FLURONA - A combinação de influenza + covid 19 exige resiliência.

Já há algum tempo se popularizou nas redes sociais o termo “shipar”  (derivado bem livre da palavra em inglês “relationship”, que significa relacionamento) para descrever a percepção ou torcida sobre a formação de um casal. É comum que esse casal seja descrito, a partir de então, pela combinação de partes dos nomes que quem o compõe: “Brumar” é apenas um exemplo (Bruna + Neymar).

É até compreensível que no contexto da pandemia, que entrou em seu 3º ano, o hábito tenha se estendido do bastante superficial mundo das celebridades para a importantíssima área da saúde: “shiparam” a influenza e o novo coronavírus, dando ao quadro em que as duas infecções se combinam o estranhíssimo nome de “flurona”.  À parte o exotismo do termo recém-criado, é muito relevante nesse momento ter boas informações sobre essa bi-infecção.

Como consequência de haver dois tipos de vírus, é possível que a pessoa apresente, ao mesmo tempo, sinais e sintomas das duas doenças. A infecção por dois vírus não é uma situação rara, principalmente em períodos em que existe circulação de doenças de fácil transmissão e com elevados número de casos, como é o caso da covid-19 e da gripe. Apesar de se ter duas infecções simultâneas, isso não significa, necessariamente, que é uma situação mais grave.

Mas, ao mesmo tempo, é importante lembrar que cada uma das duas doenças, mesmo sozinhas, pode provocar quadros graves, internações e até óbitos, principalmente em indivíduos mais vulneráveis, como idosos, transplantados e pessoas com outras condições preexistentes, como problemas cardíacos, hipertensão descontrolada, asma etc.

Por isso também, claro, é importante ter todos os cuidados para evitar transmitir os vírus para outras pessoas, sendo recomendado permanecer em isolamento por pelo menos 7 dias, ou de acordo com orientação médica.

Os principais sinais e sintomas de “flurona” são febre, tosse, respiração mais rápida e curta, falta de ar, dor muscular; dor de cabeça, dor ao engolir, nariz entupido. O maior problema é que esses mesmos sintomas podem ser ocasionados por apenas um dos 2 vírus isoladamente, o que complica muito o diagnóstico puramente clínico.

Por isso, na presença desses sinais, é importante procurar atendimento médico, para que sejam feitos exames capazes de verificar se o quadro é de influenza, de covid-19 ou de “flurona”. Em caso de suspeita de uma, da outra ou de “flurona”, é recomendado seguir todas as orientações das autoridades de saúde.

E, sim, isso significa, pelo menos por mais um tempo, que vacinados, bivacinados, trivacinados, já contaminandos e recuperados – e também que não teve nehuma das duas doenças – continuem a fazer uso de máscaras faciais, a higienizar e lavar as mãos regularmente, evitar ambientes com maior concentração de pessoas e pouca circulação de ar.

A tão citada resiliência, conceito caro ao mundo corporativo, nunca foi tão importante, dentro e fora dele. Vamos continuar nos cuidando. Agora que, apesar das idas e vindas, podemos ver sinais de sucesso no combate à pandemia, ninguém precisa se arriscar a encontrar o casal “flurona” pela frente.

Fontes
https://www.tuasaude.com/covid-e-influenza/
https://www.bbc.com/portuguese/geral-59916884


Doenças tão perigosas quanto a Covid-19.

É inegável o impacto que a Covid-19 teve e ainda está tendo na saúde pública, na economia, na vida de todos, inclusive por causa do grande número de mortes, centenas de milhares no Brasil, que faz com que hoje quase todos tenham perdido algum ente querido, como um familiar ou amigo, ou ao menos alguém conhecido.

Também não se pode negar que a prioridade de combater o novo coronavírus se deve ao seu caráter facilmente transmissível: uma doença infecciosa e potencialmente letal que se pega pelo ar evidentemente provoca um justificado senso de urgência. Vem daí o desenvolvimento em tempo recorde das vacinas e seu uso em larga escala. É, digamos, uma imposição estatística.

Mas a prevenção e o tratamento de doenças tão ou mais perigosas quanto a que colocou o mundo em alerta de pandemia – até pela prioridade que ela recebeu e ainda vem recebendo, marcadamente no sistema de saúde pública – passaram a ser postergados e até ignorados. O problema é que isso também resulta em mortes.

Existem levantamentos que indicam a Covid-19 deixou de ser a principal causa de mortalidade no Brasil há cerca de 2 meses. Uma comparação dos registros da pandemia de novembro de 2021 com a média de mortes por todos os outros fatores neste mês do ano. durante os últimos 5 anos indica que a pandemia ocupa agora a 8ª colocação entre os principais causadores de mortalidade no Brasil.

Segundo esse levantamento, as principais são doenças isquêmicas do coração (como o infarto), cerebrovasculares (como o AVC) e outras doenças circulatórias. Outra informação, de outra fonte: a partir de dados dos cartórios, a estimativa é que mortes por doenças cardiovasculares em geral tenham crescido 50% na pandemia, aponta José Francisco Kerr Saraiva, diretor de promoção de saúde cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Outro tema bastante sensível é o câncer. Assustadas com o agravamento da saúde pública no Brasil, muitas pessoas que já sofriam com o mal e outras que passaram a apresentar sintomas oncológicos não procuraram atendimento médico, atrasando novos diagnósticos e agravando o quadro clínico de pacientes já diagnosticados. Isso provocou uma queda temporária no número de mortes por câncer que muitos especialistas estimam ser “artificial”: provocada pela ausência de registros de quem não foi atendido.

Sim, ainda estamos na pandemia e quase todos os cuidados de antes continuam sendo necessários, mas é improvável que a Covid-19 volte a ser a 1ª causa de mortalidade no país. Então é hora de voltar a atenção também ao cuidado desses outros problemas de saúde, que idealmente nem poderiam ter sido deixados de lado, se fosse possível. Males cardiovasculares e câncer têm prevenção e tratamento, em grande parte dos casos com boas chances de cura e/ou controle que permitem ao paciente viver mais e melhor.

Esses são apenas dois exemplos, entre muitos possíveis. Com o arrefecimento da pandemia, trazido inclusive, e talvez principalmente, pelo avanço da vacinação, precisamos todos a voltar cuidar da nossa saúde como um todo, retomando tratamentos, resgatando cuidados preventivos e cultivando hábitos saudáveis de vida.

Fontes:
https://www.poder360.com.br
https://valor.globo.com
https://radiojornal.ne10.uol.com.br
https://www.camara.leg.br/noticias
https://www.accamargo.org.br


A saúde como protagonista

Se em dezembro de 2019 alguém dissesse que boa parte dos brasileiros iriam utilizar máscaras faciais por quase 2 anos para se proteger de uma infecção transmissível pelas vias respiratórias ninguém acreditaria. Que iríamos parar de nos abraçar e dar beijinhos ao encontrar uma pessoa também….

Hoje essas mudanças, antes impensáveis, continuam sendo uma realidade no nosso dia a dia, e todo mundo, o tempo todo, espera e torce para que essa fase acabe logo, e de vez. Os sinais no horizonte são positivos, mas continuará sendo preciso ter cautela por um bom tempo – pelo menos meses – até que se esboce em nosso cotidiano algo parecido com o “velho normal”. Porque o “novo”, mal batizado na base de um certo conformismo fatalista, ninguém aguenta mais. Mas seguiremos com ele mais um pouco…

É um raciocínio quase clássico, beirando o clichê filosófico, procurar em grandes tristezas e tragédias algum tipo de aprendizado – mas não deixa de ser uma atitude positiva e certamente útil. No caso dos 2 anos que ainda estamos vivendo, uma conclusão possível é de que essa doença traumática trouxe o tema saúde para primeiro plano. Por todo esse tempo, e ainda agora, ela tem sido a protagonista de pautas, reportagens, postagens, repostagens, pensamentos e preocupações.

A doença é ruim e foi devastadora, mas prestar mais atenção à própria saúde e à do próximo pode mesmo ser um aprendizado valioso. Evidentemente, se essa consciência fosse adquirida em outras circunstâncias, muito melhor seria. Mas, como sempre, a realidade se impõe ao ideal, e é com ela que temos de aprender. Meio “de carona” com o problema principal, temas como ansiedade, depressão, bruxismo e muitos outros foram tratados com frequência e profundidade que talvez antes não tivessem.

Não, a covid-19 não nos fez nenhum favor e certamente não precisávamos dela. Mas, a reboque das dores e perdas que tem causado, veio um despertar, um “abrir os olhos” de que o valor primário, fundamental e basilar da vida é a saúde. Não é inédito, mas continua sendo irônico, que essa percepção tenha sido provocada por uma doença.

Nesse último blog de 2021, nossa intenção não é lamentar as perdas que o novo coronavírus provocou e ainda possa vir a provocar – embora isso seja necessário e tenha seu significado.

Ao contrário, nosso desejo é dar ênfase à capacidade de sobreviver, aprender e seguir em frente em meio à reviravolta que esse inimigo microscópico provocou na vida de quase todos. E, também, destacar o quanto é importante que tenhamos “descoberto” a relevância total da saúde. Toda e qualquer conquista “pessoal” e “profissional”, individual e corporativa, virá sempre depois dela.

Aos poucos, tudo parece indicar que estamos vencendo, não sem muitas perdas no caminho. Mas com erros e acertos, alarmismo e lucidez entremeados, a sensação (e a esperança!) é de que, juntos, estamos saindo dessa. Que a consciência sobre o valor da saúde permaneça em todos nós – e se traduza em ações práticas – depois que a doença for embora (pelo menos em seu aspecto epidêmico).

Com essa mensagem ao mesmo tempo “pé-no-chão” e de otimismo e esperança, a SICCS e a SICCS+ Seguros desejam a você um excelente, pleno, próspero, positivo e feliz 2022. Como sempre, conte com a gente ao longo do novo ano.

Ter a saúde como protagonista sempre esteve, e sempre estará, nos nossos planos.


Como combater a gripe

O surto de gripe fora de época está fazendo muita gente correr para postos de saúde e clínicas particulares a fim de se imunizar contra mais esse vírus, que embora seja menos perigoso que o da Covid-19 nunca pode ser subestimado: crianças, idosos, grávidas e pessoas com condições preexistentes podem desenvolver quadros mais graves, às vezes com risco de morte.

Acontece que, diferente do novo coronavírus – uma novidade em termos epidemiológicos – o vírus influenza, causador da gripe, já é nosso velho conhecido e obedece a um certo padrão sazonal. Altamente mutável, todos os anos ele exige que as vacinas sejam adaptadas para que a imunização seja eficiente. E, nesse caso, o Brasil leva vantagem.

Como os casos provocados pelas novas cepas costumam começar no Hemisfério Norte e nosso país está no Hemisfério Sul, em região tropical, o intervalo de alguns meses até que a doença chegue com força por aqui é suficiente para que se desenvolvam vacinas eficientes para o “vírus da vez”, ou seja, a cepa do ano corrente. E é essa vacina que é disponibilizada gratuitamente no SUS, durante uma campanha de vacinação anual com começo meio e fim, que em 2021 já terminou.

E por que o surto que algumas regiões do Brasil vivem agora é fora de época? Porque estamos na estação mais quente, o normal é que ele aconteça nas nossas estações mais frias, e estima-se que os cuidados para evitar a transmissão da Covid-19 (uso de máscaras, distanciamento, higienização das mãos etc.) tenham evitado também, no período típico de 2021, o surto provocado pela cepa surgida no ano passado, para o qual as vacinas hoje disponíveis são eficazes.

Ou seja, os casos de gripe que poderiam ser evitados pelas vacinas da campanha de 2021 não aconteceram no número usual porque, ao se proteger com as medidas indicadas contra a Covid-19, as pessoas acabaram se protegendo contra o vírus influenza, e agora que os cuidados relaxaram, porque a pandemia perdeu intensidade no Brasil, ficaram expostas ao vírus da gripe do ano que vem, para o qual ainda não temos vacinas eficazes.

Isso significa que é inútil tomar as vacinas antigripe já disponíveis? Não necessariamente. É provável que as duas cepas ainda estejam atuando simultaneamente em território brasileiro. Mas tomar a vacina da campanha de 2021 – que já terminou e por isso não é mais gratuita – não deve evitar que a pessoa se contamine com a cepa que está chegando, para a qual a vacinação será daqui a alguns meses (porque as vacinas estão em desenvolvimento).

Como todos sabem e vêm vivenciando há praticamente 2 anos, a pandemia mudou o curso de muitas coisas, “bagunçando” até o que se pode chamar de calendário epidemiológico, que orienta ações de saúde pública. Mas há uma informação útil e altamente aproveitável nesse quadro: para quem quiser evitar contrair a gripe que está provocando o atual surto, a melhor linha de ação para se precaver é manter as mesmíssimas medidas não farmacológicas recomendadas contra a Covid-19: distanciamento social, higienização das mãos, uso de máscaras (sim, mais um pouco).

Como a pandemia ainda não acabou e o perigo da variante ômicron ainda está sendo entendido, esse jeito responsável de agir acaba protegendo quem o praticar do risco de duas doenças que estão acontecendo simulteaneamente e têm muitos sintomas parecidos.

As mesmas medidas, contra 2 inimigos: qualquer pessoa há de concordar que se trata de uma estratégia com excelente custo-benefício.

 

Fontes
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude
https://vejasp.abril.com.br/saude
https://g1.globo.com/saude


A importância do olhar

O tema “olhar” pode parecer poético, e até ser, em certos contextos, mas essa capacidade ligada a um dos nossos sentidos – talvez o principal deles, a visão – tem um impacto sobre o dia a dia muito mais importante do que a maior parte das pessoas suspeita. E se impacta o dia a dia de todas as pessoas, vai impactar a empresa.

Estima-se que mais de 80% da informação que um ser humano recebe é visual – e nesse número não está incluído o conteúdo que lemos. Portanto, por mais que sejamos tagarelas e tendamos a acreditar que o que importa mesmo é o que falamos, a quase totalidade da comunicação entre as pessoas acontece de forma não-verbal. Pode parecer assustador a princípio, mas é assim que todos vivem, todos os dias, dentro e fora da empresa, quer saibam ou não (com a evidente exceção das pessoas com deficiência visual).

O não-verbal não é uma crença, nem um monstro: é um fato. O melhor que se pode fazer a respeito é percebê-lo mais claramente e entendê-lo, para poder lidar melhor com ele e incorporá-lo mais conscientemente ao nosso repertório de comunicação individual. Ocorre que nossos ancestrais viviam na natureza selvagem e muitas vezes inóspita, em que ver e agir era fundamental à sobrevivência: para caçar a refeição do dia, fugir de um animal predador ou enfrentar a tribo inimiga, entre outras possibilidades.

Como continuamos pertencendo à espécie dos nossos ancestrais, e o objetivo prioritário de toda espécie é sobreviver e se reproduzir, herdamos deles esse aparato sensorial que a biologia evolutiva desenvolveu para nos manter vivos na selva (ou qualquer outro nome que se queira dar à natureza intocada). Nosso corpo, em certa medida, não sabe que moramos na cidade: o processamento de informações visuais continua sendo muito mais rápido que a compreensão do discurso articulado – que, claro, tem o seu valor.

A comprovação é matemática: as contrações musculares que demonstram em nosso rosto as emoções que estamos sentindo – e as emoções são universais, mesmo que os gatilhos para elas sejam diferentes em cada cultura – são percebidas pelo interlocutor em apenas 1/10 se segundo. Já o tempo necessário para falar algo coerente, por mais curta que seja a palavra e rápido o falante, durará muito mais que isso. Na interação presencial, as intenções e emoções do outro são percebidas muito antes de qualquer palavra, e em grande medida é essa percepção que define as relações.

Como isso se reflete na empresa? Da mesma forma que em qualquer outro contexto social. Quanto menos nós olhamos, menos percebemos o que está realmente acontecendo na interação, menor é a chance de uma colaboração produtiva e maior a de um desentendimento destrutivo. O excesso de exposição a telas trazido pelo mundo digital veio para complicar o quadro. Já é clássico o exemplo da família que almoça à mesma mesa de um restaurante, mas com as pessoas olhando cada uma para tela do próprio smartphone, e não umas para as outras. Por algum tempo, o uso de máscaras – ainda necessário – será outra barreira visual.

Sendo tanto a expressão de emoções no rosto quanto a capacidade para percebê-las próprios à nossa espécie, ao ignorá-las, reduzi-las ou anestesiá-las estamos nos tornando menos humanos. É um efeito grave, que precisa ser equacionado para aumentar nosso bem-estar, nossa qualidade de vida e, talvez, a própria sobrevivência da nossa espécie. Quando especialistas em recursos humanos, psicólogos e consultores de todos os tipos falam da necessidade de desenvolver em equipes e empresas a famosa capacidade de relacionamento interpessoal, podem até não saber (os melhores sabem), mas estão validando a importância do olhar.

O empreendedor que deseja utilizar essa informação valiosa para melhorar a gestão de pessoas em sua empresa pode tentar lançar mão de estratégias que favoreçam a interação presencial dos colaboradores, frente a frente*, sem a interferência de telas digitais e suas infinitas notificações sonoras. Pode ser de forma dirigida, numa dinâmica elaborada por especialistas, mas também de modo mais orgânico e intuitivo – ou seja, simplesmente estimulando o diálogo atento e atencioso entre as pessoas (provável base para muitas iniciativas, válidas, na linha “café com o presidente”).

Tudo indica que, quanto mais os colaboradores se olharem, mais transparente será a relação entre eles (concordâncias e divergências) e mais consistentes as bases para medidas efetivas da liderança. Parece irônico, mas é preciso voltar a olhar atentamente para o outro para se lembrar, bem, que ele – e nós – somos humanos.

* Observadas todas as medidas de segurança contra a Covid-19.


NOVEMBRO AZUL: Todos contra o câncer de próstata

Nem todo mundo sabe o que é e qual a função da próstata, que faz parte exclusivamente da anatomia masculina (como os ovários são exclusividade feminina). Trata-se de uma glândula do sistema reprodutor do homem: tem cerca de 20 gramas, formato semelhante ao de uma castanha e localiza-se abaixo da bexiga. Sua função é produzir parte das secreções que compõem o sêmen (ou esperma).

Novembro Azul é derivado de um movimento que surgiu na Austrália, em 2003, e que acontece nesse mês porque 17 de novembro é o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata. Hoje, tornou-se uma campanha anual realizada com o objetivo de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de próstata, uma doença grave e silenciosa, que evolui lentamente e quase sempre só provoca sintomas quando está em estágio avançado.

Segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer, em 2021 devem ser diagnosticados 65 mil casos de câncer de próstata no Brasil e a cada 38 minutos um homem morre em decorrência da doença no país. Mas as estatísticas também indicam que, quando há o diagnóstico precoce, as chances de cura são de 90%. A melhor forma de identificar logo o surgimento da doença é realizar uma combinação entre um exame de sangue (PSA) e o toque retal.

É muito importante entender e aceitar que esses dois exames são complementares, tanto porque o PSA pode estar alterado por outros problemas da próstata não relacionados a um câncer quanto por ser possível que o exame de sangue esteja normal e mesmo assim haja um câncer. Cerca de 20% dos casos são diagnosticados somente na realização do exame de toque retal. Em nome da própria saúde, os homens precisam aprender a desvincular esse exame rápido (30s a 60s) de qualquer associação com sua orientação sexual. 

Homens com 45 anos e fatores de risco – como casos em homens da mesma família com menos 60 anos e cor negra (a doença é mais frequente em homens negros), entre outros – precisam realizar o exame de PSA e o toque retal regularmente a partir dessa idade. Homens com 50 anos ou mais, mesmo quando não há fatores de risco, devem procurar um médico, preferencialmente um urologista, para realizar os dois exames regularmente. Em ambos os casos, a frequência ideal será definida pelo médico.

O tratamento do câncer de próstata depende do estágio da doença, da idade do paciente e de seu estado de saúde. As abordagens mais comuns são a extração cirúrgica da glândula, a radioterapia e a terapia hormonal, isoladamente ou combinadas. O tratamento precisa ser sempre individualizado, e de acordo com o tipo de câncer e a idade do paciente existe a possibilidade de fazer a chamada vigilância ativa, em que apenas se monitora a doença para fazer alguma intervenção quando, e se, necessário.

Embora não esteja totalmente comprovado, alguns especialistas acreditam haver relação entre uma menor incidência do câncer de próstata, e de formas mais graves da doença, e um estilo de vida mais saudável – que é sabidamente uma boa forma de evitar várias doenças. Por isso, além do cuidado permanente com a saúde da próstata, o homem pode se cuidar incorporando ao seu dia a dia uma alimentação saudável e equilibrada, atividade física regular, combate ao excesso de peso, ao tabagismo, ao excesso de álcool. 

Neste mês dedicado ao combate contra o câncer de próstata, informe-se, mobilize-se, supere o preconceito – ou estimule os homens que conhece a superá-lo. O diagnóstico precoce salva vidas.

Fontes:
https://bvsms.saude.gov.br
https://www.inca.gov.br/assuntos/cancer-de-prostata
https://mundoeducacao.uol.com.br/datas-comemorativas/novembro-azul.htm
http://www.oncoguia.org.br
https://www.saopaulo.sp.gov.br/novembro-azul
https://www.uol.com.br/vivabem


Feriadão: use como remédio antistress.

Estresse (grafia oficial em português da palavra que chegou a terras brasileiras a partir de sua versão em inglês, stress) é uma reação natural do organismo que ocorre quando vivenciamos situações de perigo ou ameaça. Esse mecanismo nos coloca em estado de alerta ou alarme, provocando alterações físicas e emocionais. Trata-se de uma reação fisiológica/biológica necessária para a adaptação a situações novas – todos sabem que emoções estressantes podem estar associadas simplesmente a circunstâncias desconhecidas.

O corpo humano reage ao estresse produzindo diferentes hormônios, mas a marca que os cientistas mais costumam buscar para detectá-lo é o nível de cortisol. O cortisol é indispensável para a vida, porque a tensão que produz predispõe o organismo a reagir rapidamente diante de situações de alerta. Mas a melhora na capacidade de reação se limita a momentos pontuais. Se o nível se mantém elevado por muito tempo, porque o estresse é crônico, a resposta hormonal deixa de ser benéfica e se torna um problema.

Ao analisar imagens obtidas com equipamentos de ressonância magnética e realizar testes cognitivos nas pessoas pesquisadas para avaliar sua memória, capacidade de raciocínio abstrato, percepção visual, atenção e a chamada “função executiva” (combinação de diferentes habilidades para alcançar metas futuras), cientistas detectaram danos na microestrutura do cérebro possivelmente relacionadas ao estresse prolongado.

Entre as faculdades prejudicadas, destaca-se a memória, o que não é novidade: episódios de estresse já há algum tempo são associados à menor capacidade de “acessar” lembranças. Até agora, a possibilidade de danos estruturais permanentes ao cérebro serem provocadas pelo estresse excessivo – ou, ao contrário, provocá-lo – continua sendo uma hipótese, mas vale dizer que outros estudos, ainda raros, parecem apontar na mesma direção.

Por enquanto, o mais produtivo é ter em mente que o estresse é inevitável, inclusive desejável para ativarmos em nós ações necessárias para certas situações que exigem atuar rapidamente. Mas, também, que do ponto de vista evolutivo nosso organismo está adaptado a um contexto de vida em ambiente natural, no qual esses momentos eram pontuais.

No contexto urbano, industrial, competitivo e de imprevisibilidade, a tensão crônica favorece o comprometimento cognitivo, o surgimento de doenças cardiovasculares e ativa respostas contraproducentes do sistema imune, entre outros problemas.

Uma boa notícia: por mais que o estresse e sua cascata química sejam inevitáveis, podemos regulá-los. A “desconexão”, em atividades como viagens, interações relaxantes e agradáveis com família e amigos, tempo para diversão, como ir ao cinema, ao teatro etc., nos ajudam a reduzir a tensão. Existem também muitas técnicas a que podemos recorrer, entre elas o já famoso mindfulness, prática que embora seja uma espécie de “moda” tem efeitos reais quando bem orientada e executada.

Em outras palavras, apesar de infinitas discussões e diversas contestações de natureza econômica, talvez seja fundamental que boa parte de nós, que vivemos constantemente acelerados, para não sucumbir sob o o estresse excessivo possamos desfrutar, ao menos de vez em quando, de um desestressante feriado prolongado.

Desejamos que você aproveite bem o seu.

Fontes:
https://bvsms.saude.gov.br/
https://brasil.elpais.com/noticias/estres/


Digital: use com moderação

Até pouco tempo atrás, havia dúvidas se o excesso de exposição digital tinha mais efeitos benéficos ou nocivos sobre a atenção e a inteligência humanas. À medida que o universo digital se torna onipresente na nossa vida, pesquisas sobre o tema avançam e já existem conclusões quase consensuais entre os especialistas.

É certo que a existência, a influência e o poder das novas mídias e tecnologias são irreversíveis, e ninguém nem imagina, a sério, voltar a um tempo em que a interconectividade de tudo não existia, e por isso tanto o acesso ao conhecimento quanto a possibilidade de manifestação eram restritos a poucos. Mas é também inegável que a hiperestimulação simultânea e multiplataforma compromete aspectos importantes para a produtividade e até para a saúde mental.

O primeiro aspecto, que profissionais de educação e comunicação já intuíam e agora estudos com rigor científico vêm demonstrando, é o que pode ser chamado de dificuldade de elaboração. Por exemplo: ao acessar a Internet num smartphone, como os estímulos são incessantes, múltiplos e rápidos, induz-se o usuário a mudar de foco o tempo todo, desestimulando a “demora” necessária para a compreensão mais profunda de um conteúdo, especialmente os que exigem raciocínios mais complexos.

Um segundo aspecto, pouco discutido, mas tecnicamente comprovado, é que o olho humano se acomoda melhor à luz refletida (como nas páginas de um livro) do que à luz emitida (como na tela de um computador ou smartphone), e isso tem influência tanto no conforto e na velocidade da leitura (25% mais lenta no 2º caso) como na compreensão do que é lido.

Um terceiro e importantíssimo aspecto, principalmente no que se refere às crianças, mas não exclusivamente a elas: quanto mais uma pessoa troca o olhar presencial para outras pessoas – a percepção insubstituível das emoções e dos infinitos gestos e jeitos de corpo de quem está à nossa frente – mais se atrofia nela um mecanismo de interação que faz parte da própria natureza que nos faz humanos. Grande parte do que chamamos inteligência vem daí.

Nos primeiros 5 anos de vida, as implicações podem ser ainda mais profundas: estudos realizados nos EUA vêm demonstrando que, desde que existem os testes de QI (quociente de inteligência), pela primeira vez a pontuação das novas gerações (que já nasceram num mundo digital) ficam abaixo dos resultados alcançados pelas gerações anteriores. Podemos estar… emburrecendo.

Evidentemente, ninguém é contra os avanços da tecnologia em geral, do mundo digital em particular, e das fabulosas ferramentas que oferecem para a humanidade. Mas estudos confiáveis e a experiência diária, talvez para descolar olhos viciados, colados em telonas e telinhas, gritam cada vez mais alto: olhe para o ser humano mais, muito mais, e sempre primeiro.


Outubro Rosa | Todos contra o Câncer de Mama.

Junte-se a esta grande causa feminina: a saúde.

A saúde das mamas é vital para a qualidade de vida e a autoestima da mulher. A chance de um tumor maligno nunca pode ser subestimada. Ao contrário do que muita gente pensa, a mamografia regular é mais eficiente para um diagnóstico precoce do que o autoexame – que nem por isso deve ser dispensado. Caso a mulher observe qualquer alteração nas mamas, em qualquer momento da vida, deve procurar o serviço de saúde mais próximo imediatamente.

Outubro Rosa é uma campanha anual realizada mundialmente com o objetivo de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. Segundo o Instituto Oncoguia, 95% dos casos identificados em estágio inicial têm possibilidade de cura. A mamografia é imprescindível, por ser capaz de rastrear nódulos antes que sejam perceptíveis no autoexame realizado pela mulher e mesmo no exame clínico realizado por um profissional de saúde.

A genética é um fator muito importante a ser considerado na prevenção: se uma pessoa da família – principalmente a mãe, irmã ou filha – teve a doença antes dos 50 anos, a mulher tem mais chances de desenvolver um câncer de mama. Mulheres que já tiveram câncer em uma das mamas ou câncer de ovário, em qualquer idade, também devem ficar mais atentas. Essas pacientes de maior risco devem tomar cuidados extras, mais frequentes e mais cedo: exame clínico e mamografia 1 vez/ano já a partir dos 35 anos.

Na população em geral, quando não há fatores especiais de risco, toda mulher com 40 anos ou mais deve procurar um serviço de saúde para realizar o exame clínico das mamas anualmente. Se tiver entre 50 e 69 anos, a mulher deve fazer pelo menos uma mamografia a cada 2 anos. Muito importante: o serviço de saúde deve ser procurado mesmo que não existam sintomas, pois nos estágios iniciais a doença normalmente é assintomática.

Essas recomendações são baseadas em estudos estatísticos sobre a incidência da doença, considerando fatores como faixa etária e histórico familiar, entre outros, que são constantemente revistos pela ciência e pela medicina. Por isso, é preciso estar atento à atualização dos protocolos de prevenção e ter acompanhamento médico constante. Vários serviços direcionados à saúde da mulher são disponibilizados gratuitamente no SUS, entre eles a mamografia.

Além dessa vigilância permanente, a mulher também pode cuidar da própria saúde adotando uma alimentação saudável e equilibrada, praticando atividade física e evitando hábitos/vícios sabida e comprovadamente nocivos, como fumar (um só cigarro já faz mal!) e ingerir álcool em excesso. Tudo isso ajuda na prevenção de várias doenças, inclusive o câncer.

Neste mês dedicado ao combate contra o câncer de mama, informe-se, mobilize-se – e prometa-se cuidar da saúde o ano inteiro.

Fontes
https://www.roche.com.br/pt/por-dentro-da-roche/voce-sabe-o-que-e-outubro-rosa.html
http://www.oncoguia.org.br/
http://www.outubrorosa.org.br/


Nosso olhar também precisa de descanso.

De acordo com o relatório Digital in 2020, divulgado pelo We Are Social e Hootsuite, o tempo online dos brasileiros no primeiro ano da pandemia foi de 9h17min, muito acima da média global, de 6h43min. A análise é corroborada por dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que apontaram aumento de 40% a 50% do uso da internet no Brasil logo no início da quarentena.

Como consequência desse excesso, são comuns as sensações de exaustão e esgotamento e prejuízo de funções como atenção, concentração e memória. Tudo isso tem sido divulgado em múltiplas matérias nas mídias tradicionais e digitais e já falamos do tema aqui.

Mas um aspecto abordado com menor frequência e nem sempre com a mesma ênfase é a saúde ocular. O excesso de telas, muitíssimo ampliado pela pandemia – com a adoção definitiva ou temporária em grande escala do home-office e seus já conhecidos exageros – também tem efeitos diretos sobre visão.

A explicação é tão óbvia quanto verdadeira, e chega a ser singela: a concentração visual por muitas horas diminui o número de piscadas, deixando os olhos ressecados. Ou seja, a lágrima não derramada (que umedece regularmente o olho, mantendo-o lubrificado) também tem de ser levada em conta na pandemia. No pior dos cenários, a pessoa desenvolve a chamada doença da superfície ocular, que pode gerar danos severos se não tratada a tempo.

Nem é preciso dizer que isso comprometeria não só a qualidade de vida da pessoa, mas também sua atividade profissional, numa daquelas convergências inevitáveis e até desejáveis em que cuidar da saúde do indivíduo também é cuidar da “saúde” da empresa. Se a pessoa já estiver com os olhos vermelhos, lacrimejando, sentindo ardência ocular, dificuldade para focalizar, dor de cabeça ou dor nos próprios olhos, é hora de procurar atendimento médica.

Mas no dia a dia, é possível tomar alguns cuidados preventivos, como dar um intervalo de descanso para os olhos a cada 50 minutos (olhar para um ponto distante ou movimentar-se ao longo dos espaços disponíveis), manter a iluminação do ambiente maior do que a que sai da tela, ajustar o brilho do dispositivo de acordo com o ambiente e o horário, entre outros.

E, claro, não se forçar – nem forçar o colaborador, sob pretexto nenhum – a olhar excessivamente para qualquer tela.

Fonte
Drauzio Varella