Dados: quem não protege arrisca.
Diante das infinitas possibilidades do mundo digital, descuidar de dados e informações sensíveis é colocar a segurança em jogo.
A demanda hoje vai além das boas práticas e tem força de lei: a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (13.709/2018), que já citamos em artigo anterior aqui.
Portanto, se assegurar o sigilo dos dados corporativos sempre foi decisivo para a continuidade do negócio, agora a empresa – toda empresa – tem a obrigação legal de assegurar a privacidade dos dados, inclusive e principalmente pessoais, de todos os envolvidos em sua cadeia produtiva: clientes, parceiros, fornecedores, colaboradores.
Isso envolve um conjunto de comportamentos que precisa ser adotado por toda a equipe e vai desde a definição de uma senha forte, passa por procedimentos para um home-office seguro e chega até a atenção máxima com compartilhamentos. Neste tema, não existe meio-termo: quem não toma máximo cuidado coloca dados sensíveis em risco.
Muitos especialistas dizem que o elo mais frágil da segurança da informação não é a tecnologia, e sim o comportamento do usuário. Mas pode-se dizer, de maneira bem plausível, que quando existe consciência e responsabilidade ele pode se tornar o elo mais forte.
Porém, não parece realista esperar que conhecer e praticar atitudes que garantam a segurança da informação na empresa – mesmo que a pessoa esteja em casa – seja uma iniciativa espontânea dos colaboradores. A estratégia mais simples, evidente e eficiente para que isso aconteça é aplicar o binômio subsídio + exigência.
Ou seja, para começar, disponibilizar materiais específicos de orientação e, se possível, treinamentos também focados especificamente no tema, que podem ser feitos de modo tradicional – expositivo e didático – ou mais lúdico, inclusive por meio de games que premiam de algum modo os melhores participantes.
Essa segunda opção é conhecida por gamification, e não faltam empresas especializadas em sua aplicação, que costuma ter altos índices de adesão, exatamente por combinar informação com uma boa dose de entretenimento – o que sempre mobiliza mais do que a informação “pura e simples”, além de, comprovadamente, facilitar a absorção dos conteúdos.
Só depois de realizar ações para envolver e engajar a equipe, fornecendo o conhecimento e as ferramentas necessários para colocar em prática novos hábitos, gerados por uma nova mentalidade, parece razoável cobrar, legitimamente, o compromisso com a segurança da informação na empresa.
Feito de forma tradicional ou com o uso de gamification, o objetivo corporativo, claro, é jogar para ganhar, mas segurança é um jogo que não depende de simples pressão corporativa, muito menos de sorte – e sim de atitude.
HOME-OFFICE DÓI?
Dores nas mãos, nos braços, nos ombros, no pescoço: profissionais de saúde têm constatado um número crescente de pessoas com essas queixas desde… o início da pandemia. Estima-se que esses sintomas são resultado direto da postura inadequada e do excesso de tempo em frente a telas e teclados, consequência da mudança emergencial para o home-office sem cuidados com a ergonomia.
Boa parte – talvez a maioria – dos profissionais que precisaram repentinamente migrar para o home-office não tiveram tempo e recursos para se preparar de forma adequada, fazendo as adequações necessárias no “novo” ambiente de trabalho, que além de tudo também se tornou híbrido com o ambiente doméstico, com todas as facilidades e interferências que isso pode trazer.
Alguns empregadores até contribuíram para aquisição de equipamentos, como cadeiras ergonômicas, mas casos assim foram, e parecem continuar sendo, raros. Só que a ergonomia não pode ser subestimada, nem para a saúde do profissional, nem para a produtividade da empresa para a qual ele trabalha. Além do inerente componente humano (outro elemento ainda relativamente raro no mundo corporativo), já é bem sabido, há décadas, que saúde, bem-estar e desempenho estão intimamente relacionados.
Um exemplo, simples e clássico: o recomendado é que o centro da tela fique na altura dos olhos, mas como a maior parte das pessoas utiliza notebooks, sem qualquer adaptação, o monitor acaba ficando bem abaixo do ideal, fazendo que o pescoço permaneça dobrado para a frente e sobrecarregando a coluna cervical.
Como a “improvisação” se estendendo já há mais de 1 ano (o que soa como algo, de fato, permanente), os problemas relacionados à inadequação ergonômica começaram a aparecer com frequência cada vez maior: em mais gente, de mais empresas, por mais tempo. E nem falamos aqui da queda drástica no nível de atividade física…
Não parece mais adequado esperar o retorno à normalidade do trabalho presencial, que pode não acontecer tão cedo, ou, para algumas empresas, nem acontecer – já que muitas podem olhar exclusivamente para a redução de custos (menos escritórios e gastos com deslocamento e alimentação da equipe), numa atitude imediatista e predatória que acaba afetando seus próprios resultados a médio e longo prazo.
É preciso que profissionais e empregadores saibam, e aceitem: nosso corpo é, entre outras coisas, um complexo conjunto de forças musculares e fenômenos sensoriais uma mudança, na ação de um só músculo, resulta na reorganização inevitável de todo esse conjunto, para o bem ou para o mal. Perceber e tratar com cuidado da postura que assumimos quando trabalhamos é um dos aspectos mais profundos e essenciais da experiência humana.
Fontes:
https://www.brasilmedicinaocupacional.com.br
https://6minutos.uol.com.br
Ter depressão não é o mesmo que estar deprimido.
Já vimos que o isolamento social imposto pela pandemia tem tido efeitos preocupantes sobre a saúde das pessoas, inclusive a saúde mental. Quadros como bruxismo – abordado em artigo anterior – insônia e depressão vêm aumentando significativamente na população brasileira.
Embora existam números, a contabilidade real de quanto esses quadros aumentaram será feita por estudiosos e estatísticos nos próximos anos. É preciso ter certa distância temporal para ver um cenário tão novo com clareza. Mas a percepção de especialistas da área de saúde mental, consolidada em inúmeras entrevistas e matérias jornalísticas, já constitui um indício bastante confiável.
A atualidade do tema é um bom motivo para fazer uma distinção necessária entre o uso popular da palavra “depressão” (como em “bateu uma deprê” ou “estou deprimido”) e a definição médica desse mal. A tristeza ou melancolia transitória, causada ou não por um evento real (como a perda de um amor, um ente querido ou um emprego), é bem diferente da depressão “doença”, um estado mais persistente, profundo e debilitante, que pode comprometer severamente vários aspectos da vida da pessoa.
Embora se saiba que certamente há um componente genético, existem grandes debates, particularmente nas áreas de psicologia e psiquiatria, sobre as causas da depressão. Há os que acreditam que ela acontece por um desequilíbrio químico no cérebro e há quem afirme que esse desequilíbrio não é a própria doença, mas um de seus sintomas. Parece, contudo, haver um razoável consenso de que, se a depressão se manifesta, por um motivo ou por outro esse desequilíbrio está lá – e precisa ser tratado.
Uma das dificuldades que aqueles que sofrem com a depressão ainda enfrentam é o preconceito contra a doença. Se uma pessoa tem diabetes e precisa de insulina, ou sofre de hipertensão e tem de tomar remédios para controlá-la, dificilmente alguém ficará dizendo para o paciente: “não se entregue”, “seja forte”, “reaja”. Sim, isso ainda acontece quando se trata de depressão, e no melhor dos casos é fruto de desconhecimento.
Assim como o pâncreas para o diabetes e o sistema circulatório para a hipertensão, o cérebro – onde pode-se dizer que depressão “acontece” – é um órgão. Provavelmente o mais nobre e sofisticado deles, mas ainda assim um órgão (daí organismo = conjunto de órgãos). Cuidar de um órgão doente não é algo que se pode supor que dependa de “caráter” ou “força de vontade”.
O que existe e funciona é um tratamento, que normalmente é multidisciplinar e pode envolver psicoterapia, mas certamente envolverá, para grande parte dos pacientes, medicamentos – e aqui não pode haver preconceitos (lembra-se da insulina?). Também é uma estratégia valiosa adotar uma razoável rotina diária, com “tarefas” (coisas a fazer), e muito, mas muito importante praticar atividade física. É indispensável, claro, a orientação de um psiquiatra (que não é quem cuida de loucos, mas um médico que estudou muitos anos para tratar do cérebro).
Todo o tratamento é individualizado, pensado para “equilibrar” a química do cerebral, estabilizando o nível de neurotransmissores – substâncias responsáveis pelas reações químicas que fazem o cérebro funcionar – com o objetivo de restabelecer o humor e o comportamento “normal” do paciente (como ele era antes da depressão se apresentar). Assim como o assunto, as possibilidades são vastas, e não é possível esgotá-los em 1 ou 2 blogs, por isso devemos voltar ao tema em breve.
Por enquanto, tente se lembrar: a depressão pode ter como gatilho um fato que para boa parte das pessoas traria tristeza passageira, mas para quem tem a doença acaba abrindo uma porta, uma janela de oportunidade para sua manifestação. Um bom parâmetro: uma mistura de desmotivação e tristeza que dure mais de 3 meses provavelmente não é só uma pessoa “na bad”, mas um caso de depressão. Se for com você, ou alguém próximo, tente ver como tal. Procure ajuda especializada.
Entenda como o home office pode afetar sua saúde mental.
A pandemia de covid-19 obrigou as empresas a se adaptarem a uma nova realidade, tendo o trabalho em home office como uma das principais mudanças observadas. Embora muitas empresas tenham se mostrado entusiastas do trabalho online nos meses iniciais do isolamento imposto pelo covid-19, algumas delas já planejam o retorno de parte das atividades para o modelo presencial.
O impacto que o trabalho em home office teve na saúde mental dos trabalhadores foi o tema de uma pesquisa publicada em março de 2021 no Journal of Occupational and Environmental Medicine. Foram observados um declínio na saúde física e mental dos indivíduos que responderam ao questionário online e fizeram a transição para o modelo online. Os resultados mostraram que houve uma relação entre a piora da saúde física e da saúde mental, e os principais fatores estressores encontrados foram mudanças de hábitos alimentares, dos relacionamentos sociais, problemas de comunicação com os colegas de trabalho e aumento de distrações durante o horário de trabalho. Pessoas com crianças pequenas em casa, por exemplo, relataram piora dos sintomas se comparadas com os lares que continham apenas adultos e adolescentes.
Os autores do trabalho comentam: “Existem inúmeros fatores que podem impactar positivamente na saúde dos trabalhadores que estão em home office (…) como ter um espaço dedicado para o trabalho, ter um local ergonômico, conhecimento da plataforma de trabalho…”. Infelizmente, a realidade brasileira mostra que muitos trabalhadores não têm possibilidade de seguir as recomendações citadas, o que pode levar a um aumento dos sintomas ansiosos e depressivos, como a síndrome de burnout.
É fundamental que os profissionais de saúde, líderes de equipe e gestores tenham um olhar para a saúde mental dos trabalhadores. O reconhecimento dos sinais iniciais e as estratégias de manejo são abordadas nos cursos de Pós-Graduação Lato Sensu da FCMSCSP.
Fonte:
Dr. Victor Otani
Professor Instrutor – Departamento. de Saúde Mental – Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP
Bruxismo é mais comum do que você pensa.
Há um problema de saúde que atinge muito mais gente do que se pensa e se manifesta tanto durante o sono como na vigília: o bruxismo, que pode ser definido uma atividade muscular mastigatória repetitiva e involuntária sem relação com a alimentação. Em outras palavras, é o ato de ranger os dentes sem querer, que em parte dos casos pode não ter consequências, mas comumente provoca outras disfunções.
O problema não tem uma causa totalmente definida, mas especialistas associam sua incidência tanto a estresse, ansiedade e depressão como ao consumo de certas substâncias: café, álcool, cigarro, alguns medicamentos e drogas recreativas. Também parece existir um componente genético importante, uma vez que a história familiar é um dos fatores que, estatisticamente, predispõem ao bruxismo.
Estima-se que nada menos de 40% dos brasileiros apresente bruxismo, e os profissionais da área alegam ter notado um aumento da incidência na pandemia. Ou seja, é provável que esse problema de saúde esteja aí, na sua empresa, comprometendo a saúde da sua equipe, talvez indiretamente provocando absenteísmo.
Por ocorrer também em crianças, houve tempo em que o bruxismo foi considerado uma fase “natural” da infância. Hoje se sabe que, embora realmente exista uma fase de instabilidade da mandíbula, a qual deverá se acomodar durante o crescimento e a maturação neurológica, o bruxismo infantil pode ser o prenúncio de um problema que vai também acontecer na fase adulta e provavelmente durar a vida toda.
E há também especialistas que associam a ocorrência de bruxismo ao bullying… Pode-se tirar, portanto, uma conclusão válida para todos os casos: assim que o bruxismo se apresentar, em qualquer idade, é preciso procurar orientação especializada e investigar as causas, pois é claro que, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, melhor.
Embora a manifestação mais comum do bruxismo seja o ranger de dentes, apertar e bater os dentes também compõem o quadro. No bruxismo do sono, se não há sintomas dolorosos no dia seguinte, é comum que o problema só seja notado por um parceiro de quarto ou numa visita ao dentista – feita por outros motivos – quando já há desgaste dentário.
No bruxismo em vigília, acontece mais ou menos a mesma coisa: se a pessoa não sente dor, apesar de estar rangendo os dentes ou contraindo a mandíbula sem motivo, muitas vezes nem percebe que o problema existe – mas, dependendo da intensidade, o dano pode ser tão grave quanto.
Embora não seja exatamente “perigoso”, se não for tratado o bruxismo pode causar desgaste dental excessivo, dor nos dentes, lesões dentárias irreversíveis – como fraturas – além de dor importante nos músculos faciais, na articulação temporomandibular (que liga a mandíbula ao crânio) e cefaleia (dor de cabeça). Como não existe cura, o tratamento tem o objetivo de neutralizar os fatores desencadeantes e preservar a integridade dentária com o uso de placas amortecedoras, normalmente de acrílico.
Tudo começa, portanto, com uma boa consulta ao dentista, assim que o problema for identificado – e antes que haja danos permanentes.
Fontes:
www.abo.org.br
www.uol.com.br/vivabem
www.tuasaude.com/bruxismo
www.einstein.br
www.apcd.org.br
O mito do profissional que sabe tudo.
Já deve ter acontecido com você: na TV, no rádio, na Internet, uma pessoa dá uma entrevista e parece saber tudo que há para se saber na área em que atua – talvez, a sua área. Ela parece um prodígio de informação, conhecimento e memória. E você fica se sentindo, digamos, insuficiente: “Eu precisaria estudar muitos anos ainda, ou investir muito dinheiro, para saber tudo isso. Nunca vou chegar lá!”.
O fenômeno é ainda mais frequente quando a pauta são as áreas mais badaladas das empresas, como as que decidem estratégias de negócios, adoção de novas tecnologias, campanhas de comunicação e, mais recentemente, políticas de diversidade e inclusão. Respostas rápidas, convicções inabaláveis, números na ponta da língua. Uma visão geral e global sobre tudo que “realmente” interessa. Nenhuma pergunta fica sem resposta.
Supercompetente, superinformado e infalível, esse profissional é um mito. Talvez seja obra do acaso, talvez da consciência de quanto a exposição pública pode ser comprometedora, talvez um estereótipo cuidadosamente cultivado pela mídia (em todas as suas infinitas plataformas). Mas esse gênio/guru, quase sempre, não existe. E com frequência só serve pra minar a autoestima da audiência.
Grande parte das vezes, a pauta é combinada, enviada previamente para o entrevistado, quando não as próprias perguntas. Ele fica sabendo, antes, o que será perguntado. Aí, faz a lição de casa. Como precisa fazer parecer que entende de tudo, então age como um adolescente que estuda para a prova na véspera.
Outro resultado nefasto dessa competência mítica: se todo mundo sabe tudo, ninguém precisa aprender nada. A “vergonha” de não saber algo, qualquer coisa, pode contaminar as salas de reuniões. Ali, todo mundo fala, todos detêm alguma informação preciosíssima, atualizada agora há pouco, sobre uma questão crucial, mortal, mortífera, essencial para o negócio. Até que alguém – essa, sim, normalmente uma pessoa brilhante – começa a fazer perguntas fora da pauta. Aí, começa a síndrome do “veja bem…” e das respostas vagas.
Em vez de partir do pressuposto da onisciência, a melhor postura é esforçar-se, estudar, cultivar talento e competência, acumular o máximo de conhecimento possível – mas ter humildade para acreditar que sempre há algo a acrescentar. E, claro, não se intimidar com o falso brilho das estrelas fabricadas.
Porque ninguém é assim, tão genial, tão sábio, tão completo. Ao contrário, saber ouvir o outro é classicamente reconhecido como uma característica da verdadeira sabedoria, pois que é a única forma de acessar conhecimentos que ainda não se têm e ver as coisas de outra perspectiva. Ou de várias…
Procure por pessoas assim, competentes, mas abertas, quando for decidir questões importantes da sua vida – como na hora de escolher sua corretora de seguros.
O home-office sobrevive sem aquele cafezinho?
Os efeitos nocivos do home-office – particularmente seus excessos – imposto a grande parte das pessoas por causa da pandemia já foi bem explorado por inúmeras matérias jornalísticas focadas em saúde. Muita gente já leu ou ouviu falar dos principais problemas que vêm sendo apontados por especialistas: sedentarismo, má postura e alimentação, falta de exposição ao sol (necessária para sintetizarmos vitamina D), invasão da rotina doméstica no trabalho (e vice-versa), além de ansiedade e depressão, provavelmente causados pela questão principal – a falta de socialização.
Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz sobre o impacto do isolamento social mostrou que sintomas de ansiedade e depressão têm afetado 47,3% dos trabalhadores essenciais no Brasil durante a pandemia, sendo que mais da metade dos afetados (27,4% do total de entrevistados) sofre de ansiedade e depressão ao mesmo tempo. Além disso, 44,3% têm abusado de bebidas alcoólicas, 42,9% sofreram mudanças nos hábitos de sono e 30,9% foram diagnosticados ou se trataram de doenças mentais no ano anterior.
Ocorre que a crise sanitária global está demonstrando o que muitos já sabiam, e quase todo mundo intuía: a interação ao vivo, sem mediação da tecnologia digital, é tão ou mais importante para a saúde do indivíduo – e, portanto, para a produtividade da empresa – quanto exercitar-se, alimentar-se bem, ter boas noites de sono. A percepção imediata do outro, suas expressões faciais e corporais, e a resposta igualmente imediata a estímulos interativos não podem ser substituídas por algo como competência profissional ou domínio da tecnologia.
Fazer um comentário divertido e observar a reação na expressão do colega, de forma instantânea e ao vivo, opinar espontaneamente e sem hora marcada sobre um trabalho em andamento ou tomar um cafezinho junto são experiências impossíveis de reproduzir on-line e, parece cada vez mais evidente, indispensáveis para uma atividade profissional saudável e equilibrada. E vale a pena elucidar 2 pontos pouco ou quase nada comentados nas matérias sobre efeitos nocivos do home-office…
Ponto 1: diferente do uso popular, tecnicamente virtual não é o contrário de real, mas sim de presencial – uma vez que a interação virtual, como existe, também é real, tanto que em excesso pode comprometer a saúde. Ponto 2: o olho humano é muito mais exigido na visão de luz irradiada, como a das telas, do que na de luz refletida, como a dos livros. Então, também por isso, interagir só pela tela do computador “cansa mais” e há evidências que sugerem que a leitura é 25% mais lenta e a compreensão mais superficial.
Aos gestores de negócios e decisores sobre benefícios corporativos relacionados à saúde compete refletir: será mesmo sustentável (e humano) manter o trabalho remoto como regra dominante depois da pandemia? Existem práticas que podem ser estimuladas para reduzir o impacto do home-office excessivo sobre a equipe, preservando a saúde dos indivíduos e da empresa – resultado do esforço coletivo – até que vençamos a pandemia? A resposta não está pronta, mas tudo indica que só pode residir na valorização do bem-estar das pessoas.
Fontes
https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude
https://www.uol.com.br/vivabem
O Junho Vermelho ainda não acabou: vamos doar?
No blog anterior, contamos que a data de 14 de junho foi definida pela OMS como Dia Mundial do Doador de Sangue em reconhecimento a Karl Landsteiner (14/06/1868 – 26/06/1943), Nobel de medicina que descobriu os grupos sanguíneos (A-B-O) e o fator RH (+/-), tornando as transfusões de sangue seguras, e que ele também cunhou o termo “anticorpo”. É como desdobramento disso que existe o Junho Vermelho, mês dedicado a lembrar o valor e a importância da doação de sangue.
Hoje complementamos nossa abordagem sobre esse gesto solidário, voluntário e altruísta. Ao realizá-lo, a pessoa doa uma pequena quantidade do próprio sangue para ajudar a salvar a vida de quem se submete a tratamentos e intervenções médicas de grande porte e complexidade, como transplantes e outras cirurgias. Muitas vezes, a transfusão de sangue é a única esperança de vida para o paciente: o sangue é insubstituível, impossível de fabricar artificialmente e sem ele, claro, não é possível viver. Tem sempre alguém precisando da doação.
Doar é um procedimento totalmente seguro: o volume coletado é de aproximadamente 450 ml, fração muito pequena do total de sangue de um adulto, mas pode salvar até 4 vidas. Esse volume é reposto naturalmente pelo organismo em cerca de 24h e o doador não se expõe a nenhum risco de contaminação, pois todo o material utilizado é estéril e descartável. A doação não engorda nem emagrece, não “afina” nem “engrossa” o sangue ou afeta a saúde de qualquer outra forma.
Para garantir ainda mais a segurança da doação, existem alguns requisitos básicos, adotados no Brasil em alinhamento com padrões internacionais:
– Estar em boas condições de saúde;
– Ter entre 16 e 69 anos;
– Pesar no mínimo 50kg;
– Estar descansado, tendo dormido pelo menos 6h nas 24h anteriores;
– Estar alimentado, evitando alimentação gordurosa nas 4h anteriores;
– Apresentar documento de identificação original com foto recente, emitido por órgão oficial (RG, CNH etc.).
Existem também certos impedimentos, boa parte deles temporários:
– Aguardar 7 dias após desaparecimento dos sintomas de um resfriado;
– Aguardar 90 dias após um parto normal e 180 dias após uma cesariana;
– Estar amamentando, se o parto ocorreu há menos de 12 meses;
– Ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas anteriores;
– Ter feito tatuagem, micropigmentação etc. há menos de 12 meses;
– Ter realizado procedimentos endoscópicos há menos de 6 meses;
– Ter feito extração dentária ou tratamento de canal há menos de 7 dias;
– Ter tomado a vacina contra gripe ou covid-19 há menos de 48 horas.
Outras restrições de caráter definitivo (como ter tido hepatite ou ser portador de certas crônicas) ou relacionados a riscos associados a certas regiões (onde há alta incidência de doenças como malária e febre amarela, por exemplo), podem ser consultadas em sites específicos sobre o tema e esclarecidas pelos profissionais de saúde presentes no momento da doação.
Mas tudo isso só ressalta a segurança e o cuidado envolvidos na doação de sangue, tanto para com o doador como para o receptor – 1 em cada 10 pacientes internados necessitam de transfusão e/ou componentes do sangue doado, inclusive vítimas de acidentes de trânsito e queimaduras, hemofílicos e bebês prematuros.
O objetivo maior é manter os estoques de sangue sempre abastecidos, e o Junho Vermelho é um merecido período de destaque para essa necessidade humanitária. Estamos nos últimos dias do mês, mas ainda dá tempo de doar inspirado e motivado por essa ação.
Mas lembre-se: exercitar a generosidade com seu próprio sangue é um ato nobre que pode, e precisa, ser realizado em qualquer época do ano.
Fontes:
https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-sangue
http://www.prosangue.sp.gov.br/
https://www.doesanguedoevida.com.br/razoes-para-doar-sangue
Junho Vermelho: por essa causa vale a pena dar o sangue.
Poucas expressões significam com tanta intensidade o ato de fazer algo por alguma coisa quanto “dar o sangue”. Dizer que alguém deu o sangue por determinado objetivo pode transmitir, por um lado, um tremendo empenho, e, por outro, um grande desprendimento. Às vezes, talvez muitas, a expressão nem é figurativa, mas literal. Não é tão difícil achar na história exemplos de indivíduos que derramaram seu sangue – sangue mesmo – por uma causa.
Pois a vida moderna consegue dar à expressão uma terceira acepção, sem excluir as outras, e talvez até mesmo reforçando-as: generosidade. Não é essa a força motriz que leva alguém a doar o próprio sangue para preservar a saúde – e frequentemente salvar a vida – de outra pessoa? A ciência permitiu que isso seja feito com segurança nos dias de hoje.
A data de 14 de junho foi definida pela OMS como Dia Mundial do Doador de Sangue, que acabou se desdobrando para o chamado Junho Vermelho, mês todo dedicado a lembrar o valor e a importância da doação de sangue, assim como para estimular sua prática contínua. O dia e o mês foram definidos em reconhecimento a Karl Landsteiner (14/06/1868 – 26/06/1943), cientista de origem austríaca que descobriu os grupos sanguíneos, classificados no sistema A-B-O, e também o fator RH (positivo ou negativo).
Antes dessa importantíssima descoberta, as transfusões de sangue às vezes funcionavam, às vezes não, e ninguém sabia por quê. Então, se hoje você pode receber uma transfusão de sangue com segurança se precisar, isso se deve a Karl Landsteiner, nada menos que um Nobel de medicina que também contribuiu para a identificação do vírus da poliomielite e cunhou o termo “anticorpo”, até hoje usado na ciência, agora conhecidíssimo nesses tempos de pandemia.
E, por falar em pandemia, os reflexos da crise de saúde que estamos vivendo podem ser sentidos não só na economia, em função da paralisação comercial e dos negócios, e na vulnerabilidade psicológica das pessoas, por causa da perda de entes queridos e do isolamento social: os estoques dos bancos de sangue das cidades brasileiras também têm estado alarmantemente baixos, independente do fato de que a doação, respeitadas certas condições* e todos os protocolos de segurança contra a covid-19, não coloca em risco o doador.
Assim como outras causas nobres que merecem atenção o ano inteiro, a doação de sangue tem um mês específico do ano dedicado a ela para que possa ter mais visibilidade, a fim de provocar mais mobilização. É uma forma publicitária, legítima, de enfatizar o tema e estimular a doação, aumentando a base de doadores e por vezes “reativando” doadores assíduos que por vários motivos param de doar – inclusive, neste momento, talvez por causa da pandemia.
Se você tem algum tipo de ascendência ou liderança sobre um grupo de pessoas – colaboradores de uma empresa, por exemplo – estimular a doação de sangue é uma boa, e desejável, e necessária, e nobre, forma de gerar engajamento. É uma estratégia de ganha-ganha: a empresa demonstra consciência e responsabilidade social e os pacientes graves, que podem estar internados por diversos motivos, recebem o sangue de que precisam. Quem sabe você mesmo não decide doar?
Poucas coisas têm tanto poder de mobilização, e são tão compensadoras em termos humanos, quanto a generosidade.
* Estar em boas condições de saúde; ter se alimentado pelo menos 3 horas antes da doação; ter idade entre 16 e 69 anos; pesar mais de 50kg; ter dormido ao menos 4 horas no dia da doação e se apresentar descansado.
Fontes:
www.oswaldocruz.com
www.tjdft.jus.br
www.laboratoriobehring.com.br
Gestão de benefícios: equilibrando cuidados e investimento
Um salário dentro da média sempre fica mais atraente quando acompanhado por um bom pacote de benefícios. Não os benefícios obrigatórios, regulamentados por leis e normas – e que por definição têm de ser oferecidos por todas as empresas – mas aqueles que vão além, como, por exemplo, um bom plano de saúde, incentivo à prática de atividade física e outros que tragam o bem-estar do colaborador para dentro do universo corporativo.
Esses e outros benefícios são ferramentas sabidamente eficazes para uma empresa não só atrair e reter talentos, mas também aumentar a produtividade, resultado tanto do maior engajamento do colaborador com a empresa que cuida bem dele quanto da redução do absenteísmo – só para citar dois fatores-chave que sempre vêm à tona quando se aborda o tema.
Mas adotar a oferta de benefícios como estratégia interna de negócio significa também assumir a responsabilidade de gerenciá-los, porque, é claro, existem custos envolvidos, que em grande medida precisam ser considerados e administrados racionalmente, como qualquer outro investimento. A essa arte, ou competência, ou técnica, ou habilidade (ou tudo isso junto), se dá o nome de gestão de benefícios.
Sem uma boa gestão de benefícios, oferecê-los, em ver de favorecer a empresa, pode transformar-se num problema a mais a ser resolvido, drenando recursos e energia do que realmente é o foco do negócio. Se a implementação e condução não forem equacionadas de forma a agregar valor, o que era investimento se transformará simplesmente em gasto, meio caminho andado para realizar prejuízo – se é que há diferença entre as coisas no mundo corporativo.
Portanto, é preciso saber exatamente quais são os benefícios, quanto custam (para empresa e colaborador), quem exatamente são os beneficiados, se contemplam ou não os dependentes, quais impactos podem ter, se e como esses impactos são quantificáveis e se há variações significativas em todos esses fatores ao longo do tempo. Nada que possa ser resolvido adequadamente por uma só pessoa manejando uma planilha básica de Excel…
A melhor gestão de benefícios possível abrange pessoas, processos e tecnologia, colocando esta a serviços daqueles de modo que a visão, o controle e a análise do programa sejam de alta qualidade e acurácia, permitindo adaptações e correções de percurso, se necessário, facilitando assim uma melhor tomada de decisão.
Só assim o benefício se torna mútuo, com os colaboradores obtendo melhor qualidade de vida e a empresa obtendo melhor desempenho dos colaboradores, uma receita bastante promissora para quem um negócio sustentável com boas chances de crescimento.
E com uma vantagem adicional: colaboradores com percepção clara (e verdadeira) de que a companhia se preocupa com eles não só ampliam sua produção, satisfação e lealdade, mas também reforçam proativamente a ideia de que ela é sólida, confiável e respeitável. Ou seja, trabalham espontaneamente a favor da reputação do negócio.