Saúde mental no trabalho: o impacto da NR-1

A partir de 2026, a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), atualizada pela Portaria MTE nº 1.449/2024, passará a exigir oficialmente que a saúde mental seja incluída no centro das relações de trabalho no Brasil. Com a inclusão dos riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), empresas de todos os portes precisarão identificar e gerenciar fatores como estresse, assédio e burnout.

A obrigatoriedade das novas medidas foi adiada por 12 meses para garantir uma transição mais segura. Durante esse período, a fiscalização será apenas orientativa, sem aplicação de penalidades.

Essa mudança não só redefine a gestão de pessoas, mas também abre novas oportunidades no mercado de seguros corporativos. Nesta matéria, exploramos como a NR-1 impacta o setor e como se posicionar estrategicamente.

O que muda com a NR-1?
A NR-1 passará a exigir que empresas mapeiem riscos psicossociais, como jornadas excessivas, metas abusivas e conflitos interpessoais, e implementem medidas preventivas, como:
– Pesquisas de clima organizacional;
– Canais de denúncia contra assédio;
– Programas de apoio psicológico;
– Treinamentos para prevenção de riscos psicossociais.

Com fiscalização mais rigorosa prevista para 2026, especialmente em setores como teleatendimento, bancos e saúde, as empresas precisarão estar preparadas para cumprir essas exigências. Dados do INSS (2022) revelam que 209.124 trabalhadores foram afastados por transtornos mentais, destacando a urgência do tema.

O impacto no mercado de seguros corporativos
A nova regulamentação cria uma demanda crescente por soluções que protejam empresas e trabalhadores, impulsionando o mercado de seguros corporativos. Veja a seguir.

1 – Seguros de saúde com foco em saúde mental
Empresas buscarão apólices que cubram serviços psicológicos e psiquiátricos, além de programas de bem-estar. Seguradoras podem oferecer planos personalizados, incluindo teleconsultas e cobertura para tratamentos de ansiedade, depressão e burnout, alinhando-se às exigências da NR-1.

2- Seguros de responsabilidade civil
Com o aumento de denúncias por assédio moral e sexual, empresas precisarão de apólices que protejam contra processos trabalhistas relacionados a ambientes de trabalho “tóxicos”. Esses seguros podem cobrir custos legais e indenizações, mitigando riscos financeiros.

3 – Seguros contra afastamentos
Transtornos mentais são uma das principais causas de absenteísmo. Seguradoras podem desenvolver produtos que compensem perdas por afastamentos, incentivando empresas a investir em prevenção para reduzir sinistralidade.

4 – Consultoria em gestão de riscos psicossociais
Além de apólices, seguradoras podem oferecer serviços de consultoria para ajudar empresas a cumprir a NR-1, como diagnósticos de riscos psicossociais e treinamentos, criando um diferencial competitivo.

Como isso impacta o segmento de seguros?
A NR-1 certamente é um desafio, mas também uma oportunidade para que atores do segmento de seguros se destaquem suprindo novas demandas do mercado empresarial/corporativo. Vejamos a seguir algumas estratégias:

– Desenvolvimento de produtos inovadores: planos com foco em saúde mental, como acesso a plataformas de terapia online (ex.: Vittude) ou programas de mindfulness.
– Parcerias com especialistas: colaborações com psicólogos e consultores de RH para oferecer soluções integradas.
– Campanhas de conscientização: marketing voltado para a importância da saúde mental, reforçando a conformidade com a NR-1 e a Lei 14.831/2024, que criou o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental.

Benefícios para empresas e trabalhadores
Investir em saúde mental não é apenas uma obrigação legal, mas uma estratégia de negócios. Empresas que se adequam à NR-1 tendem a reduzir absenteísmo e turnover, aumentar a produtividade e o engajamento e melhorar sua reputação como empregadoras.

Para os trabalhadores, a norma tende a garantir ambientes mais seguros e acolhedores, reduzindo o impacto de transtornos mentais, que, segundo a OMS, custam US$ 1 trilhão à economia global anualmente.

Como a SICCS pode ajudar sua empresa?
Diante desse cenário, a SICCS está preparada para apoiar a adaptação do seu negócio. Algumas iniciativas:
– Capacitação de corretores para oferecer soluções voltadas à saúde mental e conformidade com a NR-1.
– Investimento em tecnologia, a fim de utilizar dados para mapear riscos psicossociais e personalizar apólices.
– Monitoramento da legislação, acompanhando projetos como o PL 4.479/24, que propõe obrigatoriedade de promoção da saúde mental em empresas com mais de 50 funcionários.

A atualização da NR-1 marca uma nova era na gestão de saúde mental no trabalho. Corretores e seguradoras que anteciparem essa demanda, oferecendo produtos e serviços alinhados às novas exigências, conquistam uma vantagem competitiva clara — como a SICCS já vem fazendo.

Por você e por seus colaboradores, fale com nossos especialistas. Proteger a saúde mental dos trabalhadores não é apenas cumprir a lei: é investir em um futuro corporativo mais humano, produtivo e sustentável.

 


Presidente-surpresa

A imprevisibilidade de Donald Trump reforça a importância de seguros empresariais e corporativos

Com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos em janeiro de 2025 para seu 2º mandato, o mundo assiste novamente a uma liderança marcada por decisões inesperadas, declarações polêmicas e uma abordagem que desafia as normas políticas tradicionais. Essa imprevisibilidade, que já foi uma característica marcante de seu primeiro governo (2017-2021), traz consigo um cenário de incerteza que impacta diretamente os mercados globais, as relações internacionais e, consequentemente, as empresas que operam nesse ambiente volátil.

O “terremoto” Trump e seus efeitos nos negócios

Trump já havia demonstrado, em sua 1ª gestão, uma tendência a tomar decisões que pegam os mercados de surpresa. Exemplos incluem a imposição de tarifas comerciais contra a China, a saída dos EUA do Acordo de Paris e a renegociação abrupta de tratados como o NAFTA (agora USMCA).

Em 2025, com um cenário político e econômico global ainda mais polarizado, espera-se que essa abordagem continue, como vem sendo demostrado. Declarações via redes sociais, como já vimos em seu uso prolífico do Twitter (agora X) no passado, podem alterar o valor de moedas, ações e commodities em questão de horas. Para empresas que dependem de cadeias de suprimentos internacionais, estabilidade cambial ou parcerias comerciais, essa volatilidade é um risco tangível.

Além disso, a política externa de Trump, frequentemente guiada por interesses nacionalistas e negociações de "tudo ou nada", pode gerar tensões geopolíticas. Sanções inesperadas, embargos ou mudanças em alianças estratégicas são exemplos de eventos que podem afetar diretamente empresas com operações transnacionais.

É nesse cenário que os seguros empresariais e corporativos entram como uma rede de proteção essencial. Vamos falar explicitamente de alguns deles: Seguro de Risco Político, Seguro de Risco de Crédito e o Seguro D&O (Directors & Officers), ferramentas indispensáveis para proteger negócios contra os riscos amplificados por essa postura imprevisível.

Seguro de Risco Político: blindando-se contra o inesperado

O Seguro de Risco Político é desenhado para proteger empresas contra perdas decorrentes de instabilidade governamental ou decisões políticas adversas. Em um governo onde políticas podem mudar rapidamente - como a imposição de barreiras comerciais ou a revogação de acordos internacionais - esse tipo de seguro pode cobrir prejuízos causados por expropriação, nacionalização de ativos ou interrupções em contratos devido a ações governamentais. Por exemplo, uma empresa americana operando na América Latina ou na Ásia pode enfrentar riscos adicionais se Trump decidir retaliar economicamente um país por razões diplomáticas. Ter essa cobertura é uma forma de mitigar perdas que fogem ao controle do gestor.

Seguro de Risco de Crédito: garantindo estabilidade financeira

Outro impacto da imprevisibilidade de Trump é a oscilação nos mercados financeiros. Mudanças bruscas em políticas fiscais ou monetárias - como cortes-surpresa de impostos ou pressões sobre o Federal Reserve - podem afetar a liquidez e a confiança no crédito entre empresas. O Seguro de Risco de Crédito protege contra a inadimplência de clientes ou parceiros comerciais, algo que pode se tornar mais comum em um ambiente econômico instável. Imagine uma empresa exportadora que depende de compradores internacionais: se tarifas ou sanções impostas por Trump prejudicam a capacidade de pagamento desses clientes, o seguro pode cobrir o rombo financeiro, mantendo o fluxo de caixa saudável.

Seguro D&O: protegendo líderes em tempos de crise

Os diretores e executivos das empresas (D&O) também enfrentam riscos maiores em um cenário de imprevisibilidade política. Decisões estratégicas tomadas em resposta a políticas de Trump - como realocar fábricas, ajustar preços ou suspender operações em certos mercados - podem gerar litígios por parte de acionistas ou terceiros que se sintam prejudicados. O Seguro D&O oferece proteção financeira e jurídica para esses líderes, cobrindo custos de defesa e indenizações em casos de processos relacionados a suas decisões. Em um ambiente onde uma única postagem de Trump no X pode derrubar ações ou gerar controvérsias, essa cobertura é um escudo vital para a alta gestão.

Planejamento em meio ao caos

A imprevisibilidade de Donald Trump não é apenas um desafio, mas também pode ser uma oportunidade para empresas que se preparam adequadamente. Investir em seguros corporativos como os mencionados não é apenas uma medida de proteção: é também estratégia. Essas soluções permitem que os negócios mantenham a resiliência necessária para navegar em águas turbulentas, fazendo da incerteza uma vantagem competitiva: se você está mais protegido que o seu concorrente para enfrentar um cenário turbulento, seu negócio tem uma vantagem em relação ao dele.

Enquanto Trump continua a moldar o cenário global de maneira inesperada, as empresas que apostam na antecipação e na gestão de riscos estarão mais preparadas para prosperar. Em tempos de caos, a certeza vem da preparação. E, em 2025, com Trump novamente no comando, os seguros empresariais são mais do que uma opção - são uma necessidade.

Você pode contar com a SICCS

Nem é preciso dizer que a SICCS está mais do que preparada para oferecer ao seu negócio as melhores soluções empresariais e corporativas, das quais as citadas nesta matéria são apenas alguns exemplos. Nossos especialistas estão sempre disponíveis para apresentar as muitas opções do nosso portfólio e indicar para você as mais indicadas para o seu caso, agora e no futuro - quem quer que seja o presidente.


Seguros empresariais e corporativos: diferentes, mas igualmente importantes

No mundo dinâmico dos negócios, a proteção contra imprevistos é fundamental para garantir a continuidade e o crescimento de qualquer organização. Nesse contexto, os seguros empresariais e corporativos desempenham um papel essencial. Vamos explorar a importância desses seguros, diferenciando os dois tipos para entender melhor como eles podem ser uma segurança valiosa para empresas de todos os tamanhos. As descrições não esgotam as possibilidades e pode haver alguma "superposição" de tipos, mas temos certeza de que você vai entender.

Seguros Empresariais
Os seguros empresariais são projetados especificamente para atender às necessidades de pequenas e médias empresas (PMEs). Eles oferecem uma gama de coberturas que protegem o negócio contra uma variedade de riscos operacionais e financeiros. Aqui estão alguns dos principais benefícios e tipos de coberturas:
• Proteção contra Danos Físicos
Inclui seguros de incêndio, roubo, danos causados por fenômenos naturais como tempestades ou enchentes. Esses seguros ajudam a recuperar o patrimônio da empresa, evitando perdas financeiras significativas.
• Responsabilidade Civil
Protege a empresa contra reclamações de terceiros por danos causados por produtos ou serviços oferecidos. Em um cenário onde a reputação e a confiança do cliente são cruciais, essa cobertura é vital.
• Seguro de Lucros Cessantes
Caso a empresa sofra um sinistro que interrompa suas operações, este seguro cobre as perdas financeiras decorrentes dessa interrupção, garantindo que a empresa possa continuar suas atividades assim que possível.
• Seguro de Equipamentos
Para empresas que dependem fortemente de maquinários ou tecnologia, este seguro protege contra avarias, roubos ou perdas, garantindo a continuidade operacional.
Os seguros empresariais são ajustados às necessidades específicas de cada negócio, permitindo que pequenos empresários tenham uma rede de segurança financeira que lhes permita focar no crescimento e na inovação.

Seguros Corporativos
Já os seguros corporativos são mais abrangentes e geralmente voltados para grandes empresas ou corporações com operações complexas e internacionais. Eles incluem coberturas adicionais e mais sofisticadas, refletindo os riscos maiores e mais diversificados que essas organizações enfrentam. Veja a seguir algumas características:
• Riscos Financeiros e Cibernéticos
Com o aumento das ameaças digitais, os seguros contra crimes cibernéticos são essenciais. Eles cobrem desde a recuperação de dados até a responsabilidade por danos causados por violações de segurança.
• Seguro de Diretores e Administradores (D&O)
Protege os executivos contra ações judiciais baseadas em decisões administrativas que possam ter prejudicado a empresa ou seus acionistas.
• Seguro de Responsabilidade Ambiental
Para empresas cujas operações podem impactar o meio ambiente, este seguro cobre custos de limpeza e indenizações por danos ambientais.
• Seguro de Crédito
Protege contra a inadimplência de clientes nacionais ou internacionais, um risco significativo em operações de grande escala.
• Seguro de Reputação
Em um mundo onde a imagem corporativa pode ser danificada rapidamente pelas redes sociais ou pela mídia, este seguro ajuda a gerenciar crises e a proteger a marca.
A complexidade das grandes corporações exige um planejamento de seguro mais sofisticado, onde cada cobertura é cuidadosamente escolhida para mitigar riscos específicos que poderiam impactar não apenas a operação diária, mas também o valor da empresa a longo prazo.

Resumindo...
Investir em seguros empresariais e corporativos não é apenas uma prática de gestão de risco, mas uma estratégia para assegurar a longevidade e a estabilidade financeira da organização. Enquanto os seguros empresariais oferecem proteção para as PMEs contra os riscos mais comuns, os seguros corporativos são desenhados para enfrentar desafios mais amplos e complexos. Compreender essas diferenças e escolher as coberturas adequadas pode ser a diferença entre a sobrevivência e a prosperidade no mercado competitivo atual. A SICCS dispõe de ambas as soluções e indica a opção sob medida para o seu negócio.


Seguro de Riscos Políticos

Essencial frente à imprevisibilidade das decisões

Existe uma corrente de pensamento que acredita e “prega” que toda ação é política - inclusive qualquer “não-ação” com o objetivo de não se envolver diretamente em decisões dessa natureza. Esse tipo de debate acadêmico poder ser interessante e potencialmente infinito, mas no mundo prático do mercado pouca gente questiona que toda ação política pode influenciar em alguma medida o ambiente de negócios, para o bem e para o mal.

Temos, então, o conceito risco político, que se refere à probabilidade de eventos políticos afetarem negativamente as operações e investimentos de um indivíduo ou empresa. Para empresas que operam em mercados com alto grau de instabilidade política, locais ou globais, é ainda mais essencial e estratégico compreender e gerenciar esse tipo de risco para proteger seus ativos e operações. Vejamos alguns eventos políticos que têm potencial nocivo.

- Mudanças na legislação - Alterações nas leis ou regulamentos que podem impactar negativamente as operações de negócios ou a rentabilidade de investimentos.
- Expropriação e nacionalização - Ato de um governo tomar controle de ativos privados sem compensação adequada, como ocorreu em algumas situações históricas em vários países.
- Inconvertibilidade de moeda - Restrição ou impossibilidade de converter a moeda local em moeda “forte” ou de transferir lucros para fora do país.
- Violência política - Conflitos armados, terrorismo ou instabilidade política que pode danificar propriedades e interromper operações comerciais.
- Instabilidade governamental - Mudanças abruptas de governo, golpes de estado ou crises políticas de qualquer natureza.

Uma rápida olhada nessa lista, um tanto genérica, mas consistente e realista, deixa claro quanto esse tipo de evento pode ter implicações significativas para empresas/negócios, evidenciando quanto é fundamental estar preparado para fazer a gestão desses riscos por meio de uma visão estratégica, com análises e seguros específicos.

Para mitigar o risco político, hoje existe o que se convencionou chamar (com ligeiras variações) de Seguro de Riscos Políticos, projetado para oferecer segurança para empresas, credores e investidores que buscam proteger seus ativos em ambientes voláteis, cobrindo ameaças como as que mencionamos a seguir.

- Confisco, expropriação e nacionalização - Proteção contra a perda de investimentos devido a ações governamentais que interfiram nos direitos de propriedade.
- Violência política - Cobertura para danos causados por conflitos armados, terrorismo e outros atos de violência.
- Interrupção de negócios - Compensação para empresas que sofrem interrupções operacionais devido à violência política.
- Inconvertibilidade e transferência de moeda - Proteção contra a impossibilidade de repatriar lucros ou converter moeda local para moeda forte.
- Frustração de contrato - Proteção para contratos que são cancelados ou não pagos devido a eventos políticos adversos.

Poderíamos tranquilamente acrescentar a essa lista o assim chamado Crédito Estruturado, uma camada adicional de proteção especialmente direcionada à inadimplência em situações causadas por crises políticas/econômicas, um seguro valioso em operações de comércio internacional, financiamento de projetos e emissão de títulos em que o risco de não pagamento pode ser elevado devido a fatores externos. Mas, dada a amplitude e complexidade do tema, faremos em breve um artigo exclusivamente sobre ele.

Nessa época em que as incertezas políticas e econômicas são uma constante - basta ver o noticiário, em qualquer plataforma - proteger seus investimentos com seguros específicos é uma estratégia não só inteligente, mas também indispensável. Tanto o Seguro de Riscos Políticos quanto o Seguro de Crédito Estruturado proporcionam não apenas proteção financeira, mas também a tranquilidade necessária para que empresas e investidores possam focar no crescimento e na expansão, mesmo diante de cenários adversos.

Para mais informações sobre essas apólices e como elas podem beneficiar sua empresa, consulte os especialistas da SICCS e encontre a solução sob medida para o seu negócio.

Fontes
www:fenseg.org.br
www.mapfre.com
www.valor.globo.com

 


O algoritmo a seu favor.

Como essa “entidade misteriosa” ajuda na gestão de saúde

Não é fácil para um leigo entender o que é como funciona um algoritmo, essa presença um tanto envolta em mistério de que cada vez mais gente ouve falar, principalmente em artigos relacionados às mídias digitais, em particular as redes sociais e outras plataformas de conteúdo, como o Youtube e o Spotify.

Trata-se de uma espécie de equação matemática na qual se baseia a assim mal batizada “inteligência artificial” (termo controverso que abordaremos em artigo futuro), conceito mais ou menos genérico que se aplica a funções da tecnologia computacional como fazer análises e executar ações baseadas em informações fornecidas previamente.

Quando você entra na mais famosa plataforma de vídeos e procura conteúdos sobre o tema futebol, por exemplo, a tecnologia por trás dela captura, pelos dados inseridos na sua busca, que esse assunto é de seu interesse (ou pelo menos foi, naquele momento). É assim que poderá sugerir outros conteúdos semelhantes da próxima vez que você acessar a mesma plataforma devidamente identificado, seja por ter efetuado um login, seja pelo IP do seu dispositivo (o código único que identifica cada equipamento conectado à Internet).

A principal crítica aos algoritmos é uma suposta capacidade que eles teriam de “pasteurizar” o pensamento das pessoas, pois se elas são sempre induzidas a consumir o mesmo tipo de conteúdo não teriam um saudável estímulo para ampliar seus conhecimentos e interesses, ficando reféns de uma espécie de bolha limitadora da percepção e da inteligência. Isso tem sido pautado inclusive grandes discussões acadêmicas.

Mas as coisas mudam quando se pensa na grande utilidade dos algoritmos para automatizar funções que seriam muito demoradas, custosas e bem menos eficientes - talvez inviáveis - se realizadas todas manualmente por um ser humano. Três bons exemplos são as programações que permitem automatizar sinais de trânsito, operações financeiras e aparelhos de GPS, que tornam a vida muito mais fácil.

Outro bom exemplo, e ponto mais importante desse texto, é a gestão da saúde numa empresa, altamente baseado em dados organizados que permitem estabelecer padrões indispensáveis para estabelecer políticas e implementar ações eficientes, especialmente no que tange à medicina preventiva.

Exemplifiquemos: ao constatar que um paciente fez diversos procedimentos relacionados ao diagnóstico de um possível tumor maligno, a “inteligência artificial” fará seu trabalho, identificando um potencial risco de câncer; se os dados indicarem que boa parte da equipe tem hábitos sedentários, fica-se sabendo que muitos poderão ter problemas de saúde relacionados a esse comportamento.

E como grande parte dos inputs são feitos nos sistemas com um delay que pode ser de até cerca de 30 dias, os algoritmos se tornam ainda mais necessários na identificação de padrões, realizando o trabalho que nem um exército de analistas conseguiria, com a mesma precisão, no mesmo prazo. Os algoritmos permitem fazer 3 tipos de análise: descritiva, preditiva e prescritiva. Explicaremos melhor cada uma delas em blogs futuros.

Neste momento, queremos que você saiba que a SICCS realiza a captura de informações dos clientes direto na fonte e faz o acompanhamento de internações e autorizações de cirurgia in real time, além de ações voltadas para pacientes crônicos, gestantes, afastados etc. Também falaremos mais detalhadamente sobre essas ações nas próximas matérias.

Mas, desde já, você pode ficar consciente e tranquilo de que aplicamos o melhor da tecnologia, da melhor forma, para otimizar a gestão de saúde na sua empresa. Nesse caso, o algoritmo está a seu favor.


Saúde tem limites?

Digamos que um usuário de plano de saúde precise consultar um profissional de fisioterapia ou terapia ocupacional e seu caso se encaixe no atual limite mínimo obrigatório de cobertura definido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Sabe a quantas consultas ele teria direito? Apenas duas.

Outro exemplo: no caso de o profissional de saúde ser um psicólogo ou fonoaudiólogo, as coberturas obrigatórias mínimas são, respectivamente, de 12 e 24 sessões/ano. Divida-se o número de sessões pelo número de semanas ou mesmo de meses de um ano e parecerá claro que a quantidade autorizada é insuficiente para tratamentos que, para atingir resultados minimamente satisfatórios, quase sempre precisam de frequência e continuidade.

É verdade que esses são os atuais limites mínimos, e dependendo do problema tratado os números podem ser muito maiores - às vezes, com uma diferença na casa das dezenas. Mas a questão é que não parece razoável que as coberturas tenham um limite que tende a ser meramente numérico, e que o protagonismo desse cálculo não seja a saúde do usuário.

Isso muda a partir de 1º de agosto de 2022, data em que começa a vigorar uma decisão da ANS que põe fim à limitação do número de consultas e sessões com psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. Os atendimentos cobertos passarão a respeitar a prescrição do médico e não será mais preciso que a condição do paciente se encaixe numa lista restrita de diagnósticos.

A medida vale para usuários com qualquer doença/condição listada na Classificação Internacional de Doenças (CID), da Organização Mundial de Saúde (OMS), que tem cerca de 55 mil classificações. O convênio, portanto, será obrigado a cobrir qualquer tratamento prescrito pelo médico e que seja reconhecido pela comunidade científica.

Esta nova regra parece vir no rastro da polêmica causada pela definição jurídica de que o rol de procedimentos da ANS deve ser considerado taxativo (leia a matéria a respeito aqui em nosso blog) e da subsequente decisão, já em vigor - e provavelmente motivada pela pressão da opinião pública - que ampliou as coberturas para usuários com transtornos globais do desenvolvimento, como o autismo.

Evidentemente, a decisão terá impacto financeiro sobre as operadoras dos planos de saúde, que até o momento preferiram não se manifestar ou fazê-lo apenas de forma neutra e genérica, dizendo que “obedecem a todas as regras do setor”.

O que se pode depreender desta “movimentação” é o setor está passando por uma relevante fase de ajustes - talvez precipitada pela ênfase na pauta “saúde” durante a pandemia - cujo desfecho ideal é um cenário em que os interesses empresariais e as necessidades de usuários tendam ao equilíbrio, num jogo de forças contínuo, inevitável e até saudável em economias de mercado (como aspiramos a ser).

Todos sabem que a associação entre os conceitos de “mercado” e “saúde” é altamente delicada e complexa, mas também quase todo mundo concorda que a saúde suplementar é hoje peça fundamental na vida de muitos e muitos brasileiros. Um setor robusto, ao mesmo tempo justo e economicamente sustentável, com certeza precisa oferecer aos usuários tudo que eles necessitam para cuidar da própria saúde - nem mais, nem menos.

 

Fontes
www.g1.globo.com
www1.folha.uol.com.br
www.veja.abril.com.br/saude
www.istoedinheiro.com.br


Quando a automação torna as coisas mais humanas.

Em anos recentes, levantamentos feitos junto a empresas - às vezes milhares delas - indicaram que a administração de benefícios continua sendo uma das maiores dificuldades das corretoras de seguros que atuam neste segmento. Ou, como o ambiente corporativo prefere dizer eufemisticamente hoje em dia (tentando ingenuamente aposentar o adjetivo “difícil”), essa é uma área que oferece grandes “desafios”.

Trocando mais uma palavrinha, para ficar alinhados ao jargão da área, podemos definir a gestão de benefícios com o seguinte enunciado: um conjunto de mecanismos alinhados à visão da organização para oferecer outras formas de remuneração aos colaboradores além de seu salário, com o objetivo de gerar resultados em relação à motivação da equipe, ao aumento da produtividade e à atração e retenção de talentos.

Particularmente durante crises econômicas, a tendência é que as empresas tenham grande turnover de funcionários (rebatizados, como o leitor bem sabe, de colaboradores), tornando necessário que as corretoras disponham de soluções práticas para oferecer suporte aos seus clientes na automação da gestão de seus profissionais - e liberando o RH para se dedicar a outras demandas.

Quando questionados em pesquisas, mais da metade dos gestores manifestam ter dificuldades para contratar benefícios, seguráveis ou não - como plano de saúde, seguro de vida, vale-refeição, vale-transporte, entre outros - e manter atualizados os cadastros de colaboradores e dependentes. Vale lembrar que com uma boa gestão é possível manter o colaborador motivado mesmo com a redução do custo com benefícios.

Isso acontece porque a automação da gestão dá maior visão e controle ao gestor, facilitando e otimizando o processo de tomada de decisão em relação aos benefícios e seus custos, a ponto de viabilizar a manutenção do que é oferecido ao colaborador e mesmo assim atenuar o impacto econômico sobre a empresa. Uma vantagem do simples, mas valioso, uso da racionalidade.

Atenta às demandas do mercado, particularmente às necessidades de seus clientes, a SICCS disponibiliza uma plataforma exclusiva de gestão de benefícios que integra pessoas, processos e tecnologia, oferecendo diferenciais como automação, segurança, visão estratégica, interatividade, rastreabilidade e, principalmente, cooperação/conexão ágil e inteligente: seu nome é SICCS Services.

Completa e abrangente, entre as características citadas acima a plataforma SICCS Services inclui parâmetros para a emissão de alertas que evitam que a tomada de decisão seja postergada ou negligenciada, descumprindo prazos fundamentais para o negócio.

Se você se importa simultaneamente com a qualidade de vida dos seus colaboradores, com uma atuação mais estratégica do RH e com os resultados da empresa - e tem a percepção, correta, de que tudo isso está inevitavelmente relacionando - precisa conhecer a nossa plataforma SICCS Services. Ela demonstra que colocar as pessoas em primeiro plano significa fazer a mesma coisa com a sua empresa, praticamente ao mesmo tempo.

 

Fontes
www.revistaapolice.com.br
www.bwg.com.br
www.rhportal.com.br


Rol taxativo: nuances

Maniqueísmo é uma visão de mundo com origens filosófico-religiosas que concebe a vida segundo um dualismo entre poderes opostos e incompatíveis: algo como o bem e o mal absolutos. É de uma concepção maniqueísta que surgem mocinhos e vilões recorrentes e estereotipados em filmes de Hollywood e - mais grave - polarizações políticas como a que vivemos no Brasil hoje. É uma atitude maniqueísta que faz as pessoas “abandonarem” a racionalidade e ficarem cegas a nuances de questões complexas.

O assim chamado rol taxativo, que vem sendo muito falado e discutido desde o início de junho, é uma questão que parece ter sido talhada sob medida para suscitar opiniões e posturas maniqueístas. Há cerca de 3 semanas, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a lista de tratamentos cobertos por planos de saúde - o chamado “rol” da Agência Nacional de Saúde (ANS) - deve ser considerada taxativa, o que supostamente desobriga os convênios médicos a cobrir procedimentos (exames, terapias, cirurgias, fornecimento de medicamentos) que não estejam nela previstos.

De um lado, porta-vozes das operadoras de saúde falam de um cenário “catastrófico” caso a decisão tivesse sido em contrário (considerando o rol como exemplificativo), o que abriria margem para que fossem contemplados procedimentos não previstos na lista, inclusive por vias judiciais. A alegação, plausível, é que sem saber quais tratamentos são obrigados a oferecer, por lei, os planos não têm a previsibilidade de custos indispensável para calcular o valor dos serviços que oferecem.

De outro lado, muitos pacientes - inclusive com doenças graves e crônicas - que hoje recebem tratamento devido a liminares e outros mecanismos legais, alegam que a exclusão de procedimentos possivelmente resultante da decisão do STJ terá impacto tão profundo no atendimento às pessoas que vai acabar tirando vidas. Também é um argumento bastante forte e impossível de ignorar.

Qual seria, então, a decisão mais “correta”, mais adequada, “do bem”? Provavelmente, ela não existe: é uma imposição da realidade que em muitos casos não há uma alternativa em que todos saiam ganhando, ou ninguém se sinta, em alguma medida, prejudicado. Para evitarmos o maniqueísmo, portanto, vamos falar das nuances.

As nuances

Parece óbvio que uma prestadora de serviço - qualquer serviço - saiba previamente o que é obrigada a “entregar” por lei, para que possa se planejar. Quando a regulamentação é demasiadamente aberta, ou vaga, sempre haverá distorções e, talvez, abusos por parte do consumidor. 

Embora seja uma empresa prestando um serviço e cobrando por ele, o tema saúde é e sempre será sensível, e talvez não seja adequado, nem desejável, nem humano, que o segmento seja regido pela mesma lógica de outras áreas, nas quais a busca (legítima) exclusivamente por lucro não tem o potencial de comprometer saúde e vidas. 

A decisão do STJ não obriga as demais instâncias da Justiça a seguir seu entendimento, embora o julgamento sirva de orientação e provavelmente represente uma mudança na jurisprudência.

A decisão prevê exceções, como terapias expressamente recomendadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), tratamentos para câncer e medicações off-label (usadas, com prescrição médica, para tratamentos que não constam na respectiva bula).

É possível contratar cobertura ampliada ou negociar aditivo contratual, e não havendo substituto terapêutico no rol, ou quando esgotados os procedimentos nele incluídos, pode haver, em caráter excepcional, a cobertura de tratamentos indicados por profissionais de saúde.

A imprevisibilidade financeira da operadora acaba por encarecer o plano adquirido por todos, pois é necessário que sua operação seja economicamente sustentável. Assim, o rol taxativo também tem potencial para beneficiar pacientes, ampliando o acesso à saúde suplementar ou diminuindo a pressão financeira sobre os já associados/usuários.

O que mudou foi a orientação jurídica para o entendimento do rol, agora visto como taxativo, mas o rol em si não está “congelado” e passa por atualizações periódicas de acordo com o desenvolvimento da ciência e da medicina. Ao entrar no rol, um tratamento para a ser obrigatoriamente coberto pelos planos. Há poucos dias, aliás - talvez já sob o efeito de certa pressão popular pós-decisão do STJ, que teve até vídeo de celebridade “global” nas redes sociais - a ANS decidiu ampliar as coberturas do rol para pessoas com transtornos globais do desenvolvimento, entre os quais está o transtorno do espectro autista (TEA).

É verdade que as operadoras de saúde têm junto à população em geral uma persistente imagem de quem pratica reajustes abusivos, alegando algo como “aumento dos custos de insumos e tecnologias da saúde”, também uma definição bastante genérica e vaga - como afirmam ser o rol exemplificativo.

A pouca transparência na relação com os clientes, resultante disso, faz com que eles tendam a não acreditar na redução de preços mesmo com a decisão sobre o rol taxativo. Justificada ou não - ou válida em alguns casos e noutros não - essa imagem não favorece discussões e decisões equilibradas e precisa ser considerada pelos players do mercado.

Antes do fechamento deste nosso artigo, um partido político entrou no Supremo Tribunal Federal com ação direta de inconstitucionalidade para suspender a interpretação que definiu o rol da ANS como taxativo. Como se sabe, no STF tudo pode acontecer, e recentemente têm dominado por lá decisões um tanto quanto improváveis.

O importante para quem tem de se demorar sobre a questão, como nós e nossos clientes, é tentar formar uma opinião baseada na realidade, em fatos, mas também conhecendo e respeitando perspectivas diversas e tendo em mente que, qualquer que sejam os desdobramentos futuros, alguém sairá contrariado. É a dinâmica da vida, em muitos casos.

Para enfrentá-la de forma produtiva, talvez o ideal seja aplicarmos ao máximo a característica que nos diferencia: a racionalidade. É mais fácil chegar à melhor solução para a maioria quando se dialoga sem o calor das paixões, sem rigidez e preconceito, sem ideologias extremas, sem considerar que sempre há bandidos e vilões - sem maniqueísmo.

 

Fontes
www.revistaapolice.com.br
www.g1.globo.com
www.stj.jus.br
www.noticias.uol.com.br/saude
www.oncoguia.org.br
www.jota.info


Sintomas menos conhecidos da depressão.

As muitas vezes em que a depressão já foi explorada em matérias jornalísticas, particularmente depois do surgimento da pandemia - devido ao aumento de casos resultante de vários aspectos do confinamento - popularizou em certa medida seus sinais e sintomas. É importante que fique claro que estamos falando da depressão em sua acepção mais técnica, uma doença de natureza psíquica, o que é bem diferente do “estar deprimido” usado popularmente, como esclarecemos anteriormente neste blog.

O rol de sintomas mais comuns e até mesmo o estereótipo que aparece em filmes, novelas e séries - razoavelmente preciso, mas incompleto - acaba por não contemplar certas manifestações menos comuns da depressão, algumas delas aparentemente contraditórias com o estado depressivo ou que surgem nos primeiros estágios de desenvolvimento desse mal que, estima-se, atinge mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo.

Qual o estereótipo? Uma pessoa confinada em seu quarto escuro, com expressão de tristeza contínua, sofrimento psíquico evidente nas expressões faciais e na postura corporal, sem vontade de sair, trabalhar, conversar, se alimentar, fazer coisas de que normalmente gostava e até mesmo tomar banho. Também é comum retratar a pessoa que enfrenta a depressão como alguém que dorme o dia todo, como se buscasse refúgio no sono. Em suma, um indivíduo totalmente prostrado.

Repetimos: esse quadro típico (e estereotípico) é bastante preciso, mas há manifestações da doença não tão conhecidas que podem “escapar” da percepção da pessoa que os apresenta e dos entes queridos que a rodeiam. Um bom exemplo é a insônia. Alguém pode apresentar insônia por diversos motivos e o quadro pode se restringir a um distúrbio do sono, mas em certos casos ela é um sinal de depressão, ou pelo menos um prenúncio de sua ocorrência.

Outro caso é a dificuldade de concentração, normalmente associada ao “simples” estresse ou a quadros de ansiedade. É fato que existe essa relação, mas também pode ser que a dificuldade de foco em certas tarefas que a pessoa já estava acostumada a realizar seja um sintoma depressivo. Sem falar que ansiedade e depressão não são excludentes, ao contrário: embora sejam duas coisas diferentes, é bastante frequente que ocorram ao mesmo tempo e que uma seja gatilho da outra.

Um terceiro exemplo: irritabilidade. Se quase todo mundo espera que quem está em depressão seja uma pessoa prostrada, como ela pode estar irritadiça e, em certa medida, agressiva? Ocorre que a depressão está relacionada a um desequilíbrio bioquímico no cérebro que altera o estado de humor, e essa instabilidade pode acontecer tanto para “o lado de lá” (falta de energia) como para o “lado de cá” (intensificação da agitação relacionada a emoções negativas).

Outro item importante, pouco mencionado quando se fala de depressão, é a agitação psicomotora, um estado de inquietação e movimentação excessiva associada a estados de tensão e reatividade aumentada a estímulos externos - algo que também não parece combinar com a ideia de uma pessoa sem energia, “vencida” pelo estado depressivo, mas que, sim, pode ser sinal do distúrbio.

Fazem parte também dessa lista de sintomas menos conhecidos a ocorrência dor de cabeça constante (que pode ser causada pelas noites mal dormidas) e dores no corpo sem causa evidente, como dor nas costas, dor de estômago, sensação de peso nas pernas. Claro que não esgotamos aqui os sintomas possíveis, nem que esses que citamos indicam, sozinhos, a ocorrência de depressão - que só pode ser diagnosticada clinicamente, por um médico, de preferência um psiquiatra. Mas é importante ficar atento quando esses sinais se manifestam e buscar orientação se perdurarem.

Tanto do ponto de vista médico como da perspectiva jurídica e legal, há amparo para que se estabeleça nexo de causalidade (relação de causa e efeito) entre condições de trabalho e depressão, com consequências previdenciárias e trabalhistas diretas, de direito à emissão de CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho) para o colaborador, passando por auxílio-doença acidentário e chegando até a 1 ano de estabilidade após alta do INSS - entre outros.

Mais um motivo para que empreendedores e gestores fiquem sempre atentos a possíveis manifestações, bem típicas ou nem tanto, de depressão nos colaboradores. Além, é claro, da razão principal: a valorização, em todos os aspectos, do fator humano.

 

Fontes
www.drauziovarella.uol.com.br
www.tuasaude.com
www.jusbrasil.com.br


Beleza importa?

Se é relevante para a autoestima, é importante para a saúde.

A grande e acalorada discussão sobre imposição de padrões estéticos pode confundir a cabeça de quem ainda acha que todos têm o direito de achar algo ou alguém feio ou bonito (o que não significa avaliar só por isso, nem expressar essa opinião de forma inconveniente). Certamente existem padrões e certamente existe pressão social para atingi-los, mas daí a acreditar (sem demonstrar) que esses padrões são totalmente arbitrários e que as pessoas são indefesas frente à pressão social há uma longa distância.

Acontece que biólogos e estudiosos do comportamento já demonstraram fartamente que aquilo que as pessoas (na média), consideram atraente está diretamente relacionado a sinais de fertilidade e outras qualidades de “sobrevivência na selva”, ambiente em que viviam nossos ancestrais, com os quais compartilhamos nossa genética (quase toda). Não é uma opinião, é um fato.

Assim, uma determinada proporção entre busto/cintura/quadril na mulher indica (estatisticamente) uma maior capacidade para ter filhos (procriar, preservando a espécie) e um queixo de determinado formato no homem é uma marca biológica tanto de sua capacidade reprodutiva como da competência de caçar a refeição do dia e lutar contra o predador que vê, ou via, na nossa espécie sua refeição. Outro padrão identificável comum a várias culturas é a simetria - tanto que traços simétricos são chamados de “beleza clássica” (uma das definições de “clássico” é “aquilo que perdura”).

Uma ideologia extremista hoje praticamente predominante em várias mídias, tradicionais e digitais, prega que simplesmente reconhecer a existência de algo que pode ser chamado de “natureza humana” (e, portanto, desses marcos biológicos) é condenar as pessoas a determinado papéis e funções na sociedade. Em vez de reconhecer a existência e relevância das tendências biológicas e desvinculá-las das escolhas sociais individuais, muita gente prefere negar, ou desprezar, as evidências.

Pensar estatisticamente é algo um tanto complicado, nem todo mundo entende que predominância estatística não significa inexistência de variação. Portanto, embora a provável maioria dos seres humanos se sintam atraídos, a princípio, por certas características físicas, dentro da variação estarão aqueles que preferem outra coisa, e a própria convivência social pode acionar outros mecanismos de atração e estabelecimento de vínculos afetivos.

Mas, normalmente, é sobre um padrão biológico de atração identificável que se desenvolvem, por exemplo, hábitos como ir à academia, ao salão de beleza ou a uma clínica de tratamentos estéticos. A mudança não vai necessariamente “definir” a pessoa, mas pode deixá-la mais atraente, segundo certos critérios que acabam se tornando técnicos porque baseados na premissa estatística. E, ao sentir-se mais atraente, essa pessoa experimenta um reforço em sua autoestima, o que contribui para seu bem-estar.

Parece bastante ingênuo (e um tanto narcísico...) pensar que as pessoas cuidam da própria aparência pensando só em si mesmas. Os outros nos veem “por fora” muito mais tempo do que nós mesmos, e se só nosso próprio olhar no espelho importasse, não haveria em nossa espécie essa capacidade de identificar sinais de força e fertilidade nos outros.

Nada disso pode ser uma prisão, algo obrigatório ou compulsório, e parece melhor pensar nas pessoas - pelo menos as adultas - como sendo capazes de resistir à pressão social que tentaria “oprimi-las” do que condenar sumariamente quem gosta ou concorda com o padrão e decide buscá-lo. O problema é quando se vive só em função disso, subestimando aspectos de uma vida interior que envolve aspectos psicológicos, intelectuais etc.

Mas estar satisfeito com a aparência que se apresenta ao mundo é um fator importante para a saúde emocional, conceito que já citamos aqui quando abordamos o tema saúde integral. O mais importante - e civilizado - é que se a escolha de alguém for tentar realçar sua beleza baseando-se em padrões sociais, originados por drives biológicos, isso seja respeitado (exceção aos casos patológicos, que embora muito comentados parecem ser minoria).

A seu modo, e intuitivamente, ao investir em si mesma para ficar bonita a pessoa está cuidando, ao mesmo tempo, de sua saúde.