram-se sinônimos na linguagem mais simples e pragmática (provavelmente mais sábia) de quem pega no pesado. Na ponta de baixo, o rebuscamento do discurso tende a ser traduzido em termos mais realistas.

Assim foi e ainda é com expressões como “cumprir metas” (o velho e bom “vender mais”), engajamento (“vestir a camisa”) e mesmo o já consolidado “colaborador” – substituto eufemístico para a algo bela palavra “funcionário” (aquele que tem uma função) – adotada na ingênua esperança de transmitir a ideia de que o empregado “colabora” por boa vontade (o que pode até ser verdade), e não exerce uma função porque precisa do salário para sobreviver (fato inquestionável).

Agora vem chegando ao Brasil uma relativa novidade chamada de “EX”, em paralelo com “CX”, que já não é um nome muito aderente à realidade brasileira. O “X” de uns tempos para cá passou a ser uma espécie de abreviação “cool” para “experience”: assim, como CX é “customer experience” (experiência do cliente/consumidor), EX seria “employee experience” (experiência do colaborador).

Teoricamente, a empresa que “investe” em EX está adotando uma metodologia que usa o mapeamento da “jornada do colaborador” (também uma analogia com a “jornada do cliente”) para “colocá-lo em outro patamar de importância”, identificando melhor seu perfil e potencializando suas possibilidades de desenvolvimento. Qualquer semelhança com uma boa “gestão de pessoal” ou um bom “plano de carreira” não é mera coincidência. A conferir…

Que conceitos corporativos sejam ampliados e aperfeiçoados ao longo do tempo é bom e desejável. Mesmo a criação de novos conceitos consistentes, gerados por pesquisa acadêmica e pela prática de mercado, é potencialmente benéfica para a evolução do ambiente de negócios. Mas o mero ato de rebatizar fundamentos do empreendedorismo, da economia e da administração, ornamentando-os com vocabulário rebuscado, raciocínios tortuosos e um pretenso verniz de sofisticação soa falso e forçado: como um engodo.

Na maioria das vezes, essa prestidigitação conceitual serve para vender livros e palestras, com pouca ou nenhuma aplicabilidade no dia a dia. E pode até ter efeito contrário na relação com o público interno, sábio na hora de defender seus interesses: “Esse sujeito pensa que me engana com essas palavras bonitas? Quero mesmo é saber claramente como isso me afeta, beneficia ou prejudica”. Tradução: em vez de contorcionismos verbo-narrativos, melhor um “papo reto”.

Na prática, o colaborador (funcionário!) quase sempre sabe muito bem o que você quer dizer.

Fontes
https://www.dicionariofinanceiro.com
https://6minutos.uol.com.br/carreira
https://www.amcham.com.br/noticias


NOVEMBRO AZUL: Todos contra o câncer de próstata

Nem todo mundo sabe o que é e qual a função da próstata, que faz parte exclusivamente da anatomia masculina (como os ovários são exclusividade feminina). Trata-se de uma glândula do sistema reprodutor do homem: tem cerca de 20 gramas, formato semelhante ao de uma castanha e localiza-se abaixo da bexiga. Sua função é produzir parte das secreções que compõem o sêmen (ou esperma).

Novembro Azul é derivado de um movimento que surgiu na Austrália, em 2003, e que acontece nesse mês porque 17 de novembro é o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. Hoje, tornou-se uma campanha anual realizada com o objetivo de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de próstata, uma doença grave e silenciosa, que evolui lentamente e quase sempre só provoca sintomas quando está em estágio avançado.

Segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer, em 2021 devem ser diagnosticados 65 mil casos de câncer de próstata no Brasil e a cada 38 minutos um homem morre em decorrência da doença no país. Mas as estatísticas também indicam que, quando há o diagnóstico precoce, as chances de cura são de 90%. A melhor forma de identificar logo o surgimento da doença é realizar uma combinação entre um exame de sangue (PSA) e o toque retal.

É muito importante entender e aceitar que esses dois exames são complementares, tanto porque o PSA pode estar alterado por outros problemas da próstata não relacionados a um câncer quanto por ser possível que o exame de sangue esteja normal e mesmo assim haja um câncer. Cerca de 20% dos casos são diagnosticados somente na realização do exame de toque retal. Em nome da própria saúde, os homens precisam aprender a desvincular esse exame rápido (30s a 60s) de qualquer associação com sua orientação sexual. 

Homens com 45 anos e fatores de risco – como casos em homens da mesma família com menos 60 anos e cor negra (a doença é mais frequente em homens negros), entre outros – precisam realizar o exame de PSA e o toque retal regularmente a partir dessa idade. Homens com 50 anos ou mais, mesmo quando não há fatores de risco, devem procurar um médico, preferencialmente um urologista, para realizar os dois exames regularmente. Em ambos os casos, a frequência ideal será definida pelo médico.

O tratamento do câncer de próstata depende do estágio da doença, da idade do paciente e de seu estado de saúde. As abordagens mais comuns são a extração cirúrgica da glândula, a radioterapia e a terapia hormonal, isoladamente ou combinadas. O tratamento precisa ser sempre individualizado, e de acordo com o tipo de câncer e a idade do paciente existe a possibilidade de fazer a chamada vigilância ativa, em que apenas se monitora a doença para fazer alguma intervenção quando, e se, necessário.

Embora não esteja totalmente comprovado, alguns especialistas acreditam haver relação entre uma menor incidência do câncer de próstata, e de formas mais graves da doença, e um estilo de vida mais saudável – que é sabidamente uma boa forma de evitar várias doenças. Por isso, além do cuidado permanente com a saúde da próstata, o homem pode se cuidar incorporando ao seu dia a dia uma alimentação saudável e equilibrada, atividade física regular, combate ao excesso de peso, ao tabagismo, ao excesso de álcool. 

Neste mês dedicado ao combate contra o câncer de próstata, informe-se, mobilize-se, supere o preconceito – ou estimule os homens que conhece a superá-lo. O diagnóstico precoce salva vidas.

Fontes:
https://bvsms.saude.gov.br
https://www.inca.gov.br/assuntos/cancer-de-prostata
https://mundoeducacao.uol.com.br/datas-comemorativas/novembro-azul.htm
http://www.oncoguia.org.br
https://www.saopaulo.sp.gov.br/novembro-azul
https://www.uol.com.br/vivabem


Feriadão: use como remédio antistress.

Estresse (grafia oficial em português da palavra que chegou a terras brasileiras a partir de sua versão em inglês, stress) é uma reação natural do organismo que ocorre quando vivenciamos situações de perigo ou ameaça. Esse mecanismo nos coloca em estado de alerta ou alarme, provocando alterações físicas e emocionais. Trata-se de uma reação fisiológica/biológica necessária para a adaptação a situações novas – todos sabem que emoções estressantes podem estar associadas simplesmente a circunstâncias desconhecidas.

O corpo humano reage ao estresse produzindo diferentes hormônios, mas a marca que os cientistas mais costumam buscar para detectá-lo é o nível de cortisol. O cortisol é indispensável para a vida, porque a tensão que produz predispõe o organismo a reagir rapidamente diante de situações de alerta. Mas a melhora na capacidade de reação se limita a momentos pontuais. Se o nível se mantém elevado por muito tempo, porque o estresse é crônico, a resposta hormonal deixa de ser benéfica e se torna um problema.

Ao analisar imagens obtidas com equipamentos de ressonância magnética e realizar testes cognitivos nas pessoas pesquisadas para avaliar sua memória, capacidade de raciocínio abstrato, percepção visual, atenção e a chamada “função executiva” (combinação de diferentes habilidades para alcançar metas futuras), cientistas detectaram danos na microestrutura do cérebro possivelmente relacionadas ao estresse prolongado.

Entre as faculdades prejudicadas, destaca-se a memória, o que não é novidade: episódios de estresse já há algum tempo são associados à menor capacidade de “acessar” lembranças. Até agora, a possibilidade de danos estruturais permanentes ao cérebro serem provocadas pelo estresse excessivo – ou, ao contrário, provocá-lo – continua sendo uma hipótese, mas vale dizer que outros estudos, ainda raros, parecem apontar na mesma direção.

Por enquanto, o mais produtivo é ter em mente que o estresse é inevitável, inclusive desejável para ativarmos em nós ações necessárias para certas situações que exigem atuar rapidamente. Mas, também, que do ponto de vista evolutivo nosso organismo está adaptado a um contexto de vida em ambiente natural, no qual esses momentos eram pontuais.

No contexto urbano, industrial, competitivo e de imprevisibilidade, a tensão crônica favorece o comprometimento cognitivo, o surgimento de doenças cardiovasculares e ativa respostas contraproducentes do sistema imune, entre outros problemas.

Uma boa notícia: por mais que o estresse e sua cascata química sejam inevitáveis, podemos regulá-los. A “desconexão”, em atividades como viagens, interações relaxantes e agradáveis com família e amigos, tempo para diversão, como ir ao cinema, ao teatro etc., nos ajudam a reduzir a tensão. Existem também muitas técnicas a que podemos recorrer, entre elas o já famoso mindfulness, prática que embora seja uma espécie de “moda” tem efeitos reais quando bem orientada e executada.

Em outras palavras, apesar de infinitas discussões e diversas contestações de natureza econômica, talvez seja fundamental que boa parte de nós, que vivemos constantemente acelerados, para não sucumbir sob o o estresse excessivo possamos desfrutar, ao menos de vez em quando, de um desestressante feriado prolongado.

Desejamos que você aproveite bem o seu.

Fontes:
https://bvsms.saude.gov.br/
https://brasil.elpais.com/noticias/estres/


Proteção de dados: esse assunto precisa continuar na pauta.

Diante do alarmante e insistente crescimento dos ataques cibernéticos a organizações públicas e privadas, de todos os segmentos – sobre os quais todos podem ler, cada vez mais, nos canais tradicionais e digitais dos veículos de comunicação – hoje vamos reforçar algumas informações relevantes sobre privacidade de dados, suas possíveis consequências e inadiáveis providências.

Impactos financeiros

Segundo relatório IBM sobre o prejuízo de vazamento de dados 2020, globalmente o custo médio de uma violação para as companhias é U$3,8 milhões e a causa mais cara são contas comprometidas de funcionários.

No Brasil, o custo médio da violação de dados foi R$5,88 milhões (cerca de US$1,12 milhão), valor 10,5% superior em relação ao ano anterior, na comparação em reais (R$ 5,32 milhões em 2019).

Em nosso país, o estudo também indica, em comparação com 2019, maior número de dias para identificar e conter a violação de dados: de 250 para 265 e de 111 para 115 dias, respectivamente.

Impactos na reputação

Uma empresa totalmente alinhada à LGPD- Lei Geral de Proteção de Dados), que investe de forma inteligente na conscientização de seus colaboradores sobre o tema, obtém imediatamente, de modo direto ou indireto, grande diferencial competitivo: melhor reputação. A maior responsabilidade dos colaboradores e a relevante melhoria na confiança dos clientes atraem e favorecem a realização de mais e melhores negócios.

O que fazer?

Implementar um programa de conscientização sobre privacidade e proteção de dados reduz sensivelmente a vulnerabilidade da sua empresa frente aos ciberataques e também frente à LGPD, contribuindo de forma decisiva para que não se envolva em incidentes que a deixariam sujeita a vazamentos de dados críticos e expressivas multas, capazes, muitas vezes, de inviabilizar a continuidade do negócio.

Fazer uma análise profissional e acurada de todos os riscos envolvidos, dimensionando corretamente o que pode ou não ser coberto por um seguro, e contratar uma solução adequada contra possíveis prejuízos de ciberataques é uma estratégia indispensável para minimizar as consequências de um hackeamento que não pôde ser evitado.

A SICCS está preparada para ajudar você nesse processo, compartilhando, sempre que necessário, informações relevantes para essa modalidade de crime tão típica da era digital em que vivemos – e também, claro, oferecendo soluções de seguro que contemplem as necessidades do seu negócio.

Quando o assunto envolve risco, estará sempre na nossa pauta.

Fontes:
https://www.ibm.com/security/digital-assets/cost-data-breach-report/#/pt
https://exame.com/bussola/protecao-de-dados-e-reputacao/

Opice Blum Academy: cursos sobre LGPD, GDPR, Direito Digital e Proteção de Dados


Sua empresa saberia enfrentar um ciberataque?

Sim, sua empresa está em risco. Se mesmo antes da grande da migração para o home-office provocada pela pandemia os ataques de cibercriminosos já começavam a escalar a níveis inéditos, a expansão de uso de ferramentas digitais parece ter colocado ainda mais combustível nesse cenário altamente inflamável.

Pesquisas indicam que as tentativas de ciberataques a empresas brasileiras aumentaram 460% de março a junho de 2020. Depois de um período de “calmaria” de julho a setembro, em que o índice voltou aos níveis “normais”, o crescimento atingiu inacreditáveis 860% em dezembro. Sim, sua empresa está em risco.

Aparentemente, quanto mais gente em trabalho remoto, maior a vulnerabilidade das organizações. Mas também já faz tempo que os cibercriminosos estão cada vez mais organizados, ousados, e que a alta dependência que quase todos os negócios têm em relação a TI parecem estar tornando os ciberataques cada vez mais lucratvos – sem falar que, para o criminoso, o risco é muito menor do que o de um crime “comum”, presencial, que pode exigir confronto físico.

Ok, sua empresa está em risco. Mas o que fazer se ela for mesmo hackeada? O assunto é quase infinito e o cenário de risco está em constante mutação – conforme a medidas de segurança avançam, os cibercriminosos “inventam” – mas separamos algumas orientações sobre como proceder, válidas para o momento atual.

Assim que identificar os sinais do ataque, comunique a área de TI. Quanto mais rápido a empresa for capaz de reagir, maior a chance de conter os danos. Um dos sinais de alerta é o comportamento anormal da rede corporativa, como lentidão no processamento ou na conexão à Internet e perda de controle de sistemas pelos usuários.

Informe o incidente às autoridades, como faria no caso de qualquer outra ação ilegal. Colete evidências, como captura de telas, e-mails, arquivos e outros materiais. Há delegacias especializadas nesse tipo de crime, mas qualquer uma pode receber a notificação.

Identifique as causas: descobrir qual foi a brecha de segurança é indispensável para impedir o sucesso do ataque que ainda pode estar acontecendo e para a prevenção de futuras tentativas.

Reduza os danos nos sistemas internos, tomando medidas imediatas como desconectar o servidor e/ou computadores afetados do roteador ou da rede corporativa, inclusive desabilitando funcionalidades wi-fi.

Altere as senhas. Embora pareça até singela, essa providência simples tende a evitar o agravamento do problema. E, claro, defina senhas fortes, que reúnam letras, números e caracteres especiais e totalizem pelo menos 8 dígitos.

Acione equipamentos de reserva/backup. É primordial restabelecer os serviços com agilidade. O tempo de inatividade (downtime) causa não só perda de produtividade da equipe, mas também impacta seriamente a experiência do cliente e as finanças.

Descubra se houve vazamento e exposição de dados corporativos, informações pessoais de clientes – e as respectivas implicações legais. É preciso informar os clientes sobre o incidente e as medidas já em andamento. Se houver comprometimento de informações bancárias, contate o banco com urgência.

Reveja suas políticas e estratégias de cibersegurança, aprenda com os erros e invista, sempre e tanto quanto for possível, em profissionais de tecnologia altamente capacitados, especializados e atualizados na prevenção e combate a esse tipo de ataque.

– Faça uma análise adequada de todos os riscos envolvidos para dimensionar corretamente o que pode ou não ser segurável.

Tenha um seguro que cubra prejuízos de ciberataques. Assim como a contratação de excelentes profissionais de tecnologia, a proteção obtida sempre supera muito qualquer possível resistência ao investimento.

Conte com a SICCS para ajudá-lo e apoiá-lo nesse processo tanto voltando ao assunto diversas vezes aqui em nosso blog no futuro como oferecendo soluções de seguro que contemplem suas necessidades porque, sim, nós queremos estar ao seu lado sempre que sua empresa está em risco.

Fontes
https://www.microserviceit.com.br
https://www.kaspersky.com.br
https://www.infomoney.com.br


Digital: use com moderação

Até pouco tempo atrás, havia dúvidas se o excesso de exposição digital tinha mais efeitos benéficos ou nocivos sobre a atenção e a inteligência humanas. À medida que o universo digital se torna onipresente na nossa vida, pesquisas sobre o tema avançam e já existem conclusões quase consensuais entre os especialistas.

É certo que a existência, a influência e o poder das novas mídias e tecnologias são irreversíveis, e ninguém nem imagina, a sério, voltar a um tempo em que a interconectividade de tudo não existia, e por isso tanto o acesso ao conhecimento quanto a possibilidade de manifestação eram restritos a poucos. Mas é também inegável que a hiperestimulação simultânea e multiplataforma compromete aspectos importantes para a produtividade e até para a saúde mental.

O primeiro aspecto, que profissionais de educação e comunicação já intuíam e agora estudos com rigor científico vêm demonstrando, é o que pode ser chamado de dificuldade de elaboração. Por exemplo: ao acessar a Internet num smartphone, como os estímulos são incessantes, múltiplos e rápidos, induz-se o usuário a mudar de foco o tempo todo, desestimulando a “demora” necessária para a compreensão mais profunda de um conteúdo, especialmente os que exigem raciocínios mais complexos.

Um segundo aspecto, pouco discutido, mas tecnicamente comprovado, é que o olho humano se acomoda melhor à luz refletida (como nas páginas de um livro) do que à luz emitida (como na tela de um computador ou smartphone), e isso tem influência tanto no conforto e na velocidade da leitura (25% mais lenta no 2º caso) como na compreensão do que é lido.

Um terceiro e importantíssimo aspecto, principalmente no que se refere às crianças, mas não exclusivamente a elas: quanto mais uma pessoa troca o olhar presencial para outras pessoas – a percepção insubstituível das emoções e dos infinitos gestos e jeitos de corpo de quem está à nossa frente – mais se atrofia nela um mecanismo de interação que faz parte da própria natureza que nos faz humanos. Grande parte do que chamamos inteligência vem daí.

Nos primeiros 5 anos de vida, as implicações podem ser ainda mais profundas: estudos realizados nos EUA vêm demonstrando que, desde que existem os testes de QI (quociente de inteligência), pela primeira vez a pontuação das novas gerações (que já nasceram num mundo digital) ficam abaixo dos resultados alcançados pelas gerações anteriores. Podemos estar… emburrecendo.

Evidentemente, ninguém é contra os avanços da tecnologia em geral, do mundo digital em particular, e das fabulosas ferramentas que oferecem para a humanidade. Mas estudos confiáveis e a experiência diária, talvez para descolar olhos viciados, colados em telonas e telinhas, gritam cada vez mais alto: olhe para o ser humano mais, muito mais, e sempre primeiro.


Outubro Rosa | Todos contra o Câncer de Mama.

Junte-se a esta grande causa feminina: a saúde.

A saúde das mamas é vital para a qualidade de vida e a autoestima da mulher. A chance de um tumor maligno nunca pode ser subestimada. Ao contrário do que muita gente pensa, a mamografia regular é mais eficiente para um diagnóstico precoce do que o autoexame – que nem por isso deve ser dispensado. Caso a mulher observe qualquer alteração nas mamas, em qualquer momento da vida, deve procurar o serviço de saúde mais próximo imediatamente.

Outubro Rosa é uma campanha anual realizada mundialmente com o objetivo de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. Segundo o Instituto Oncoguia, 95% dos casos identificados em estágio inicial têm possibilidade de cura. A mamografia é imprescindível, por ser capaz de rastrear nódulos antes que sejam perceptíveis no autoexame realizado pela mulher e mesmo no exame clínico realizado por um profissional de saúde.

A genética é um fator muito importante a ser considerado na prevenção: se uma pessoa da família – principalmente a mãe, irmã ou filha – teve a doença antes dos 50 anos, a mulher tem mais chances de desenvolver um câncer de mama. Mulheres que já tiveram câncer em uma das mamas ou câncer de ovário, em qualquer idade, também devem ficar mais atentas. Essas pacientes de maior risco devem tomar cuidados extras, mais frequentes e mais cedo: exame clínico e mamografia 1 vez/ano já a partir dos 35 anos.

Na população em geral, quando não há fatores especiais de risco, toda mulher com 40 anos ou mais deve procurar um serviço de saúde para realizar o exame clínico das mamas anualmente. Se tiver entre 50 e 69 anos, a mulher deve fazer pelo menos uma mamografia a cada 2 anos. Muito importante: o serviço de saúde deve ser procurado mesmo que não existam sintomas, pois nos estágios iniciais a doença normalmente é assintomática.

Essas recomendações são baseadas em estudos estatísticos sobre a incidência da doença, considerando fatores como faixa etária e histórico familiar, entre outros, que são constantemente revistos pela ciência e pela medicina. Por isso, é preciso estar atento à atualização dos protocolos de prevenção e ter acompanhamento médico constante. Vários serviços direcionados à saúde da mulher são disponibilizados gratuitamente no SUS, entre eles a mamografia.

Além dessa vigilância permanente, a mulher também pode cuidar da própria saúde adotando uma alimentação saudável e equilibrada, praticando atividade física e evitando hábitos/vícios sabida e comprovadamente nocivos, como fumar (um só cigarro já faz mal!) e ingerir álcool em excesso. Tudo isso ajuda na prevenção de várias doenças, inclusive o câncer.

Neste mês dedicado ao combate contra o câncer de mama, informe-se, mobilize-se – e prometa-se cuidar da saúde o ano inteiro.

Fontes
https://www.roche.com.br/pt/por-dentro-da-roche/voce-sabe-o-que-e-outubro-rosa.html
http://www.oncoguia.org.br/
http://www.outubrorosa.org.br/


PcD: sua empresa está preparada para incluir?

PcD é a abreviação, hoje já bem conhecida, de pessoa(s) com deficiência. O conhecimento sobre o termo se ampliou à medida que a inclusão dessas pessoas passou a ser tratada dentro do tema diversidade, de que já falamos aqui e ao qual devemos voltar várias vezes no futuro. Mas como definir o que é PcD?

O Artigo 1º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência as descreve como “aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.

Uma deficiência pode ser congênita (de nascença) ou adquirida (em qualquer etapa da vida) e as causas, diversas: falta de informações durante a gestação, doenças degenerativas ou não, erros médicos, acidentes de trânsito ou domésticos, violência urbana, entre outras.

Segundo o último Censo Demográfico Brasileiro realizado pelo IBGE, em 2010, existem mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil – cerca de 24% da população. Com certeza, existe uma imensa força produtiva de PcD disponível e desejando uma oportunidade de inclusão. Não por acaso, existem leis que visam justamente a incluir essas pessoas no mercado de trabalho.

Mas, caso haja PcD na sua empresa, sua equipe está preparada para lidar com elas, sem constrangimento nem preconceito? Listamos algumas dicas sobre a melhor maneira de agir frente a algumas situações comuns relativas a certos tipos de deficiência.

 

Deficiência Física

  • Tenha uma atitude adequada às características da pessoa com deficiência. Se tiver dúvida, pergunte qual a melhor forma de proceder e/ou se ela realmente precisa de ajuda.
  • Quando conversar com um cadeirante, procure sentar-se na mesma altura dele, tornando a interação mais confortável.
  • Não tente segurar ou conduzir a cadeira de rodas se a pessoa não pedir ajuda, nem se apoie na cadeira, pois é como se fosse uma extensão do corpo da pessoa.

 

Deficiência Visual

  • Lembre-se de que quase sempre uma pessoa cega escuta normalmente, portanto não é preciso elevar o tom da voz.
  • Tocar levemente pode ser uma boa forma de interagir, mas sempre anuncie o contato antes, verbalmente.
  • Não puxe a pessoa pelo braço: coloque a mão dela no seu cotovelo ou ombro, para que ela possa sentir seus movimentos.
  • Avise sobre a existência de degraus, buracos, pisos escorregadios e outros obstáculos no caminho, inclusive objetos pendurados, e também sobre qualquer mudança na posição de mesas, armários e outros itens de ambientes conhecidos.
  • Informe a pessoa cega se for se ausentar do local onde ela está, para que ela saiba que estará sozinha.

 

Deficiência Auditiva

  • Não utilize o termo surdo-mudo, pois a pessoa surda “fala” (se comunica) do seu jeito. Existe até uma língua própria: no Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
  • Fale pausadamente, mantendo contato visual, para que a pessoa possa entender se sua fala continua ou acabou.
  • Use um tom de voz normal, a não ser que peçam para você falar mais alto – elevar o tom nem sempre ajuda a entender melhor.
  • Se a pessoa com deficiência auditiva estiver acompanhada de um intérprete (de LIBRAS, por exemplo), dirija-se a ela, não ao intérprete.
  • Se necessário, escreva ou faça mímicas/gestos que ajudem a entender o que você quer dizer e peça para que a pessoa faça o mesmo, mas lembre-se que nem todas as pessoas surdas leem/escrevem com facilidade.

Claro que essas dicas não esgotam o tema e cada caso é único. Existem, inclusive, vários outros tipos de deficiência (intelectual, por exemplo). Se houver PcD na sua empresa, pesquise, aprenda, entenda, aprenda a incluir – e estimule sua equipe a fazer o mesmo. A ideia é que essas pessoas sejam vistas não como “deficientes”, mas colaboradores com limitações e potenciais, como todos os outros colegas de trabalho.

Fontes
https://www.sanofi.com.br/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm
https://pessoacomdeficiencia.gov.br/app

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Nosso olhar também precisa de descanso.

De acordo com o relatório Digital in 2020, divulgado pelo We Are Social e Hootsuite, o tempo online dos brasileiros no primeiro ano da pandemia foi de 9h17min, muito acima da média global, de 6h43min. A análise é corroborada por dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que apontaram aumento de 40% a 50% do uso da internet no Brasil logo no início da quarentena.

Como consequência desse excesso, são comuns as sensações de exaustão e esgotamento e prejuízo de funções como atenção, concentração e memória. Tudo isso tem sido divulgado em múltiplas matérias nas mídias tradicionais e digitais e já falamos do tema aqui.

Mas um aspecto abordado com menor frequência e nem sempre com a mesma ênfase é a saúde ocular. O excesso de telas, muitíssimo ampliado pela pandemia – com a adoção definitiva ou temporária em grande escala do home-office e seus já conhecidos exageros – também tem efeitos diretos sobre visão.

A explicação é tão óbvia quanto verdadeira, e chega a ser singela: a concentração visual por muitas horas diminui o número de piscadas, deixando os olhos ressecados. Ou seja, a lágrima não derramada (que umedece regularmente o olho, mantendo-o lubrificado) também tem de ser levada em conta na pandemia. No pior dos cenários, a pessoa desenvolve a chamada doença da superfície ocular, que pode gerar danos severos se não tratada a tempo.

Nem é preciso dizer que isso comprometeria não só a qualidade de vida da pessoa, mas também sua atividade profissional, numa daquelas convergências inevitáveis e até desejáveis em que cuidar da saúde do indivíduo também é cuidar da “saúde” da empresa. Se a pessoa já estiver com os olhos vermelhos, lacrimejando, sentindo ardência ocular, dificuldade para focalizar, dor de cabeça ou dor nos próprios olhos, é hora de procurar atendimento médica.

Mas no dia a dia, é possível tomar alguns cuidados preventivos, como dar um intervalo de descanso para os olhos a cada 50 minutos (olhar para um ponto distante ou movimentar-se ao longo dos espaços disponíveis), manter a iluminação do ambiente maior do que a que sai da tela, ajustar o brilho do dispositivo de acordo com o ambiente e o horário, entre outros.

E, claro, não se forçar – nem forçar o colaborador, sob pretexto nenhum – a olhar excessivamente para qualquer tela.

Fonte
Drauzio Varella


A diversidade influencia seu ambiente corporativo?

Toda empresa disposta a ter um impacto positivo na vida das pessoas e oferecer um bom ambiente de trabalho precisa estar conectada com seu próprio tempo, com o presente, com as percepções, anseios e demandas legítimos da sociedade em que está inserida, e em meio à qual atua. Isso é importante para a “saúde emocional corporativa”.

Uma das demandas mais presentes atualmente é o reconhecimento da existência, a promoção e a valorização da diversidade – com todos os inúmeros aspectos que este conceito pode abranger. Empresas que concordam com esta demanda acreditam que uma equipe diversa, com pessoas de diferentes perfis e histórias de vida, resulta em um ambiente de trabalho mais inclusivo, plural e inovador, contribuindo efetivamente para o negócio.

Mas o verdadeiro respeito à diversidade vai além das necessidades do negócio. É, antes de tudo, uma visão sobre as pessoas, uma questão de se a empresa realmente se importa com elas, se acredita que uma de suas responsabilidades é contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

A resposta parece simples: sim, uma empresa sintonizada com seu tempo tem e assume essa responsabilidade, exatamente porque a sociedade que ajuda a construir – e também a que reflete “da porta para dentro” – é a mesma com que terá de lidar ao comercializar seus produtos e serviços.

Se todas as pessoas são diversas, todos somos singulares, e tudo que cada pessoa pode agregar à comunidade – inclusive a uma empresa – é único. Como se sabe, o que é único, por ser raro, quase sempre é valioso. Mas por mais que consideremos nossa sociedade desenvolvida, civilizada, evoluída, nela persistem conceitos e preconceitos que provocam prejuízo profissional e pessoal, além de sofrimento emocional, em quem é atingido por eles.

Houve tempo em que a expressão e a manifestação desses conceitos eram bem menos visíveis e até mais toleradas, às vezes silenciosamente, pela sociedade. Mas o mundo está em constante evolução, e com a explosão dos meios de comunicação, marcadamente os digitais, ampliou-se a percepção de que todos os seres humanos são dignos de respeito. É um avanço.

Existem, claro, grandes debates acadêmicos e não acadêmicos sobre o tema, grande parte deles – talvez a maioria – marcada por extremismos ideológicos que, em vez de aproximar e unir as pessoas, reforçam o antagonismo entre grupos diferentes, a ponto de estimular e até mesmo gerar violência, infelizmente não só verbal.

A repercussão tem sido tanta que há tempos o assunto saiu das bolhas da Internet, entrou na pauta de grandes veículos de comunicação e, não raramente, confunde quem, de boa vontade, tenta aprender a lidar com essas questões de modo mais lúcido e moderado. É uma preocupação crescente entre os gestores, até porque muitas empresas têm desenvolvido políticas internas oficiais de diversidade e inclusão, em parte por medo de represálias, em parte para se mostrarem conectadas com a causa – com frequência, artificialmente.

Um líder que deseje legitimamente abraçar a diversidade em sua empresa precisará necessariamente estudar muito, conduzir-se com cautela, desconfiar de todas as ideologias e filtrar as várias tentativas dos radicais de consertar as injustiças do mundo por meio da culpabilização de quase todos que expressam uma opinião divergente. A prática parece ter revelado que isso é capaz de piorar o problema.

Certamente não é possível, e talvez nem seja desejável, promover a diversidade tentando reproduzir na empresa exatamente a composição étnica, de homens e mulheres, de faixas etárias, orientações sexuais, características físicas e infinitas outras possibilidades de “classificar gente” que existem na sociedade.

Provavelmente, o caminho mais saudável e produtivo é exatamente o inverso: pensar na diversidade como o ato de acolher e valorizar cada indivíduo pelo que pode oferecer, como profissional e como pessoa, independente dessas vagas e insuficientes classificações. Parece ser um bom começo para um líder iniciante no tema.

Fonte
www.sanofi.com.br