Saúde começa pela boca

A importância da saúde bucal para a saúde geral

Enquanto os sorrisos de famosos/celebridades de todos os naipes se pasteurizam, evidenciando uma “perfeição” estética artificial que muitos profissionais da odontologia veem com severas reservas, parece ainda mais relevante falar da saúde bucal, essencial para o bem-estar e a qualidade de vida. A saúde bucal vai muito além da estética ou da simples prevenção de cáries, envolvendo impactos significativos sobre a saúde do organismo como um todo.

Ocorre que a boca desempenha papel vital, sendo uma porta de entrada para nutrientes, mas também para microrganismos, que podem desencadear infecções e doenças sistêmicas graves se não forem controlados adequadamente. Problemas bucais, como cáries e doenças gengivais, estão diretamente relacionados a condições como doenças cardiovasculares, respiratórias e complicações para pessoas com diabetes e gestantes.

Assim, o cuidado bucal é uma questão de saúde geral - ou, como vem se tornando praxe definir hoje, integral - com efeitos que se refletem em diversos sistemas do corpo. Vejamos alguns aspectos.

Conexão entre saúde bucal e doenças sistêmicas

A relação entre saúde bucal e doenças sistêmicas está amplamente documentada. Pessoas com diabetes, por exemplo, apresentam maior risco de desenvolver doenças gengivais. Por outro lado, inflamações periodontais aumentam a resistência à insulina, dificultando o controle glicêmico. Essa relação é tão significativa que a Associação Americana de Diabetes recomenda atenção redobrada à higiene bucal como parte do manejo do diabetes.

Além disso, infecções como a periodontite podem liberar bactérias na corrente sanguínea, contribuindo para problemas cardiovasculares, como a endocardite bacteriana, uma inflamação nas estruturas internas do coração que pode ter consequências graves. O Ministério da Saúde do Brasil ressalta que a boca é um ambiente propício para a proliferação de bactérias e vírus, que podem afetar diretamente o sistema cardiovascular e pulmonar, especialmente em idosos e pessoas com imunidade baixa.

Impacto na saúde respiratória e durante a gravidez

Estudos demonstram que infecções bucais também aumentam o risco de doenças respiratórias. Em idosos e pessoas com dificuldade de deglutição, bactérias orais podem ser inaladas, elevando a incidência de pneumonia e outras complicações respiratórias graves. A saliva desempenha um papel importante no controle bacteriano, e problemas bucais que interferem na produção salivar afetam diretamente a saúde do sistema respiratório.

A saúde bucal tem um papel significativo durante a gravidez: mulheres com doenças periodontais apresentam até 7 vezes mais risco de parto prematuro e nascimento de bebês com baixo peso. A inflamação causada pela periodontite pode alcançar a placenta e desencadear uma resposta inflamatória que acelera o trabalho de parto. Portanto, a saúde bucal adequada é essencial para proteger a saúde tanto da mãe quanto do bebê.

Panorama da saúde bucal no brasil e ações públicas

No Brasil, a saúde bucal da população é uma área prioritária para a saúde pública, refletida nas iniciativas do programa Brasil Sorridente. Segundo os dados mais recentes da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil 2023), que avaliou mais de 40 mil brasileiros em 27 capitais e 403 cidades do interior, a saúde bucal tem melhorado, mas ainda apresenta desafios significativos.

Entre as crianças de 5 anos, por exemplo, 53,17% estavam livres de cáries, uma melhora considerável em relação ao levantamento anterior, de 2010, quando esse índice era de 46,6%. Esse avanço foi mais acentuado nas regiões Sul e Sudeste, que registraram aumentos de 40,7% e 21,9%, respectivamente. No entanto, na região Centro-Oeste, houve uma leve redução na proporção de crianças sem cáries.

Entre a população adulta, a pesquisa SB Brasil 2023 indicou que a cárie dentária ainda é uma condição prevalente, especialmente em regiões de menor renda, o que reforça a necessidade de políticas públicas eficazes que garantam acesso a cuidados odontológicos. Além disso, adultos entre 35 e 44 anos e idosos entre 65 e 74 anos apresentam uma alta demanda por próteses dentárias, destacando uma necessidade contínua por intervenções de reabilitação.

Medidas preventivas para a saúde bucal e geral

Para manter uma saúde bucal adequada, a receita é bem conhecida: recomenda-se a escovação dos dentes ao menos duas vezes ao dia, o uso de fio dental diariamente e visitas regulares ao dentista. A redução do consumo de açúcares e alimentos processados também é essencial, pois esses produtos são fatores que contribuem para o desenvolvimento de cáries. A ingestão adequada de água ajuda a manter a produção salivar, o que é crucial para controlar a proliferação bacteriana na boca e prevenir infecções.

O Ministério da Saúde enfatiza uma abordagem preventiva e integrada, em que o acompanhamento odontológico faz parte dos cuidados gerais de saúde, considerando que os problemas bucais têm implicações diretas para a saúde sistêmica. Políticas como o Brasil Sorridente buscam oferecer acesso mais amplo aos serviços odontológicos, especialmente para comunidades vulneráveis, e promover a conscientização sobre a importância da saúde bucal como parte da saúde integral.

Resumindo...

A saúde bucal é fundamental para a saúde geral e engloba cuidados que vão além de dentes e gengivas. Mantê-la em boas condições previne uma série de doenças que afetam diversos sistemas do corpo. Por isso, o incentivo a hábitos diários de higiene e a conscientização sobre a importância de consultas regulares ao dentista são medidas essenciais.

O Brasil tem avançado significativamente na promoção da saúde bucal com políticas públicas como o Brasil Sorridente, que desempenha papel fundamental ao garantir acesso ao tratamento e promover a conscientização em saúde bucal, um pilar crucial na saúde pública, com benefícios que ultrapassam o cuidado odontológico e refletem diretamente no bem-estar geral da população.

Ao dar visibilidade ao assunto, a SICCS - que dispõem de soluções de seguro para cuidar da saúde tanto de equipes empresariais como de indivíduos - visa a contribuir para maior compreensão sobre o tema, favorecendo assim a evolução dos cuidados de todos com a saúde bucal. Despertar e manter sorrisos também faz parte do nosso trabalho.

Fontes
www.crosp.org.br
www.iess.org.br
www.apcd.org.br
www.gov.br/saude
www.scielo.br

Motivos para ter gratidão

Uma reflexão no Dia da Ação de Graças *

Dê graças pelo novo dia, a cada dia, é mais um pedacinho de vida que se inicia, e como na vida tudo pode acontecer, o começo de um novo dia é o início de uma pequena aventura. Talvez, grande...

Dê graças por sua saúde, seus olhos, seus ouvidos, seus lábios, suas mãos, suas pernas, sua pele, seu coração, seu pulmão. Olhar, ouvir, saborear, andar, tocar, respirar, emocionar-se são parte importante da aventura da vida. Se acaso você tiver limitações para fazer alguma dessas coisas, talvez isso seja uma aventura também.

Dê graças pelos amores que você já encontrou e encontrará na vida, sejam de que natureza forem: amizades, flertes, namoros, romances, família - a de que você veio e a que você formou. Dê graças em especial por seus filhos... seus filhos... seus filhos! Filhos são uma das maiores aventuras da vida. Talvez, a maior.

Dê graças também pelos momentos em que está sozinho: são uma grande oportunidade de descobrir como é estar em sua própria companhia. Descobrir-se, perceber-se, reconhecer-se, sentir até onde vai sua dependência e independência dos outros, chama-se de autoconhecimento - uma forma profunda de se aventurar.

Dê graças pelo trabalho que você escolheu realizar, a profissão dos seus sonhos, a atividade em que se encontrou, ou talvez aquela outra, que invadiu sua vida e hoje gera seu sustento e prosperidade. O equilíbrio entre vocação e disciplina, talento e oportunidade, preferência e pragmatismo pode ser uma grande aventura também.

Dê graças pelos antepassados corajosos que migraram, fizeram grandes viagens arriscadas, enfrentaram a natureza, venceram, plantaram, colheram, produziram alimento para os avós dos seus avós do seus avós. Em outro lugar, não tão distante, pessoas que se aventuraram como eles inspiraram esse gesto de dar graças, e também graças a eles você está aqui hoje, tendo a chance de ser grato por viver sua própria aventura.

Dê graças à Divindade, aos céus, ao universo, e se você não acreditar em nada transcendental, dê graças simplesmente à natureza, que, mesmo pelo acaso, está permitindo que você viva a aventura da sua vida neste momento.

E, não se esqueça, dê graças também à ideia de cuidado, que tantos, por tanto tempo, descobriram formas engenhosas de produzir, ampliar, aperfeiçoar, distribuir, providenciar. Sem o contraponto da cautela, da autopreservação, da proteção de quem e daquilo que se ama, aventurar-se provavelmente seria apenas a imaturidade e irresponsabilidade de arriscar-se sem sentido.

Portanto, não se acomode, mas dê graças por existir essa preciosa noção de sobrevivência, de continuidade, de tranquilidade, de conforto para si e para os seus. Não há nenhum problema nisso... Segurança talvez seja, enfim, a busca final de toda aventura.
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* O Dia de Ação de Graças (Thanksgiving) é um feriado tradicionalmente celebrado nos Estados Unidos na quarta quinta-feira de novembro. É um momento de reflexão e gratidão, com raízes históricas e culturais que remontam aos primeiros colonos europeus na América (os “peregrinos”), que após enfrentar um inverno rigoroso e grandes perdas tiveram uma colheita bem-sucedida em 1621 e para celebrar, organizaram um banquete de gratidão, considerado por muitos como o primeiro Thanksgiving. A data foi oficializada como um feriado dedicado a celebrar a gratidão e a união nacional feriado nacional em 1863, durante a presidência de Abraham Lincoln. No Brasil, o Dia de Ação de Graças não é amplamente celebrado como nos Estados Unidos, mas existe e também é comemorado na quarta quinta-feira de novembro, seguindo o calendário americano. A data, inspirada por Joaquim Nabuco - que se encantou com a celebração enquanto servia como embaixador brasileiro nos Estados Unidos no início do século XX - foi instituída oficialmente no país pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, por meio da Lei nº 781, de 17 de agosto de 1949.

Vamos falar sobre câncer de próstata?

Com o diagnóstico precoce, as chances de cura chegam a 90%. 

O início do penúltimo ano do mês é um bom momento para falar sobre um dos primeiros cuidados que todo homem precisa ter com a própria saúde: o combate ao câncer de próstata. O momento é ideal porque, numa iniciativa que felizmente a cada ano fica mais conhecida, este mês é dedicado ao tema (lembre-se que neste artigo consideramos somente os aspectos biológicos, não a complexa discussão sobre identidade de gênero).

Novembro Azul é derivado de um movimento que surgiu na Austrália, em 2003, e que acontece nesse mês porque 17 de novembro é o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. Hoje, tornou-se uma campanha anual realizada com o objetivo de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de próstata, uma doença grave e silenciosa, que evolui lentamente e quase sempre só provoca sintomas quando está em estágio avançado.

A idade é o principal fator de risco para o câncer de próstata, sendo esse tipo de neoplasia a de maior incidência em homens a partir dos 60 anos, assim como histórico familiar da doença antes dessa idade e obesidade para certos tipos histológicos. Destaca-se também a exposição a agentes químicos relacionados ao trabalho, responsável por 1% dos casos.

Estima-se que haverá, no Brasil, mais de 70.000 novos casos de câncer de próstata no triênio 2023-2025. Atualmente, a doença é a 2ª maior causa de óbito por câncer nos homens, confirmando sua relevância epidemiológica e a importância da conscientização sobre o tema. Felizmente, as estatísticas também indicam que, quando há o diagnóstico precoce, as chances de cura são de 90%. A melhor forma de identificar logo o surgimento da doença é realizar uma combinação entre um exame de sangue (PSA) e o toque retal.

É muito importante entender e aceitar que esse dois exames são complementares, tanto porque o PSA pode estar alterado por outros problemas da próstata não relacionados a um câncer quanto por ser possível que o exame de sangue esteja normal e mesmo assim haja um câncer. Cerca de 20% dos casos são diagnosticados somente na realização do exame de toque retal. Em nome da própria saúde, os homens precisam aprender a desvincular esse exame rápido (30s a 60s) de qualquer associação com sua orientação sexual. 

Homens com 45 anos e fatores de risco - como casos em homens da mesma família com menos 60 anos e cor negra (a doença é mais frequente em homens negros), entre outros - precisam realizar o exame de PSA e o toque retal regularmente a partir dessa idade. Homens com 50 anos ou mais, mesmo quando não há fatores de risco, devem procurar um médico, preferencialmente um urologista, para realizar os dois exames regularmente. Em ambos os casos, a frequência ideal será definida pelo médico.

O tratamento do câncer de próstata depende do estágio da doença, da idade do paciente e de seu estado de saúde. As abordagens mais comuns são a extração cirúrgica da glândula, a radioterapia e a terapia hormonal, isoladas ou combinadas. O tratamento precisa ser sempre individualizado, e de acordo com o tipo de câncer e a idade do paciente existe a possibilidade de fazer a chamada vigilância ativa, em que apenas se monitora a doença para fazer alguma intervenção quando, e se, necessário.

Vários especialistas acreditam haver forte relação entre uma menor incidência do câncer de próstata, e de formas mais graves da doença, e um estilo de vida mais saudável - que é sabidamente uma boa forma de evitar várias doenças. Por isso, além do cuidado permanente com a saúde da próstata, o homem pode se cuidar incorporando ao dia a dia uma alimentação saudável e equilibrada, atividade física regular, combate ao excesso de peso (um fator de risco já citado acima), ao tabagismo e ao excesso de álcool. 

Neste mês dedicado ao combate ao câncer de próstata, reforçamos o incentivo que já demos aqui mesmo em anos anteriores: informe-se, mobilize-se, supere o preconceito - ou estimule os homens que você conhece a superá-lo. Nosso argumento também é o mesmo, porque continua válido e muito forte: o diagnóstico precoce salva vidas.

 

Fontes
www.bvsms.saude.gov.br
www.gov.br/inca/pt-br
www.mundoeducacao.uol.com.br
www.oncoguia.org.br
www.saopaulo.sp.gov.br
www.uol.com.br/vivabem


O cancelamento pode ser cancelado.

PL prevê proibição de rescisão unilateral dos planos de saúde

O que apareceu nas notícias e nos protestos dos consumidores nas redes sociais (inclusive aquela que anda proibida por aqui) não é uma percepção equivocada: o aumento de cancelamentos unilaterais de planos de saúde tornou-se alarmante e tem causado preocupação entre consumidores e órgãos reguladores. Segundo a ANS, houve um salto de 60% nas reclamações entre 2019 e 2023, com 17.345 registros apenas em 2023.

Pela legislação atual, para planos individuais e familiares o cancelamento só pode ocorrer em casos de inadimplência por mais de 60 dias ou fraude comprovada, sendo necessário realizar notificação prévia e processo administrativo conduzido pela ANS. Já nos planos coletivos, responsáveis pela maioria dos contratos no Brasil, a operadora pode rescindir o plano sem explicações após o término da vigência inicial, desde que haja notificação prévia com 60 dias de antecedência.

A justificativa das operadoras, como a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), é que a medida visa a garantir a sustentabilidade econômica e a qualidade do serviço prestado, além de “suspeitas de fraudes” (como se uma mera suspeita justificasse a suspensão de serviço tão vital). Evidentemente, a prática gerou grande insegurança entre os usuários, muitos surpreendidos durante tratamentos em andamento, inclusive de doenças graves (apesar da proibição de cancelamento durante internações).

Nesse cenário confuso e litigioso, um senador do Rio Grande do Norte apresentou em agosto o PL 3.264/2024, propondo alterações na Lei 9.656/1998 (que regulamenta os planos e seguros privados de assistência à saúde), de modo a impedir a rescisão unilateral de contratos durante tratamentos contínuos e estabelecer novas regras para a manutenção de uma rede credenciada compatível. A ideia é garantir a pacientes em situação crítica que possam dar continuidade e/ou concluir seus tratamentos.

O PL também procura coibir a prática de “seleção de risco” por parte das operadoras, na qual pacientes mais custosos são “evitados”. A medida, portanto, pretende assegurar que os contratos não sejam cancelados de forma arbitrária, garantindo a proteção dos beneficiários. Muitos veem essa iniciativa legislativa como um passo importante para a defesa dos direitos dos consumidores de planos de saúde no Brasil.

O desenrolar dos fatos já havia trazido o que no cinema é chamado de um plot twist (uma guinada inesperada no enredo): em reunião realizada em maio na Câmara dos Deputados - da qual participaram nada menos que empresas como Bradesco Saúde, Amil, Unimed Nacional, Sul-Americana e Rede Dor Sul-América, entre outras - representantes do setor dos planos de saúde prometeram reverter os recentes cancelamentos unilaterais de contratos relacionados a algumas doenças e transtornos, suspender novos cancelamentos e revisar casos de pacientes afetados.

Aparentemente, a pressão de autoridades públicas e da própria sociedade civil já havia criado uma espécie de refluxo no que muitos consideraram uma prática predatória do setor. Segundo definição expressa em nota do (nem sempre comedido) do Idec, “na prática, as operadoras entendem que podem expulsar usuários de suas carteiras e definir os contratos considerados indesejáveis, discriminando as pessoas que, por sua condição, representam maiores despesas assistenciais”.

Evidentemente, o quadro é mais complexo que isso (embora não exclua, necessariamente, esse tipo de política altamente discutível). Existem números consideráveis que apontam para uma queda de lucratividade significativa das operadoras de saúde suplementar, o que por si só já é motivo para rever métodos e processos. Por outro lado, parece inegável que a transparência não é uma das maiores qualidades dessas mesmas operadoras, cujos reajustes e decisões repentinas desnorteiam beneficiários e outros atores do setor.

Parece que se chegou a um ponto em que não é mais possível questionar que saúde é, sim, um serviço, mas que por sua natureza delicada e crítica precisa seguir uma ética própria, diferente da que se aplica a atividades mais cotidianas e menos vitais, como servir um cafezinho ou vender produtos como sabonetes e sapatos, por exemplo. É uma questão, em boa parte, moral, que transcende o mero debate mercadológico - mas precisa integrá-lo.

Com a tramitação do PL 3.264/2024, o debate sobre o tema continua no Congresso, onde se espera que as discussões sejam voltadas para um modelo mais protetivo e equilibrado, que considere tanto os interesses das operadoras quanto os direitos dos usuários. Esse equilíbrio provavelmente será um desafio contínuo e perpétuo no setor de saúde suplementar no Brasil. Porém, uma solução consensual, mesmo que imperfeita, é melhor do que discordâncias crônicas que geram infinitas batalhas.

 

Fontes
www.economia.uol.com.br
www12.senado.leg.br
www.agenciabrasil.ebc.com.br/saude


Setembro Vermelho: cada coração importa.

Conscientização e prevenção às doenças cardiovasculares

No blog anterior, falamos sobre o Setembro Amarelo, campanha direcionada à prevenção ao suicídio. Mas como é bastante comum aos meses temáticos dedicados à saúde (mental ou “física”), setembro tem mais uma cor: vermelho. Idealizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o Setembro Vermelho nasceu para estimular a conscientização sobre os cuidados com a saúde cardíaca e a prevenção de doenças cardiovasculares.

Este mês foi escolhido para a campanha porque 29 de setembro é o Dia Mundial do Coração, data definida em 2000 pela Federação Mundial do Coração, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), também visando a promover iniciativas em favor da saúde cardíaca em escala global. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 17,9 milhões de mortes anuais globalmente, o que reforça a urgência de promover a saúde cardiovascular.

A importância do coração

As doenças cardiovasculares incluem uma variedade de problemas que afetam o coração e os vasos sanguíneos, como infarto, insuficiência cardíaca, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral (AVC) e arritmias. Muitas dessas condições se desenvolvem de maneira silenciosa, sendo muitas vezes identificadas apenas em estágios avançados. Por isso, a prevenção é essencial. Um estilo de vida saudável pode reduzir significativamente o risco dessas doenças.

Entre as medidas preventivas mais eficazes estão a adoção de uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes, verduras e alimentos com baixo teor de sódio e gorduras saturadas, a prática regular de exercícios físicos, a manutenção de um peso saudável, o controle do estresse e abandonar o tabagismo - ou, o que é melhor, nunca aderir a ele. É importante também evitar o consumo excessivo de álcool e realizar check-ups médicos regulares para monitorar a saúde do coração, especialmente para aqueles que possuem histórico familiar de problemas cardíacos.

Check-up cardiológico: uma ferramenta indispensável

Um dos focos principais da campanha Setembro Vermelho é reforçar a necessidade de exames preventivos periódicos. O check-up cardiológico permite a detecção precoce de problemas cardíacos, oferecendo a oportunidade de iniciar tratamentos antes que se tornem graves. Para pessoas com fatores de risco, como diabetes, colesterol alto, hipertensão, sedentarismo ou histórico familiar de doenças cardiovasculares, a realização desses exames pode salvar vidas.

Os exames mais comuns incluem o eletrocardiograma, teste ergométrico (teste de esforço), ecocardiograma, e exames laboratoriais para medir os níveis de colesterol e glicose no sangue. Esses procedimentos são fundamentais para identificar possíveis alterações que podem levar a problemas mais graves, como infartos ou AVCs.

Impacto e desafios

Apesar dos esforços da campanha, os desafios ainda são grandes. No Brasil, o número de pessoas que sofrem com doenças cardiovasculares ainda é elevado. Estimativas apontam que aproximadamente 14 milhões de brasileiros são acometidos por essas condições, com 400 mil mortes anuais atribuídas a problemas cardíacos. Muitos desses óbitos poderiam ser evitados com medidas preventivas simples, como a mudança de hábitos e a maior conscientização sobre os riscos.

Outro fator de grande importância é a educação da população sobre os sintomas que podem indicar um problema cardíaco iminente, como dores no peito, sensação de aperto, falta de ar, tontura e palpitações. Identificar esses sinais rapidamente e buscar atendimento médico imediato podem fazer a diferença entre a vida e a morte.

Avanços na pesquisa e tratamento

A pesquisa em cardiologia tem avançado significativamente, trazendo novas opções de tratamento e prevenção para as doenças do coração. Tecnologias modernas, como a tomografia computadorizada de alta resolução e a ressonância magnética, têm melhorado a capacidade de diagnóstico precoce e preciso. Além disso, novas medicações e terapias, como os anticoagulantes e os medicamentos para reduzir o colesterol, têm desempenhado um papel crucial na gestão das doenças cardiovasculares.

A prática de procedimentos minimamente invasivos - como a angioplastia e a colocação de stents - também tem se tornado mais comum, oferecendo alternativas eficazes para o tratamento de obstruções nas artérias. Estas inovações têm contribuído para a redução das taxas de mortalidade e melhora na qualidade de vida dos pacientes.

O impacto das desigualdades sociais

Diferentemente do que se pode parecer à primeira vista - apenas um viés ideológico de natureza “lacradora” - é válido destacar que as desigualdades sociais influenciam diretamente a saúde cardiovascular. Acesso limitado a cuidados de saúde, condições de vida precárias e falta de informação podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares, especialmente em populações vulneráveis. A campanha Setembro Vermelho também visa a sensibilizar para a importância de políticas públicas e programas que promovam a equidade no acesso a cuidados de saúde e educação sobre prevenção.

Ações práticas no cotidiano

Durante o Setembro Vermelho, a campanha não apenas informa, mas também oferece dicas práticas sobre como incorporar hábitos saudáveis no cotidiano. Exemplos incluem trocar certos alimentos ultraprocessados por opções frescas, reduzir o consumo de sal, praticar exercícios leves, como caminhadas diárias, e dedicar mais tempo ao autocuidado e ao relaxamento, para evitar o estresse excessivo, que também impacta negativamente o coração.

É importante que todos participem da campanha e que as mensagens do Setembro Vermelho perdurem além do mês de setembro, tornando-se uma prática constante ao longo do ano. A conscientização é o primeiro passo para uma vida mais longa e saudável, e a prevenção é a melhor maneira de cuidar de um dos nossos bens mais preciosos: o coração.

 

Fontes
www.portal.cardiol.br
www.sbc.cardiol.br/setembrovermelho
www.tjdft.jus.br
www.coracao.org.br
www.hospitalsiriolibanes.org.br
www.afpesp.org.br


Setembro Amarelo - Mês de Prevenção ao Suicídio

Um fenômeno histórico e global

O suicídio é um fenômeno presente ao longo de toda a história da humanidade, em praticamente todas as culturas conhecidas. Hoje, considera-se que é um comportamento multifatorial: resultado de uma complexa interação de determinantes psicológicos, culturais socioambientais e biológicos, inclusive genéticos.

Todo ato executado pelo indivíduo com a intenção de causar sua própria morte, de forma consciente e deliberada, mesmo que ambivalente, usando meios que acredite ser letais, é uma tentativa de suicídio - independente de o resultado ser ou não a morte efetiva do suicida. O risco de suicídio é uma urgência médica, pois o ato pode provocar em quem atenta contra a própria vida desde lesões graves, permanentes e incapacitantes, até a morte propriamente dita.

De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, naquele ano foram registrados globalmente mais de 700 mil suicídios, o que corresponde a 1% de todas as mortes no planeta. Considerando uma possível e plausível subnotificação, estima-se  que esse número ultrapasse 1 milhão.

Embora o número de registros esteja diminuindo no mundo como um todo (provavelmente pelo sucesso de ações para combater o fenômeno), os países das Américas parecem seguir a tendência contrária, com índices crescentes: um aumento de 17%, segundo o mesmo relatório da OMS. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos/ano, uma média de 38 suicídios/dia.

 

Por que as pessoas tentam/cometem suicídio?

Essa é uma das perguntas mais difíceis de responder no que tange a esse delicado tema e provavelmente não há uma resposta certa e única, capaz de abranger todas as situações individuais. De forma bem genérica, pode-se dizer que o indivíduo enxerga na morte a solução para um sofrimento psíquico profundo, contínuo, prolongado e para o qual ele acredita que não há saída: intenso, insuportável e interminável.

Por sua natureza radical, muitas vezes impulsiva e frequentemente imprevisível, mesmo para os profissionais de saúde não é fácil lidar com a questão do suicídio. E além de julgamentos de cunho religioso, existem sobre ele lendas sem fundamento, como, por exemplo, de que se a pessoa fala em suicidar-se não tem intenção real de fazê-lo.

Sabe-se que praticamente 100% dos casos de suicídio estão relacionados a doenças mentais, principalmente as não diagnosticadas e/ou tratadas incorretamente, o que significa que a grande maioria dos casos poderia ser evitada se essas pessoas que atentaram contra a própria vida tivessem acesso a informações e tratamento psiquiátrico de qualidade.

Por isso, a avaliação sistemática e consistente do risco de suicídio precisa fazer parte da prática clínica rotineira de todos os médicos e profissionais de saúde - até porque, normalmente, não é com um psiquiatra que o indivíduo com ideação suicida tem o primeiro contato num serviço de saúde quando a crise se avizinha.

Vale dizer: nem todos que têm diagnóstico de transtorno/doença mental terão necessariamente comportamento suicida. Embora esse tipo de problema seja um indicador estatístico muito importante, e motivo mais do que suficiente para permanecer ainda mais alerta nesses casos, essa relação não é inescapável - como sempre, nas questões de saúde e/ou comportamentais, cada caso é um caso.

Também é importante ressaltar que, na verdade, o maior fator de risco, antes mesmo de qualquer diagnóstico de doença mental, é a tentativa prévia de suicídio: pacientes que já tentaram suicídio antes têm de 5 a 6 vezes mais chances de tentar novamente.

Além do profissionais de saúde, pessoas do círculo social de quem manifesta ou apresenta desejos e comportamento autodestrutivos também podem colaborar, e muito, para evitar um desfecho trágico.

 

Como posso ajudar?

Se você perceber que está interagindo com uma pessoa que revele ideação suicida, ouça com atenção o que ela está sentindo, faça todo o possível para não julgar e ouvir sem preconceito, não fuja do assunto, nem faça comentários falsamente “otimistas”, não brinque, deboche, ria ou faça piadas e não hesite em perguntar diretamente “você pensa em morrer?”. A simples acolhida e compreensão às vezes é suficiente para fazer com que a pessoa desista da ideia.

Se for preciso agir para evitar que alguém se suicide, lembre-se de que é uma emergência e peça ajuda urgente ao serviço médico mais próximo. Também não deixe a pessoa sozinha, impeça que ela tenha acesso a coisas e situações letais, fique atento a todo e qualquer sinal, verbal ou não-verbal e evite a todo custo portas trancadas. fique atento a todo e qualquer sinal, verbal ou não-verbal. A crise normalmente é transitória, mas não tente concluir sozinho se o risco já passou: leve a pessoa ao psiquiatra ou psicólogo, o mais cedo possível. Importante: o SUS oferece atendimento gratuito na Rede de Apoio Psicossocial: procure orientação em uma clínica da família da sua região.

 

E se for o meu caso? 

O primeiro e mais importante passo é: peça ajuda! Lembre-se de que sua vida vale muito, tanto para você como para sua família, seus amigos, as pessoas que ama. Isso é real, mesmo que não pareça verdade agora. Além disso, saiba que você não está sozinho: muita gente está disposta a ajudá-lo, de diversas formas, se você revelar que está sofrendo a ponto de pensar em tirar a própria vida.

E mais: acredite que há outra saída, talvez muitas, para esse sentimento insistente e invasivo de desamparo total que você está experimentando. Dê uma chance à vida! Com o tratamento adequado, você pode se libertar da ideação suicida e voltar a ter vontade de viver, com qualidade de vida e esperança no futuro. Ao olhar para trás, você nem acreditará que pensou em suicídio.

 

Onde posso saber mais?

No site oficial da campanha Setembro Amarelo existem informações mais completas e detalhadas a respeito deste fenômeno e as origens desta importante iniciativa em que todos podemos nos engajar, talvez para, um dia, salvar a vida de uma pessoa querida:

www.setembroamarelo.com


8 DE MAIO - Dia Mundial da Cruz Vermelha.

Celebre ajudando nossos irmãos do Rio Grande do Sul.

Sincronicidade é um conceito explorado pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung para descrever a ocorrência de eventos aparentemente coincidentes que não têm relação causal evidente, mas guardam significado profundo para quem os experimenta. Para Jung, portanto, eventos que num primeiro momento parecem desconexos estão relacionados de alguma forma no nível do significado ou da experiência pessoal.

Embora o conceito de sincronicidade não seja uma unanimidade no meio acadêmico (como quase nada), parece ser uma ferramenta útil para o desenvolvimento individual e mesmo coletivo. Assim, a grande pertinência da data que celebramos hoje com o que está acontecendo numa determinada região do Brasil talvez não seja “mera coincidência”. E com certeza é um sinal para estimular nosso crescimento, tanto individual quanto como nação.

O Dia Mundial da Cruz Vermelha é comemorado anualmente em 8 de maio, data do nascimento de Henry Dunant, empresário e filantropo suíço que ficou famoso por seu papel pioneiro em promover a ajuda humanitária durante tempos de guerra e crises. Considerado um visionário humanitário, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1901, Dunant foi o fundador da Cruz Vermelha Internacional e do Crescente Vermelho, que vêm perenizando seu legado até os dias de hoje.

A Cruz Vermelha pode ser descrita como uma organização humanitária global que tem como objetivo fornecer assistência e proteção às pessoas em situações de conflito armado, desastres naturais e outras emergências, trabalhando para aliviar o sofrimento humano, promover a dignidade e os direitos das pessoas afetadas por crises, e prevenir e mitigar o impacto desses eventos (o Crescente Vermelho é seu correspondente que opera em países de maioria muçulmana, onde a Cruz Vermelha pode não ser reconhecida ou aceita devido a questões culturais/religiosas).

No Dia Mundial da Cruz Vermelha, são realizadas várias atividades em todo o mundo para homenagear o trabalho da instituição e destacar a importância da assistência humanitária. Essas atividades incluem eventos de conscientização, campanhas de arrecadação de fundos, programas de voluntariado, reconhecimento do trabalho dos voluntários e profissionais que dedicam suas vidas a ajudar os outros.

A Cruz Vermelha Brasileira (CVB) é parte do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e atua desde 1908, seguindo os mesmos princípios e valores humanitários da instituição de origem. desempenhando papel fundamental em áreas, como socorro em desastres, assistência à saúde, apoio psicossocial, programas de educação e prevenção, entre outros. Seu trabalho abrange todo o território brasileiro e, além do apoio em emergências, envolve programas de longo prazo para promover a saúde, a segurança alimentar, a inclusão social e o desenvolvimento comunitário.

Dificilmente - provavelmente nunca - ocorre no mundo alguma crise com consequências humanitárias sem que a Cruz Vermelha (ou o Crescente Vermelho, ao qual é umbilicalmente ligada) se envolva, oferecendo apoio direto ou indireto por meio de sua rede de voluntários dedicados e profissionais capacitados, que trabalham incansavelmente para ajudar aqueles que mais precisam. Na tragédia que se abateu sobre nossos irmãos do Rio Grande do Sul não seria diferente: só em São Paulo, são 90 voluntários, trabalhando 24 horas por dia.

Em outros locais do Brasil, a Cruz Vermelha também vem participando, principalmente na coleta e triagem de doações, entre outras atividades. Celebre o Dia Mundial da Cruz Vermelha da forma mais humanitária e prática possível: colaborando com sua doação para oferecer àqueles que estão sofrendo com as inundações condições de sobrevivência imediata e posterior reconstrução de suas vidas.

Para saber como ajudar, acesse: www.cruzvermelha.org.br

 

Fontes
www.cruzvermelha.org.br
www.blog.atados.com.br
www.sbtnews.sbt.com.br
www.icrc.org/pt


Autismo: entenda esse espectro.

Assim como no mês passado, dedicado à causa do combate à tuberculose, hoje mais uma vez nos valemos da prática frequente e bastante efetiva de estender a abordagem e a discussão em torno de um tema, celebrado num determinado dia, de um determinado mês, para o mês todo em que cai a data.

Dessa vez, resgatamos o Dia Mundial do Autismo, celebrado em 2 de abril de cada ano, sobre o qual não falamos na data exata por termos sentido necessidade de abordar outros assuntos em nossos conteúdos. Mas continuamos dentro do mês de abril, portanto vale a iniciativa - principalmente pela relevância do tema e porque, como dissemos acima, podemos considerar abril o Mês do Autismo.

O objetivo da celebração, definida por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), é aumentar a conscientização sobre o autismo, promover a inclusão e a aceitação das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e destacar a importância de apoiar e respeitar as diferenças individuais das pessoas que estão nesse espectro.

O autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, o comportamento social e padrões de interesses repetitivos ou restritos. O autismo é considerado um espectro porque os sintomas e características do transtorno podem variar significativamente em intensidade e manifestação de uma pessoa para outra.

Alguns dos sinais comuns de autismo incluem dificuldades na interação social, como dificuldade em entender e responder às emoções dos outros, dificuldade em manter uma conversa e falta de interesse em compartilhar experiências com outras pessoas. Além disso, pessoas com autismo muitas vezes exibem comportamentos repetitivos, como balançar as mãos, alinhar objetos de maneira precisa ou ter interesses muito específicos e intensos.

O autismo ainda pode estar associado a uma ampla gama de outras condições médicas e psiquiátricas, como epilepsia, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ansiedade e depressão. Isso também contribui para a diversidade de experiências e necessidades dentro do espectro autista.

Mas embora algumas pessoas com TEA possam ter dificuldades para socializar e produzir, outras podem ter habilidades de comunicação mais desenvolvidas e capacidade de viver de forma independente, mesmo ainda enfrentando desafios sociais. Essa diversidade ressalta a importância de reconhecer e respeitar as diferenças individuais das pessoas com TEA e de intervenções e apoio adaptados às necessidades específicas de cada indivíduo.

Em outras palavras, é importante ter em mente que o autismo é uma condição altamente variável e cada pessoa com autismo é única, com suas próprias forças e desafios. Embora não haja uma causa única conhecida para o autismo, acredita-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais desempenhe um papel em seu desenvolvimento.

O diagnóstico e a intervenção precoces são fundamentais para ajudar pessoas com autismo a alcançar seu pleno potencial. Existem várias terapias e abordagens de intervenção disponíveis, incluindo terapia comportamental, terapia ocupacional e terapia da fala, que podem ajudar a melhorar as habilidades sociais, de comunicação e de vida diária das pessoas com autismo.

O TEA hoje abrange uma série de condições anteriormente consideradas como diferentes “tipos de autismo”. Atualmente, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) não classifica mais o autismo em tipos específicos, mas sim como uma condição mais ampla e heterogênea, sem uma classificação rígida em tipos específicos.

Por isso, não vamos listar aqui esses “tipos” utilizados anteriormente, pois o mais importante é focar num diagnóstico acurado, conduzido por profissionais especializados, competentes e atualizados, que também irão indicar a melhor forma de administrar a condição individual de quem tem TEA.

É preciso dizer: existem críticas no sentido de que, ao definir o autismo dessa forma bastante abrangente, ampliou-se demais o espectro, dando margem a incluir no TEA pessoas que têm quadros significativamente diferentes, ou dificuldades específicas, o que não caracterizaria autismo “real” - até mesmo artistas e celebridades muito bem-sucedidas, que teriam vivenciado algo como um diagnóstico tardio. Essa discussão permanece em aberto e o ideal é que seja conduzida sem a interferência de paixões e ideologias.

Seja qual for o consenso acadêmico (se houver um), lembremos que cada pessoa no espectro do autismo é única. Ao falar sobre o tema, a intenção da SICCS é, como sempre, contribuir com informações de qualidade para causas mais que justas e estimular uma maior compreensão de tudo que é relevante para a saúde humana. Nosso trabalho - proteger e oferecer segurança - está, em sua própria essência, intimamente ligado a ela.

 

Fontes
www.ama.org.br
www.abracidf.com
www.msdmanuals.com
www.paho.org
www.drauziovarella.uol.com.br


Entenda a nova lista de doenças relacionadas ao trabalho

Em dezembro de 2023, entrou em vigor uma portaria do Ministério da Saúde atualizando a lista de doenças relacionadas ao trabalho no Brasil. Em relação à lista original, publicada em 1999, o número de patologias quase dobrou: foi de 182 para 347. A nova lista de condições inclui doenças como covid-19 e quadros de burnout (algo como uma síndrome do esgotamento profissional), abuso de drogas, tentativa de suicídio e transtornos mentais.

Um dos efeitos práticos dessa ampliação da lista é aumentar as chances de trabalhadores afastados por doença conseguirem estabilidade de 12 meses no emprego após a alta médica: um trabalhador pode ser afastado do serviço pelo INSS por qualquer doença que o impeça de exercer sua atividade profissional, mas quando ela é relacionada ao trabalho o funcionário passa a ter direito ao auxílio-doença acidentário, que garante essa estabilidade, durante a qual ele não pode ser demitido sem justa causa.

No capítulo sobre transtornos mentais, passaram a constar comportamentos como uso de sedativos, canabinoides, cocaína e até mesmo abuso de cafeína, quando esses transtornos forem consequência de jornadas exaustivas, assédio moral no trabalho e dificuldades relacionadas à organização empresarial. Foram incluídos também transtornos como ansiedade, depressão e tentativa de suicídio decorrentes do estresse vivido no ambiente trabalho.

A amplitude da lista e o grau de subjetividade na caracterização de doenças e transtornos de saúde - em especial os que se referem a condições psicológicas/mentais - podem acabar sendo onerosos para as empresas, porque embora a pessoa deva apresentar um atestado médico com pedido específico para poder ser afastada, os primeiros 15 dias são custeados pela empresa, para só então a responsabilidade ser transferida ao INSS, que realiza perícia para definir o tempo de afastamento e se há direito ao auxílio-doença.

No caso de doença relacionada ao trabalho, a empresa precisa emitir uma Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT),  para que o colaborador consiga o auxílio-acidentário. Caso ela não reconheça a doença ocupacional, não emitindo a CAT, nem afastando o colaborador - por entender que se trata de uma doença “comum” - o pedido de reconhecimento pode ser realizado em juízo.

Outra possível situação que pode ensejar uma ação trabalhista é quando, mesmo recebendo o auxílio-doença correto, o colaborador afastado por um quadro relacionado ao trabalho decide processar a empresa por danos morais (por negligência ou falta de medidas de proteção que levaram à doença) ou danos materiais (se houver perda de capacidade do trabalhador em razão da doença). No limite, é possível pedir em juízo uma pensão mensal vitalícia, de forma cumulativa com a indenização por danos morais.

A ampliação da lista pelo Ministério da Saúde cria um cenário desafiador para empregadores, exigindo uma abordagem cuidadosa e sensível no gerenciamento da saúde ocupacional. Claro que a garantia de direitos trabalhistas e a proteção do bem-estar dos colaboradores devem ser prioridade, mas a complexidade na caracterização das condições de saúde, e o potencial ônus financeiro envolvido, evidenciam a importância de políticas de prevenção e promoção da saúde no ambiente de trabalho.

Uma abordagem proativa e preventiva por parte das empresas, visando a mitigar riscos e promover um ambiente laboral saudável e produtivo, parece ser a solução mais adequada a todos os envolvidos. Soluções de seguros relacionadas ao tema e sob medida, resguardando a empresa de interpretações “heterodoxas” dos direitos dos colaboradores, também são uma estratégia muito importante. Em ambos os casos, a SICCS dispõe de conhecimento e experiência para ajudar a proteger o seu negócio.

 

Fontes
www.g1.globo.com
www.gov.br/saude/pt-br
www.infomoney.com.br
www.conjur.com.br


Tuberculose ainda é um problema de saúde pública

Tornou-se uma prática um tanto frequente e relativamente efetiva estender a abordagem e a discussão em torno de um tema que é celebrado num determinado dia, de um determinado mês, para o mês todo em que cai a data. Dentro dessa prática, podemos dizer que março é o Mês da Tuberculose, já que o Dia Mundial da Tuberculose, 24 de março, este ano caiu num domingo. Por isso, optamos por abordar o assunto em nosso blog, que é sempre publicado às quartas-feiras.

O Dia Mundial da Tuberculose foi criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela União Internacional contra a Tuberculose e Doenças Respiratórias (The Union), em 1982. Foi escolhido em referência à descoberta do bacilo causador da tuberculose por Robert Koch, em 1882, um marco importante na história do diagnóstico e tratamento da doença.

Desde então, a data é uma oportunidade para aumentar a conscientização, destacar os desafios enfrentados na prevenção e tratamento da doença, bem como promover ações e iniciativas para combater a tuberculose em todo o mundo, educando o público, mobilizando comunidades e governos e impulsionando a luta contra essa doença globalmente. É o momento de destacar a importância da pesquisa, do diagnóstico precoce e do acesso ao tratamento para ajudar a reduzir a carga da tuberculose em todo o mundo.

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, nome científico completo da bactéria que muitos conhecem das aulas de biologia no colégio como bacilo de Koch. A doença geralmente afeta os pulmões, mas pode se espalhar para outras partes do corpo, como ossos, rins e sistema nervoso. Vejamos algumas das informações mais relevantes sobre sobre a tuberculose:

Causa - Como dissemos acima, a tuberculose é causada pela infecção do organismo pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. Esse agente infeccioso é transmitido principalmente pelo ar, quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala, liberando gotículas em que está presente.

Sintomas - Os sintomas da tuberculose pulmonar incluem tosse persistente por mais de 2 semanas, febre, suores noturnos, perda de peso e cansaço. Quando a tuberculose afeta outras partes do organismo, os sintomas podem variar de acordo com o local da infecção.

Diagnóstico - O diagnóstico da tuberculose geralmente envolve testes de imagem, como radiografias de tórax, e testes de laboratório, como o teste de escarro para detectar a presença da bactéria. Às vezes, outros testes, como a tuberculina (teste de Mantoux) ou testes de sangue, são usados para auxiliar no diagnóstico.

Tratamento - A tuberculose é tratada com antibióticos específicos, geralmente durante um período de 6 meses a 1 ano, dependendo da gravidade da infecção. É fundamental que os pacientes completem todo o curso de tratamento, mesmo que se sintam melhor antes.

Prevenção - A vacina BCG pode oferecer alguma proteção contra a tuberculose, especialmente em crianças, mas sua eficácia pode variar. Além disso, medidas de controle de infecção, como o diagnóstico precoce e o tratamento adequado de pacientes infectados, são essenciais para prevenir a propagação da doença.

Incidência - De acordo com dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil vem registrando entre 70.000 e 80.000 novos casos de tuberculose desde 2021, número que pode variar dependendo das fontes primárias de levantamento e dos critérios de registro utilizados.

Os índices mais recentes representam certa redução em relação a períodos anteriores, mas a tuberculose permanece como um problema de saúde pública no país. Portanto, é importante estar ciente dos sintomas, realizar exames médicos regulares e seguir as orientações de prevenção e tratamento recomendadas pelos profissionais de saúde.

Importante: a tuberculose é uma doença curável na imensa maioria dos casos, quando tratada adequadamente com medicamentos específicos, geralmente uma combinação de antibióticos. No entanto, em alguns casos, a tuberculose pode ser mais difícil de tratar, devido a diversos fatores, como resistência da bactéria causadora aos medicamentos disponíveis.

Acredita-se que a assim chamada TB-MDR (sigla em inglês para tuberculose resistente a múltiplos medicamentos) e TB-XDR (tuberculose extremamente resistente a medicamentos) são resultantes de tratamentos inadequados, má adesão ao tratamento ou má gestão de casos. Essas formas mais graves da doença exigem tratamentos mais longos e complexos, com medicamentos menos modernos, geralmente mais tóxicos e menos eficazes.

É importante que pessoas com tuberculose recebam diagnóstico precoce e tratamento adequado para evitar complicações e ajudar na cura. Além disso, medidas de prevenção, como a já citada vacinação com BCG e práticas de higiene e controle de infecção, também são importantes para reduzir a incidência e disseminação da doença.

Como uma empresa sempre comprometida com as questões de saúde - e dedicada a fornecer soluções que permitem às pessoas ter acesso ao melhor tratamento possível - a SICCS ajuda a conscientizar sobre esse  importante tema no Mês da Tuberculose.

 

Fontes
www.gov.br/saude
www.paho.org
www.jornal.usp.br
www.portal.fiocruz.br