OUTUBRO ROSA | Combate ao Câncer de Mama

Outubro Rosa, hoje uma campanha razoavelmente conhecida pelo público de diversos países, tem como origem a iniciativa de uma fundação norte-americana, que colocou em prática a simples e sublime ideia de distribuir um laço rosa aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York (EUA), em 1990.

A ação, criada para chamar a atenção das pessoas - especialmente as mulheres - para a questão do câncer de mama, com o tempo tornou-se uma campanha anual realizada mundialmente, com o nobre objetivo de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce da doença. Como em outras causa relativas à saúde, a estratégia é dar destaque ao tema durante este mês, todos os anos, enfatizando a importância do problema e estimulando o autocuidado constante. 

Segundo a OMS, o câncer de mama é o tipo mais diagnosticado no mundo e, segundo o Instituto Nacional do Câncer, vinculado ao Ministério da Saúde, o que mais acomete as mulheres no Brasil: cerca de 30% de todos os casos. No entanto, aproximadamente 95% dos casos identificados em estágio inicial têm possibilidade de cura. Ou seja, como em tantas outras doenças - particularmente o câncer - o diagnóstico precoce, além de evitar cirurgias traumáticas, salva vidas.

Ao contrário do que muita gente ainda acredita, hoje já se sabe que a mamografia regular é mais eficiente para um diagnóstico precoce que o autoexame, pois pode identificar a presença de nódulos antes que atinjam o tamanho necessário para serem percebidos pela própria mulher - e exatamente quando há mais chance de cura. Nem por isso o autoexame deve ser dispensado: estima-se que 35% dos casos sejam identificados por meio dele, que mesmo não sendo um método preciso pode e deve ser estimulado como autocuidado complementar.

É preciso lembrar que a genética é um fator muito importante a ser considerado: se uma pessoa da família - principalmente a mãe, irmã ou filha - teve a doença antes dos 50 anos, a mulher tem mais chances de desenvolver um câncer de mama. Mulheres que já tiveram câncer em uma das mamas ou câncer de ovário, em qualquer idade, também devem ficar mais atentas.

Mas, com ou sem fatores de risco, a chance de um tumor maligno nas mamas nunca pode ser subestimada: toda mulher deve procurar um serviço de saúde nos períodos indicados pelos especialistas, e mesmo que não existem sintomas, pois nos estágios iniciais a doença normalmente é assintomática. De forma geral - com certas variações, dependendo da interpretação que cada especialista faz dos trabalhos científicos - a mulher deve seguir a estratégia abaixo. 

Mamografia
- Mulheres com 35 anos e fatores de risco devem tomar cuidados extras, mais frequentes e mais cedo, já realizando o exame clínico e a mamografia anualmente a partir dessa idade.
- Mulheres com 40 anos ou mais, mesmo quando não há fatores de risco, devem procurar um serviço de saúde para realizar o exame clínico das mamas anualmente.
- Mulheres entre 50 e 69 anos devem fazer pelo menos uma mamografia a cada 2 anos.

Autoexame
- Sete dias após a menstruação, ou sempre no mesmo dia do mês, se a mulher não menstrua, erguer um dos braços e, com a outra mão, apalpar firme e suavemente a mama e a região ao redor.
- Verificar se há algum nódulo (caroço) endurecido, fixo e geralmente indolor: essa manifestação está presente em mais de 90% dos casos da doença.
- Ver se há alguma alteração no mamilo (bico do peito), ou saída espontânea de líquido (que não seja leite materno).
- Examinar as axilas (toda a área debaixo do braço) e a região do pescoço para ver se não existem pequenos nódulos.
- Ver se há alterações na pele da mama, tanto na cor como na consistência: se está avermelhada, retraída ou com saliências que a deixam parecida com casca de laranja.

É importante mencionar: entre os vários serviços direcionados à saúde da mulher disponibilizados gratuitamente no SUS, está a mamografia. Além disso, parece haver uma relação estatística consistente entre menor incidência de câncer de mama e estilo de vida: estima-se que 30% dos casos poderiam ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis: alimentação equilibrada, atividade física regular, controle do peso, não fumar, não consumir álcool em excesso.

Nos primeiros anos após a Corrida pela Cura, conforme outras cidades dos Estados Unidos aderiam à causa do Outubro Rosa, elas eram realmente decoradas com laços rosas, para sensibilizar a população. Isso acabou se desdobrando em outros recursos muito utilizados hoje em dia, inclusive no Brasil, como a iluminação de locais públicos com essa cor, além de diversos eventos temáticos.

Compartilhando informação, aqui e nas redes sociais, a SICCS contribui para que essa bela e importante projeção em monumentos ajude a acender a conscientização dentro de todos nós.

 

Fontes
www.bvsms.saude.gov.br
www.inca.gov.br
www.mdsaude.com
www.oncoguia.org.br
www.outubrorosa.org.br


Setembro tem mais uma cor: vermelho

Mês de conscientização sobre doenças cardiovasculares

O Setembro Vermelho foi idealizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) para estimular a conscientização sobre os cuidados com a saúde cardíaca e a prevenção de doenças cardiovasculares. O mês foi escolhido para a campanha porque 29 de setembro é o Dia Mundial do Coração, data definida em 2000 pela Federação Mundial do Coração, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), também visando a promover iniciativas em favor da saúde cardíaca em escala global.

“Doenças cardiovasculares” é uma expressão relativamente genérica que abrange um conjunto de problemas que atingem o coração e o sistema vascular (nossa rede de vasos sanguíneos). Embora algumas dessas doenças possam ser congênitas - ou acontecer como consequência de infecções por vírus, fungos e bactérias - normalmente elas surgem com a idade, frequentemente relacionadas a um estilo de vida com hábitos prejudiciais à saúde, como alimentação rica em gordura e falta de atividade física, por exemplo.

Tecnicamente, os problemas do coração se encaixam na categoria de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), que constituem o principal conjunto de causas de morte em todo o mundo: 70% do total, (cerca de 40 milhões). Aproximadamente 45% de todas as mortes por DCNT são causadas por doenças cardiovasculares, ou seja, algo em torno de 17 milhões de óbitos.

No Brasil, dados relativamente recentes indicam que o cenário nacional reflete em certa medida o contexto global: mais de 70% das mortes são causadas por DCNT. Entre essas, 30% resultam de doenças cardiovasculares. Por exemplo, de acordo com o Ministério da Saúde, mais 300 mil indivíduos/ano sofrem infarto agudo do miocárdio no país, com óbito em cerca de 30% dos casos.

Existem muitas doenças cardiovasculares, com variados sintomas e níveis de gravidade - não é à toa que a cardiologia é uma das especialidades médicas mais exigentes e valorizadas. Seria, é claro, impossível e improdutivo falar de todos os males do coração. neste texto. Vamos, portanto, mencionar algumas das mais comuns, o que não representa qualquer hierarquia em termos de relevância e prevenção: todas têm de ser vistas e tratadas com o mesmo cuidado, até porque elas podem ser fatores de risco umas para as outras.

- Hipertensão - Elevação crônica da pressão arterial acima do patamar estatístico definido como normal ou de baixo risco - igual ou ligeiramente inferior a 120x80 mmHg. Pode ter muitas causas: envelhecimento, sedentarismo, excesso de peso, entre várias outras. A hipertensão não controlada é fator de risco para outros males cardiovasculares, como infarto do miocárdio e AVC. Um dos problemas da hipertensão é que normalmente não causa sintomas: para identificá-la, é preciso medir a pressão arterial regularmente.

- Infarto agudo do miocárdio - O popular “ataque cardíaco” é uma ocorrência, não uma doença crônica. Acontece quando a passagem de sangue para o coração é interrompida, na maioria das vezes devido ao acúmulo de gordura nas artérias que levam ao órgão. Requer tratamento de urgência, que quando prestado nos primeiros minutos após o evento tem grande chance de evitar o óbito.

- Acidente vascular cerebral (AVC) - Ainda chamado popularmente de “derrame”, ocorre quando os vasos sanguíneos que fornecem sangue ao cérebro ficam obstruídos ou se rompem, resultando em falta de oxigenação do órgão. É uma das principais causas de óbito e incapacidade permanente no mundo todo. Requer tratamento de urgência, que quando prestado nos primeiros minutos após o evento tem grande chance de evitar morte e sequelas.

- Insuficiência cardíaca - Enfraquecimento do músculo cardíaco, que passa a ter dificuldade para bombear o sangue com a eficiência necessária para abastecer todo o organismo. É uma doença muito comum e bastante grave, mais comum em pessoas que possuem hipertensão arterial não controlada.

- Arritmia cardíaca - Alteração anormal dos batimentos cardíacos, que podem se tornar mais rápidos, mais lentos ou fora de um ritmo regular. Pode ser causada por doenças cardíacas congênitas, doença de Chagas, valvulopatias ou anemia, entre outros.

A prevenção de doenças cardiovasculares se baseia num receita quase universal de saúde: adoção de um estilo de vida mais... saudável, envolvendo melhora da qualidade da alimentação, prática regular de atividade física e busca do bem-estar emocional.

Até a conclusão desta matéria, a campanha Setembro Vermelho não dispunha de um site oficial para concentrar informações sobre o tema de forma mais completa e detalhada. Mas uma simples busca por esses termos, ou palavras diretamente relacionadas (como “doenças do coração” ou “cardiovasculares”, por exemplo), permite encontrar um grande número de resultados em sites de instituições médicas confiáveis - engajamento que mostra quanto essa causa é importante para o setor de saúde.

Se o leitor quiser se aprofundar no tema - inclusive para cuidar de seu próprio coração, e estimular outras pessoas a fazê-lo - não terá dificuldade de encontrar conteúdos relevantes. Sugerimos que os procure, leia e entenda. Além, é claro, de adotar as boas práticas de vida que eles sugerem. É para isso mesmo que existe a campanha: informação e conhecimento são o primeiro passo para a prevenção.

 

Fontes
www.hcor.com.br
www.hospitalsiriolibanes.org.br
www.ccr.med.br
www.portal.cardiol.br
www.tuasaude.com


Setembro Amarelo | Se precisar, peça ajuda!

Mês de Prevenção ao Suicídio - Uma campanha que salva vidas

Setembro Amarelo é uma campanha criada em 2015 pelo CVV - Centro de Valorização da Vida com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre esse problema complexo e traumático e reduzir o número de suicídios no país. Claro que o tema precisa ser discutido o ano todo, mas, como em muitas outras causas, eleger um mês específico para falar dele ajuda a dar ênfase na abordagem que acontece em diversos ambientes e envolve várias instituições.

No Brasil, 12,6% por 100 mil homens e 5,4% por 100 mil mulheres morrem devido ao suicídio. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, culturas, idades classes sociais. Atualmente, considera-se que apenas 38 países têm uma estratégia nacional de prevenção ao suicídio.

Em nível global, segundo a OMS - Organização Mundial de Saúde mais pessoas morrem anualmente em razão de suicídio do que por causa de doenças como malária e câncer de mama - ou até mesmo guerras e homicídios. Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio figura como a 4ª causa de morte (depois de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal).

Muita gente desconhece que existe uma estreita relação entre doença mental e suicídio: praticamente todos que cometem o ato (98,6%) possuem algum transtorno ou doença mental, principalmente depressão. Nem todos que têm um quadro dessa natureza terão necessariamente comportamento suicida, mas sua presença é indicador estatístico de alto risco e motivo mais do que suficiente para permanecer ainda mais alerta.

Existem muitos mitos acerca do suicídio, alguns francamente contrários aos objetivos de uma campanha para evitá-lo. Dois exemplos são: a) achar que quem ameaça se matar não consumará o ato e quer apenas chamar atenção; b) concluir que quando uma pessoa sobrevive a uma tentativa de suicídio e apresenta melhora está fora de perigo. No 2º caso, é exatamente o oposto - pacientes que já tentaram suicídio antes têm de 5 a 6 vezes mais chances de tentar novamente e esse é considerado o maior fator de risco.

Existem muitas formas de ajudar a evitar que um suicídio aconteça. Um dos pontos em que se pode buscar apoio é o próprio CVV, uma organização filantrópica, sem fins lucrativos, cujo objetivo é oferecer apoio emocional a quem está sofrendo com pensamentos suicidas.

Para quem é próximo, como amigos e familiares, uma percepção aguçada de que o problema existe e a disposição de agir na hora certa podem ser decisivas. Entenda-se aqui, por “agir”, tanto a capacidade de conversar sem preconceito sobre o tema com a pessoa que está em risco, estimulá-la e ajudá-la a procurar especialistas em saúde mental assim que possível, como tomar providências emergenciais caso a tentativa aconteça.

No site oficial da campanha Setembro Amarelo e na cartilha especial que a SICCS está disponibilizando sobre o tema existem informações mais completas e detalhadas a respeito deste fenômeno presente ao longo de toda a história da humanidade, em praticamente todas as culturas conhecidas, mas que podemos, e precisamos, enfrentar hoje, aqui e agora, talvez para salvar a vida de uma pessoa querida.


O risco não se importa se você é novato

Supõe-se que todo novo empreendimento passará por uma fase de pequeno e médio porte, o que não é necessariamente verdade. Pode-se chamar de “novo” um empreendimento de grande porte que resulta, por exemplo, de fusões e aquisições ou de um vultoso investimento feito por empreendedores experientes. Nesses casos, é bem provável que “os envolvidos” já estejam familiarizados com os desafios e riscos de empreender, por sua experiência gerencial.

Mas e quem está começando, mesmo, agora? Quem não vem de um histórico de empreendedorismo bem-sucedido e está dando os primeiros passos nessa jornada? Aí, excluídas exceções um tanto raras, soa bem mais plausível que uma empresa bem-sucedida passe por diversas fases de crescimento, “encaixando-se” em vários “portes” ao longo do caminho. Vamos falar dessas - das microempresas em particular.

No Brasil, é considerada uma microempresa (ME) aquela que possui um faturamento anual de até R$ 360 mil e contrata até 9 pessoas (comércio e serviços) ou 19 pessoas (setor industrial). De acordo com números da CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas, apenas em 2022 foram abertas mais de 660.000 microempresas no país. Independente do segmento, abrir um novo negócio envolve certos desafios mais ou menos comuns, que resumimos abaixo:

- Planejamento financeiro - Planejar de modo consciente e eficiente as despesas e investimentos baseado na realidade da empresa e de seu faturamento.
- Gestão empresarial - Entender a situação da empresa antes e no momento de sua abertura, adotar as boas práticas, definir metas e criar um plano de ação.
- Logística - Ter uma estrutura bem organizada para o transporte e integridade de mercadorias e a entrega de serviços, com foco em otimizar os custos da operação.

Mas e os riscos que uma microempresa pode enfrentar? Desde o início das atividades (idealmente até bem antes), a identificação dos riscos inerentes ao negócio é fundamental para que se possa agir na prevenção. Existe até o conceito de risco calculado, que são os que os empreendedores assumem porque há uma boa chance de com isso obterem uma vantagem competitiva. Mas vejamos alguns riscos, também “clássicos”, que uma microempresa pode enfrentar:

- Falta de capital de giro - Sem falar no investimento para abrir a empresa, existem muitas etapas envolvidas no desenvolvimento e crescimento do negócio, que exigem um capital de giro adequado, para mantê-lo financeiramente saudável.
- Vulnerabilidade cibernética - Hoje qualquer empresa está sujeita a ataques virtuais, cada vez mais comuns e diversificados e em busca de vários tipos de dados, de informações pessoais até dados bancários.
- Responsabilidade civil - Todo empreendimento pode estar em risco antes, durante ou depois de fornecer seu serviço ou produto e existem leis que responsabilizam as empresas por danos causados a terceiros, o que pode até ameaçar a continuidade do negócio.
- “Dores do crescimento” - Ao fazer sucesso em seu mercado, uma microempresa pode ser “obrigada” a ampliar sua estrutura, tornando-se uma empresa de pequeno ou médio porte (PME), o que traz novos desafios na gestão do negócio.

Como se vê, o risco - aqui, com a licença poética do leitor, personificado como um agente relacionado às probabilidades de imprevistos desfavoráveis - não “se importa” se o empreendedor é iniciante ou experiente e gosta de visitar todos os negócios disponíveis para saciar seu apetite de más reviravoltas corporativas.

A “kryptonita” desse vilão descrito por nós de forma alegórica, mas que bem real, e muitas vezes cruel, é o seguro. Em qualquer tipo de empresa, em qualquer fase de sua existência, é importante ter consciência de que imprevistos podem ocorrer, e preparar-se. Contar com a proteção de diversos tipos de seguros é a melhor forma de minimizar eventuais prejuízos que um acidente/incidente pode causar ao patrimônio - da empresa e do empreendedor.

Muitas microempresas não dão a atenção necessária à gestão de riscos, nem possuem alguém responsável por isso. No caso de algum incidente durante a operação, o prejuízo pode ser muito maior se a empresa não contar com o tipo de seguro que ofereça cobertura para aquela situação. Portanto, gestores “novatos”, se quiserem chegar a ser experientes, têm de ver na contratação de seguros uma proteção para seu negócio e um auxílio indispensável na prevenção dos riscos.

Para cada uma das situações aqui abordadas, o mercado de seguros oferece soluções bem direcionadas: assessoria/consultoria em gestão de riscos, seguro patrimonial, seguro de riscos cibernéticos, seguros de responsabilidade civil etc. etc. etc.

Na SICCS, essas soluções são disponibilizadas por meio de parcerias bem consolidadas com as operadoras mais respeitadas do mercado e com um atendimento diferenciado que entende as necessidades e angústias do novo empreendedor - assim como respeita a grande coragem de enfrentá-los no cenário do Brasil.

Portanto, quem está iniciando (ou reiniciando) seu caminho no empreendedorismo, inclusive abrindo agora uma microempresa, não precisa entrar nessa jornada sozinho.|

Fontes
www.negocioseguroaig.com.br
www.contabilizei.com.br
www.revistaapolice.com.br


Saúde digital: de tendência a realidade

Sempre que surge no horizonte uma nova tecnologia - ou um novo uso de tecnologias já existentes - quase simultaneamente surgem “profecias” de que sua implementação e/ou disseminação vai deixar para trás uma espécie de terra arrasada, em que morrerão práticas e valores importantes para o ser humano.

Bem, talvez isso seja verdade para alguns momentos históricos e certas tecnologias muito específicas: caçar com uma lança cuja ponta é feita de pedra lascada, por exemplo, ou imprimir todo um jornal de dezenas de páginas com cada letra que levará a tinta ao papel moldada em chumbo fundido. Porém, o caminho mais frequente e provável não é o da aniquilação daquilo que se conhece, mas da convergência entre o que se faz hoje com o que se pretende fazer, melhor, amanhã.

Assim como a televisão não acabou com o rádio, e os serviços de streaming não acabaram com as salas de cinema (apesar do temor bastante pessimista de que isso um dia venha a acontecer), a medicina digital, em que dispositivos e aplicativos monitoram de perto e em tempo real a saúde das pessoas, não vai “aposentar” a atenção à saúde clássica, presencial, entre profissional e paciente. Pode, ao contrário, potencializá-la.

Grandes inovações no ecossistema de cuidados já estão mexendo com a vida de todos e melhorando as formas de prevenir, diagnosticar e tratar doenças. Com o tempo, ninguém vai ficar fora desse novo mundo em que inteligência artificial, computadores e sistemas conectados convivem com médicos, enfermeiros e outros profissionais da área.

Uma menção evidente, mas inevitável, porque fartamente fundamentada: a pandemia acelerou tendências que já se delineavam no setor de saúde, marcadamente a necessidade e possibilidade de aliar recursos tecnológicos a equipes multiprofissionais, com médicos e enfermeiros, entre outros.

Cada vez mais, torna-se realidade o conceito de jornada do paciente: em vez de exclusivamente consultas e exames pontuais, em geral diante de sintomas ou crises, a pessoa é acompanhada continuamente, com o apoio de plataformas digitais que reúnem seus dados e um time apto a atendê-la de forma virtual ou presencial, o que é decisivo para a medicina preventiva e preditiva.

O maior desafio é conectar os elos da cadeia de cuidados, o que é mais efetivo para o paciente e mais sustentável para o sistema. Nessa jornada integrada, prontuários eletrônicos agregam as informações e o histórico do paciente, permitindo personalizar o atendimento e evitar a redundância na prescrição de exames e/ou riscos de interações entre medicamentos.

A evolução envolve dois fatores indissociáveis: a escalabilidade tecnológica e a competência humana em saúde, que só profissionais qualificados podem oferecer. É preciso que haja a coordenação e a navegação do cuidado, que se complementam: a coordenação identifica as necessidades de cada um e indica os profissionais e recursos para atendê-las; a navegação é o percurso em si, com um profissional de saúde definindo o rumo junto ao paciente.

Novamente, o exemplo recente e avassalador: um estudo realizado no auge da pandemia mostrou que pacientes que receberam monitoramento tiveram quase 60% menos complicações com o quadro causado pela covid-19. Devidamente orientados, não precisavam sair de casa e ir ao pronto-socorro por qualquer sintoma.

Outro exemplo: uma pesquisa contemplando brasileiros com diabetes tipo 2 demonstrou que o gerenciamento remoto de saúde, realizado por equipe multidisciplinar com apoio de ferramentas tecnológicas, melhorou os resultados dos exames e diminuiu o risco cardiovascular dos pacientes.

A tecnologia não vai substituir médicos e outros profissionais de saúde, mas sem dúvida já faz, e fará cada vez mais, parte de sua rotina. Sem antagonismo, o treinamento desses especialistas em cuidar das pessoas deve acompanhar os avanços da área, permitindo que lidem com dados, protocolos e recursos tecnológicos constantemente atualizados - sem perder a dimensão humana do cuidado. O bom clínico do futuro estará capacitado a desenvolver empatia com o paciente apesar da distância.

A digitalização também deve permitir que as interações entre a equipe multidisciplinar de saúde e os pacientes gerem dados que podem ser transformados em informação útil para decidir investimentos e coordenar cuidados. E as informações de saúde de cada um, sensíveis por natureza e reunidas em grandes bancos de dados, podem perfeitamente permanecer sigilosas, impedindo qualquer exposição dos pacientes e uso indevido.

Existem eficientes esquemas de defesa para evitar isso, com os dados protegidos por uma ou várias camadas de criptografia e sob anonimato. A LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados dita que qualquer informação obtida em consultas e exames permaneça confidencial, inclusive quando tudo acontece em ambiente virtual.

Nos melhores casos, dos melhores cuidados, das equipes mais capacitadas, das instituições mais competitivas e alinhadas com o futuro da medicina, a jornada do paciente será híbrida: terão papéis fundamentais tanto a tecnologia como o ser humano, tanto o atendimento presencial como o acompanhamento digital.

No Brasil, já existem empresas pioneiras que atuam na disponibilização de recursos dessa nova realidade da saúde. Pacientes, profissionais e instituições que seguirem esse caminho multiplataforma têm múltiplos fatores favoráveis para construir, juntos, uma melhor jornada.

 

Fontes
www.gov.br
www.sindhosp.org.br
www.saude.abril.com.br
www.futurodasaude.com.br
www.revistavisaohospitalar.com.br
www.myoncare.com/pt


Saúde faz faltaS

Rankings são intrigantes: dependendo de quem os faz, apontam numa direção, em direções mais ou menos convergentes - ou em outra direção, totalmente oposta. Quando essa forma de hierarquizar informações envolve preferências (os 10 melhores filmes da história do cinema, por exemplo), é compreensível e até esperado que haja discrepâncias. Quando a base do levantamento supostamente são dados objetivos, a única conclusão possível entre resultados diferentes é que apenas um deles está certo.

Como lidar com rankings, então? Qual a melhor forma de entender dados diferentes sobre uma realidade supostamente objetiva, como principais motivos de afastamento do trabalho, nossa pauta de hoje? Para quem não está envolvido diretamente no levantamento, nem tem outro motivo para descredibilizar o ranking concorrente, talvez a melhor atitude seja direcionar o foco para o que os diversos rankings têm em comum. Aqui, parte-se do princípio de que todos eles acertaram em alguma coisa e que os pontos de convergência indicam maior probabilidade de veracidade.

Vamos pegar 2 exemplos. Segundo a consultoria B2P, especializada nesse tipo de levantamento, as 10 principais causas de afastamento no trabalho em 2022 foram, em ordem decrescente de nº de ocorrências:
- Lesões - Desde traumatismos até luxações, distensões e fraturas, permitindo deduzir alguma superposição com o próximo item.
- Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo - Artrites, artroses, osteopatias etc., frequentemente adquiridas no trabalho.
- Transtornos mentais e comportamentais - problemas como depressão, ansiedade, síndrome de burnout, entre outros.
- Contato com serviços de saúde - Exames médicos de rotina, consultas, cuidados pós-cirúrgicos, acompanhar alguém doente etc.
- Doenças do aparelho digestivo - Gastrites, úlceras, apendicite etc.
- Gravidez - Cuidados na fase pré-natal, gravidez de risco, parto etc.
- Doenças do aparelho circulatório - Hipertensão, infartos, miocardites e outras doenças desse tipo incluídas no CID.
- Doenças do sistema nervoso - Enxaqueca, epilepsia, meningite, esclerose múltipla, mal de Alzheimer, doença de Parkinson etc.
- Doenças do aparelho geniturinário - Cólicas menstruais, problemas nas mamas, males relativos à próstata e outros órgãos do trato urinário.
- Doenças do sangue - Diferentes tipos de anemia, problemas de coagulação, imunodeficiências etc.

Já o artigo de uma empresa especializada em produtos ergonômicos, baseado em dados de um anuário do Dieese sobre emprego e renda, aponta como 3 principais causas:
- Dor nas costas - Seria a campeã em afastamentos do trabalho no Brasil, mas mencionada de forma genérica pode se superpor ao item 2.
- LER/DORT - Lesões por esforço repetitivo e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho também estariam entre as principais causas (parece difícil não encaixar “dor nas costas” nessa categoria).
- Depressão - Apontada como uma das doenças mais frequentes na população e com muitos casos que surgem exatamente no trabalho.

Como se vê, o 2º ranking parece dar significativamente mais peso a questões causadas por inadequações ergonômicas, e mesmo o 1º não diferencia muito nitidamente “lesões”, que podem ser causadas por (ou sintomas de) “transtornos osteomusculares”. Porém, há certa equivalência. Mas onde os rankings convergem mais claramente? No 3º item, principalmente na menção a depressão.

Quase qualquer busca de informações sobre doenças capazes de fazer as pessoas faltarem ao trabalho, quando realizadas levando em conta os dados citados por uma instituição dedicada a uma área específica (sociedades de dermatologia, cardiologia, oftalmologia e assim por diante), divergirá, ao menos em parte, de rankings mais abrangentes.

É compreensível, mas nem sempre confiável. O gestor que tem sob sua responsabilidade a saúde dos colaboradores - e/ou o gerenciamento do benefício de um plano de saúde corporativo - sempre precisará “filtrar” esses diversos rankings, levando em conta a metodologia utilizada, a confiabilidade da fonte, o “bom senso” e, principalmente, as necessidades e particularidades de seu negócio e do respectivo ambiente de trabalho.

Parece inquestionável que as questões envolvendo as lesões/dores relacionadas à prática laboral, e a depressão, ocupem lugar de destaque no absenteísmo. É uma providência com custo-benefício positivo praticamente certo direcionar, com certa prioridade, esforços, recursos e inteligência empresarial para preveni-los e atenuá-los. Além, claro, do aspecto humano envolvido.

O afastamento por motivo de saúde não é fácil para nenhuma das partes. Por isso, é importante cuidar. Durante o dia a dia de trabalho, os gestores precisam estar atentos ao que fazem os colaboradores, desde a eficiência em suas tarefas até o comportamento durante o expediente.

Boas práticas de gestão, líderes bem treinados e adesão a programas de saúde física e mental são as melhores ferramentas de que a empresas dispõem para manter os integrantes de suas equipes saudáveis e engajados com o trabalho. Soluções SICCS como Plano de Saúde Empresarial/Corporativo e Gestão de Benefícios ajudam nessa jornada.

Nós entendemos que, quando a saúde faz falta, as faltas se multiplicam.

 

Fontes
www.wellbe.co
www.pro-labore.com
www.exame.com/carreira
www.conexasaude.com.br
www.telavita.com.br


Julho Amarelo - Combate às Hepatites Virais

Hepatite é uma inflamação no fígado que pode ser decorrente de diversas causas: infecção, uso de medicamentos, uso de álcool e outras drogas, doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas. Alguns dos sintomas mais comuns são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

Nosso blog de hoje foca nas hepatites infecciosas, especificamente causadas por vírus. Com foco na prevenção e conscientização das hepatites virais, uma lei federal instituiu, em 2019, a campanha nacional Julho Amarelo, que destaca a importância da testagem precoce e do tratamento da doença. Não por acaso, dia 28 de julho é o Dia Mundial da Luta Contra as Hepatites Virais, data criada pela OMS - Organização Mundial da Saúde.

Os tipos
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são do tipo A, B e C. Existem, ainda, a hepatite D, mais comum na Região Norte, e a hepatite E, a menos frequente no país. As hepatites B e C são consideradas mais críticas, pois costumam ser silenciosas e acabam sendo descobertas quando a doença já está avançada, provocando cirrose hepática e até mesmo câncer de fígado.

As hepatites virais podem não apresentar sintomas por um longo período após a infecção e passam despercebidas por pelo menos 1 milhão de pessoas no Brasil, que convivem com a doença sem saber. Somente as hepatites dos tipos B e C são responsáveis por cerca de 74% dos casos no país, sendo que a hepatite C é, sozinha, responsável por 76% das mortes, segundo dados do Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig).

Enquanto as hepatites A e E são transmitidas por contato com virus presentes em locais com condições precárias de saneamento básico, ou devido a más condições de higiene pessoal e alimentar, as hepatites B e C são transmitidas principalmente por relações sexuais desprotegidas, contato com sangue contaminado (inclusive por meio do compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicate de unha etc.) ou transplantes de órgãos de doadores infectados.

Outra possibilidade é a transmissão de mãe para filho durante a gravidez, por isso a testagem para hepatite em mulheres grávidas, ou com intenção de engravidar, é fundamental para prevenir a transmissão da mãe para o bebê, que pode ser evitada por tratamentos específicos nesses casos.

A prevenção
A prevenção das hepatites A e E incluem melhora no saneamento básico, evitar contato com água contaminada e higienização dos alimentos antes do consumo. A prevenção dos tipos B, C e D requer a adoção de práticas seguras, como o uso adequado do preservativo e o não compartilhamento de objetos perfurocortantes, como os já citados, e de higiene pessoal.

E nem é preciso dizer que em consultórios médicos e odontológicos, salões de manicures, entre outros - como estúdios de tatuagem e piercing - é importante sempre usar materiais esterilizados ou descartáveis.

E aqui vai talvez uma das informações mais importantes: existem
vacinas para a prevenção contra as hepatites A e B, e quem se vacina para o tipo B se protege também contra a hepatite D. Esses imunizantes estão disponíveis gratuitamente no SUS. Para os demais tipos de vírus não há vacina, mas existe tratamento.

Tratamento
A hepatite A é uma doença aguda e o tratamento se baseia em dieta e repouso, o que geralmente traz melhora em algumas semanas, sendo que e a pessoa adquire imunidade, ou seja, não terá uma nova infecção. As hepatites B e D têm tratamento e podem ser controladas, evitando a evolução para quadros severos.
E, claro, todas as hepatites virais devem ser acompanhadas e tratadas por profissionais de saúde, pois as infecções podem se agravar e trazer consequências graves, como dissemos acima.

Um dado extremamente relevante e não muito divulgado, talvez porque exista uma “corrente” na medicina que aposta no alarmismo como forma, digamos, “não-convencional” de prevenção (paternalizando as pessoas e atropelando as escolhas e responsabilidades individuais): a hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é seguido corretamente.

A falta do conhecimento sobre as hepatites virais é um grande desafio. A recomendação é que todas as pessoas com mais de 45 anos façam o teste, gratuitamente, em qualquer posto de saúde. Em caso de resultado positivo, o SUS - Sistema Único de Saúde oferece tratamento para todos os tipos de hepatite, independente do grau de lesão do fígado.

Ao compartilhar essas informações aqui, e divulgando esse artigo em nossas redes sociais, a SICCS tem a intenção de contribuir para a conscientização proposta pelo Julho Amarelo.

Convidamos você a fazer o mesmo.

Fontes
www.gov.br/ebserh/pt-br/
www.saude.pr.gov.br/Pagina/Hepatites-virais
www.saude.es.gov.br/hepatitesvirais


Resseguro: um ilustre desconhecido?

Volta e meia, participantes de bancadas de programas jornalísticos utilizam o termo “resseguro”, como se o espectador médio soubesse exatamente do que se trata, para que serve, qual sua importância. E não é menos frequente que o termo seja trazido à baila quando se fala do setor de saúde - sem explicações complementares.

É quase como se o entrevistado ou colunista televisivo dissesse: “você não sabe o que é resseguro, seu desinformado?”. No mínimo, uma deselegância. Bem, o leitor médio desse blog é bastante bem-informado, mas é bastante plausível, e compreensível, que talvez ele não saiba o que é resseguro, nem tampouco sua importância para a saúde. Vamos, então, elegantemente, explicar.

Resseguro é um termo utilizado no setor de seguros para se referir à prática em que uma empresa seguradora transfere parte ou a totalidade dos riscos assumidos por ela para outra empresa, chamada de resseguradora. Dessa forma, a seguradora original, conhecida como cedente, protege-se contra a ocorrência de grandes perdas em determinadas apólices de seguro que emitiu.

Em outras palavras, quando uma seguradora emite uma apólice de seguro para um cliente, ela assume a responsabilidade de indenizá-lo em caso de sinistro, como um acidente de carro ou um incêndio em uma propriedade. No entanto, para mitigar seu próprio risco, a seguradora pode transferir parte desse risco para uma resseguradora, por meio de um contrato de resseguro.

Assim, no caso de um sinistro ocorrer e a seguradora precisar pagar uma indenização significativa ao segurado, ela pode acionar a resseguradora para cobrir uma parte ou a totalidade do pagamento. O resseguro tem como objetivo proteger as seguradoras contra eventos, digamos, catastróficos ou prejuízos inesperados que possam afetar sua solvência financeira.

O contrato de resseguro estabelece os termos e as condições da transferência de risco, incluindo o percentual de risco transferido, os prêmios a serem pagos à resseguradora e as responsabilidades de cada parte envolvida.

Essa prática confere estabilidade financeira às seguradoras, permitindo que operem com maior segurança e capacidade de assumir riscos adicionais e continuem a oferecer cobertura aos segurados enquanto reduzem sua exposição a grandes perdas, já que têm um mecanismo de proteção financeira em caso de eventos de alto impacto.

No setor de saúde, o resseguro desempenha papel fundamental, oferecendo diversos benefícios e garantindo a estabilidade financeira também das seguradoras que operam no segmento. Veja, a seguir, algumas das principais razões pelas quais o resseguro é importante nesse setor (todas, de alguma forma, relacionadas ao equilíbrio econômico dos players do segmento).

Compartilhamento de riscos - O resseguro permite que as seguradoras de saúde compartilhem os riscos assumidos ao emitir apólices de seguro. Dado que certos eventos de saúde podem resultar em custos significativos, como tratamentos médicos caros ou internações prolongadas, o resseguro auxilia na distribuição desses riscos entre as seguradoras e as resseguradoras, reduzindo a exposição financeira das seguradoras a eventos imprevistos de grande magnitude.

Proteção contra perdas excessivas - A área de saúde está sujeita a riscos consideráveis, como surtos de doenças, incorporação obrigatória de avanços tecnológicos caros e custos médicos imprevisíveis. O resseguro proporciona uma camada adicional de proteção financeira às seguradoras, permitindo que elas enfrentem situações em que as despesas médicas ultrapassem seus limites de retenção de riscos. Assim, mesmo diante de eventos de alta sinistralidade, as seguradoras de saúde podem contar com o apoio das resseguradoras para mitigar as perdas financeiras.

Ampliação da capacidade de oferta - O resseguro permite que as seguradoras de saúde ampliem sua capacidade de oferta de seguros. Ao compartilhar riscos com as resseguradoras, as seguradoras podem assumir mais segurados e emitir apólices com coberturas mais abrangentes. Isso resulta em um mercado de seguros de saúde mais robusto, com uma maior oferta de opções e cobertura para os beneficiários.

Suporte em dificuldades de capital - As seguradoras de saúde, assim como qualquer empresa, podem enfrentar dificuldades financeiras em determinados momentos, mesmo independente de fatores externos. O resseguro pode fornecer um suporte valioso nessas situações, ajudando as seguradoras a lidar com problemas de capital e garantir sua solvência. Ao transferir parte dos riscos para as resseguradoras, as seguradoras podem reduzir sua exposição financeira e melhorar sua posição de liquidez.

Em síntese, o resseguro desempenha um papel crucial na área de saúde, permitindo que as seguradoras compartilhem riscos, protejam-se contra perdas excessivas, mantenham estabilidade financeira, ampliem sua capacidade de oferta e recebam suporte em dificuldades de capital.

É o conjunto desses efeitos que garante a continuidade das operações das seguradoras de saúde, a proteção dos segurados e a sustentabilidade do sistema de seguro de saúde como um todo. Não é tão difícil entender, mas para quem toca no tema publicamente, num veículo de comunicação de grande alcance, não custava explicar. Como a SICCS fez agora para você.

 

Fontes
www.cnseg.org.br
www.gov.br
www.revistaapolice.com.br
www.revistacobertura.com.br


Saúde pós-pandemia: o que mudou no comportamento das pessoas?

A emergência sanitária global acabou, inclusive “oficialmente”, como “decretado” pela própria OMS em comunicado mais ou menos recente - e, diga-se de passagem, o órgão da ONU não foi exatamente um exemplo de mira certeira durante a crise provocada pelo coronavírus, no início revelando o que muitos ainda consideram imprudência e, no final, provavelmente pecando por um considerável “excesso” de cautela e insistente alarmismo.

Órgãos oficiais, locais e globais, são uma referência importante, claro, mas inciativas nascidas da própria sociedade precisam ser bem consideradas e cruzadas/comparadas com as de qualquer instância que possa sofrer (mais fortemente) influências políticas - como, ninguém há de negar, é a ONU. Foquemos, portanto, num importante player global do segmento de saúde.

Para compreender as recentes mudanças nas expectativas, atitudes e comportamentos em relação à saúde e bem-estar, o Grupo Allianz Partners conduziu uma pesquisa em fevereiro de 2022, envolvendo mais de 25 mil consumidores, em 10 países, inclusive o Brasil. Os resultados revelaram 4 tendências que se intensificaram durante a pandemia, especialmente devido à mudança na relação das pessoas com a tecnologia.

Mesmo depois de mais de 1 ano, essas tendências fornecem insights valiosos sobre as transformações que ainda estamos vivendo desde o surgimento da emergência sanitária global, do cuidado médico até o comportamento das pessoas e o uso de tecnologias inovadoras. Sãos tendências que, tudo indica, estão moldando o presente e o futuro do setor de saúde e bem-estar.

A 1ª tendência está relacionada a mudanças na área médica. Nos últimos anos, tem havido um aumento nos casos de doenças crônicas e problemas de saúde mental, impulsionados pelo envelhecimento da população, estilos de vida sedentários, dietas inadequadas e diversos tipos de pressões sociais, além do ressurgimento parcial de doenças infecciosas, como sarampo.

Consequentemente, 47% dos jovens da assim chamada Geração Z (entre 18 e 25 anos) expressaram preocupação com problemas de saúde mental, enquanto 48% das famílias com filhos continuavam demonstrando preocupação com a covid-19 e outros vírus.

A 2ª tendência se refere a uma interessante, e extremamente relevante, mudança de comportamento: a transformação do paciente passivo em um ativo, ou seja, alguém que agora busca tomar decisões ativas para determinar seu próprio cuidado médico.

No tema saúde preventiva, o Brasil se destacou, liderando o ranking entre os participantes da pesquisa. Um exemplo: 60% dos pacientes com mais de 65 anos se mostraram interessados em exames de triagem precoce para prevenir o surgimento de condições específicas às quais possam ser vulneráveis, seja por individualidade biológica (inclusive fatores genéticos) ou estilo de vida.

A 3ª tendência envolve diretamente avanços tecnológicos. A saúde remota tornou-se uma realidade mais presente, com o uso da telemedicina nitidamente impulsionado: terapia remota on-line, atendimentos simples e triagem inicial, entre outros. No Brasil, observou-se um aumento de teleconsultas e entregas de medicamentos em domicílio, sendo este segundo item utilizado por 20% das famílias com filhos. Dentro do universo da pesquisa, os brasileiros são os que mais procuraram esse tipo de serviço.

A 4ª tendência também está relacionada à evolução tecnológica. Estamos vivendo um momento de controle hiperpersonalizado impulsionado por dados. O uso de tecnologias que permitem o monitoramento de várias métricas tem modificado a relação das pessoas com sua saúde, o acompanhamento de atividades físicas e o conhecimento de seus próprios corpos. Falamos desse tema recentemente aqui em nosso blog, num artigo sobre saúde digital.

O panorama final apresentado mostra uma população com indivíduos mais conscientes sobre sua própria saúde, começando pelo do monitoramento diário do corpo, passando pela preocupação com o acesso a serviços médicos - tanto na rede pública quanto no sitema privado - e chegando até uma integração mais ampla de todos esses aspectos com dispositivos eletrônicos.

Em outras palavras, além de maior atenção à saúde, existe também uma busca por praticidade e atendimento rápido e seguro, revelando um binômio cuidado + conveniência que está moldando as possibilidades de atendimento e influenciando a adesão das pessoas. É fundamental que o segmento de saúde continue acompanhando essas tendências e adaptando-se a elas, pois compreender as mudanças nas expectativas e comportamentos dos indivíduos permite desenvolver soluções inovadoras que atendam às necessidades/desejos - sempre em evolução - dos consumidores.

Sempre atenta ao fluxo tecnológico-comportamental que atinge soluções de saúde individuais e, principalmente, corporativas, a SICCS atua em constante sinergia com seguradoras e operadoras parceiras, para assim oferecer soluções adequadas à realidade atual do segmento, inclusive no que tange a mudanças trazidas pelo grande impacto desse fato histórico que foi a pandemia.

Porque a emergência sanitária global pode ter acabado, mas seu legado, psicológico e prático, dever surtir efeitos por muito tempo.

 

Fontes
www.revistacobertura.com.br
www.allianz-partners.com/pt_BR


Encaixar as peças para não acabar em pedaços.

A saúde suplementar no Brasil tem enigmas e desafios.

Um quebra-cabeça necessariamente montado em conjunto, mas em que ninguém conhece as peças dos outros - e talvez estejam também todos vendados, sem enxergar até mesmo as próprias peças, portanto tateando no escuro. Não seria uma metáfora muito implausível para descrever o cenário da saúde suplementar no Brasil. Uma coisa parece consensual entre os participantes (leia-se players): do jeito como tudo acontece hoje, a situação está no limiar do insustentável.

Uma pesquisa simples, rápida e direta traz informações francamente contraditórias, dependendo do ponto de vista, da causa e do interesse de quem as partilha. De um lado, clientes/usuários se desesperam com reajustes sempre muito além da inflação - pela qual normalmente são reajustados salários e benefícios, como aposentadoria, por exemplo - e de qualquer previsibilidade. Por outro lado, operadoras anunciam que o fim está próximo, como profetas que alertam para a chegada do apocalipse em fábulas e filmes de gosto duvidoso.

Correndo por fora, está o governo (que, vale lembrar, não é só composto pelo Executivo) e suas diversas instâncias e agências, com um apetite regulatório que tende ao infinito, amarrando dinâmicas de livre concorrência que provavelmente seriam parte da solução. Quais são as chances de um jogo jogado desse jeito “dar certo”, trazendo resultados econômicos satisfatórios para o setor e mais acesso à saúde para o cidadão? Alerta de spoiler: pouca, ou quase nenhuma.

Vejamos algumas informações conflitantes. Segundo a ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar, em 2022 o setor de planos de saúde manteve o crescimento, incorporando quase 1,5 milhão de beneficiários e totalizando cerca de 50,5 milhões de usuários em planos de assistência médica, maior número desde dezembro de 2014. Mas a mesma agência informa que o lucro líquido dos planos caiu de R$ 3,8 bilhões para R$ 2,5 milhões, pior desempenho desde o início, em 2001, da série histórica que monitora o segmento.

Na interpretação desses dados, é importante considerar o “fator pandemia”: o setor já esperava um efeito na utilização após o isolamento social, pois durante o período em que ele vigorou as pessoas não utilizavam seus planos, para obedecer ao “fique em casa”. Acredita-se que, por essa razão, em 2020 houve um lucro histórico, de R$ 18,7 bilhões. Mas tomemos a queda mais recente, citada no parágrafo anterior, nada menos que 99% de redução (porque, sim, é de bilhões para milhões).

Como é possível um setor crescer além da casa do milhão em usuários e ainda assim perder lucratividade? Mais clientes não representariam maior receita? Mesmo o lucro tendo decrescido, mais de R$2 milhões ainda não é um resultado considerável, melhor que um prejuízo evidente? Bem, sim e não. Queda de 99% em lucratividade é ao mesmo tempo sinal de alívio e alerta: melhor “zero a zero” que “menos alguma coisa”, claro. Mas quedas vertiginosas sempre dão... vertigem. Bem, se existe alguma coisa complexa no universo, é a saúde suplementar no Brasil. O.K., talvez não a mais complexa de todas, mas com certeza entraria num Top 10.

Vejamos. Agregar um cliente gera receita, sempre. Mas receita não é lucro. São conceitos financeiros diferentes, como provavelmente o leitor sabe, mas não custa relembrar. Receita é, grosso modo, o valor que adentra e circula no sistema. Lucro é o que se contabiliza depois de cobertas as despesas. Portanto, um cliente gera lucro se o custo de atendê-lo for menor do que o valor que ele injeta pagando pelo serviço. Conceito simples - e basilar.

Executivos muito experientes no setor apontam que uma das causas do cenário complicado seria a limitação, pelas operadoras, da aquisição de planos individuais, o que evitaria trazer usuários mais jovens - por isso, mais “baratos” que os mais idosos, já que têm menos problemas de saúde. O menor custo dos mais jovens naturalmente compensaria o maior custo dos mais velhos, promovendo mais equilíbrio.

E por que as operadoras limitam a oferta de planos individuais? Porque esse tipo de produto é muito mais regulamentado do que os planos empresariais/corporativos, inclusive em termos de reajuste, dificultando o manejo econômico da carteira. Um simulacro de solução que o mercado encontrou foram os planos corporativos para pequenas (pequeníssimas) empresas, com 2 ou 3 “vidas”, que combinam de forma mais ou menos aceitáveis valores mais acessíveis para os usuários com mais liberdade de gerenciamento para a operadora.

Mas o Legislativo, com sua sanha paternalista e regulatória, já avança sobre essa modalidade, com um projeto de lei que visa a limitar os reajustes de planos coletivos. O usuário desinformado diria “que bom”, até se informar e descobrir que o excesso de limitações à atividade acabará encarecendo seu plano, se não levar sua operadora à insolvência pura e simples, deixando-o sem plano de saúde nenhum...

Muitos parlamentares, todos sabemos, decidem sua atuação pelo que a proposta de uma lei projeta publicamente na sociedade (proteger o consumidor “indefeso”, por exemplo), não por seus efeitos práticos no dia a dia do cidadão (como inviabilizar o acesso desse mesmo consumidor a um serviço importantíssimo para ele, ou dificultar, e mesmo inviabilizar, toda uma área de atividade). Já o Judiciário contribui para o problema com decisões arbitrárias sobre o que é taxativo ou indicativo no rol de serviços oferecidos pelas operadoras.

Diga-se de passagem, que nesse tema não existem mocinhos nem vilões. Operadoras certamente pecam por falta de transparência, colocando sob rubricas genéricas extremamente vagas - como “aumento do custo de insumos de saúde”, “inflação médica” ou “incorporação de novas tecnologias”, incompreensíveis para o usuário médio - a justificativa para reajustes muitas vezes desesperadores para seus clientes. O mais provável é que sejam verdades parciais, misturadas com questões de gerenciamento e tentativas de aumentar margens de lucro (tudo, claro, variando de operadora para operadora).

Por sua vez, muitos usuários envolvem-se em esquemas em que há a realização de exames e procedimentos excessivos e desnecessários, ou até mesmo fraudes evidentes, minando a saúde financeira das operadoras com cifras que já são estimadas em bilhões. Também nesse caso, cada cliente é um cliente, e os que agem de forma antiética certamente são uma minoria, mas ao que parece com grande potencial nocivo. Existe, ainda, a alta taxa de judicialização, em que clientes antiéticos e éticos reivindicam serviços presentes ou não em contratos, gerando uma variável difícil de computar.

Não parece razoável, como sugere em artigo recente um conhecido empresário do setor, que a solução seja regular todos os entes atuantes no segmento - planos de saúde, prestadores médicos consumidores (PF/PJ), indústria farmacêutica - por considerar que o ônus regulatório recai, injustamente, inteiramente sobre as operadoras. Não é lógico pensar que a ineficiência de um setor altamente regulado pelo Estado, e por isso mesmo sofrendo de considerável imobilidade crônica e severas distorções, seja mais Estado.

O melhor caminho parece ser o de sempre, e que a maioria dos empreendedores frequentemente deseja e expressa: um mercado mais livre, o máximo possível, em que a concorrência seja promovida e estimulada e o Poder Público atue apenas para corrigir distorções evidentes e reprimir abusos, de todos os lados - e não para multiplicar amarras burocrático-regulatórias que, ao que tudo indica, nos trouxe à situação delicada em que estamos hoje.

O mundo não vai acabar num abismo totalmente sem planos de saúde, porém o colapso de alguns players e a falta de acesso de muitos cidadãos já é problema suficiente - até porque os planos acabam por cumprir a nobre função de evitar ainda mais sobrecarga no sistema público. Algo precisa mudar, e logo, para evitar uma crise. Às cegas, e cada um por si, não haverá progresso. Portanto, o “algo” que precisa mudar provavelmente é de natureza colaborativa.

Não existe solução simples para esse quebra-cabeça. Mas o tempo para solucioná-lo parece estar se esgotando.

 

Fontes
www.gov.br/ans/pt-br
www.infomoney.com.br
www.agenciabrasil.ebc.com.br
www.cnnbrasil.com.br/saude
valorinveste.globo.com
www.valor.globo.com
www.oglobo.globo.com