Nossas vacinas contra a gripe foram atualizadas.

No fim do ano passado, por causa de um surto completamente fora de época, muita gente buscou se vacinar contra a gripe, numa saudável onda de adesão à imunização - certamente provocada ou influenciada pelo combate à covid-19. Embora sejam doenças diferentes, elas se relacionam de alguma forma em termos de saúde pública, entre outros motivos devido à natureza da transmissão aérea e à manifestação de quadros respiratórios semelhantes, muitas vezes indissociáveis.

Acontece que, entre o fim de 2021 e o começo de 2022, a vacina contra influenza disponível nas redes pública e privada não era a mais indicada para as cepas que estavam causando aquele mesmo surto. Estima-se que os cuidados para evitar a transmissão da covid-19 tenham evitado também, no período típico de 2021, a onda de gripe provocada pelas cepas para as quais as vacina disponível era eficaz.

Ou seja, tínhamos vacinas criadas para o ano anterior, mas a doença circulante já era a do ano seguinte: altamente mutável, o vírus da influenza varia muito de um ano para o outro, exigindo a atualização constante do respectivo imunizante, e é por isso que é preciso se vacinar todos os anos. Mas, apesar das vacinas defasadas, o surto atípico passou, e agora que a época mais fria está chegando é preciso combater surto típico, já com as vacinas atualizadas.

No dia 4 de abril, o Ministério da Saúde inicia a campanha nacional de vacinação contra a gripe, dentro do PNI - Programa Nacional de Imunização, com a meta de imunizar quase 80 milhões de pessoas até o dia 3 de junho. As doses da vacina trivalente estarão disponíveis no SUS - Sistema Único de Saúde e o imunizante é eficaz contra as cepas H1N1, H3N2 (incluindo o subtipo Darwin) e tipo B.

Todas as vacinas contra a influenza disponibilizadas no Brasil pelo PNI são 100% nacionais e produzidas pelo Instituto Butantan, de São Paulo, que já entregou 2 milhões de doses, possibilitando inclusive antecipar o início da vacinação no Estado para o próximo domingo, dia 27 de março. Vale lembrar que a vacinação gratuita no SUS não está disponível para todos os brasileiros, mas tem públicos-alvo específicos:

- Idosos acima de 60 anos
- Profissionais da saúde
- Crianças entre 6 meses e 5 anos de idade
- Gestantes e puérperas
- Indígenas
- Professores
- Pessoas com deficiência
- Pessoas com comorbidades
- Forças de segurança e salvamento
- Forças armadas
- Funcionários do sistema prisional
- População privada de liberdade
- Adolescentes e jovens sob medida socioeducativa
- Caminhoneiros
- Trabalhadores do transporte coletivo
- Portuários

Dada a necessidade, mais evidente do que nunca, de cuidar da saúde da população - e as complexas relações resultantes da possível incidência simultânea de influenza e covid-19 nos meses mais frios que estão para chegar - é de se pensar por quais motivos a vacinação gratuita contra a gripe não é disponibilizada a todo e qualquer cidadão do país. Um cenário, no mínimo, digamos, curioso...

No caso de gestores de empresas/negócios, uma excelente atitude é divulgar e estimular a vacinação na rede pública entre colaboradores, de modo que as pessoas elegíveis procurem o serviço para se imunizar gratuitamente. E, se possível, elaborar e pôr em prática um programa interno de vacinação complementar, para aqueles que não tiverem o direito de receber o imunizante no SUS. Além de promover a saúde, é uma forma bastante producente de combater o absenteísmo.

Nas lacunas deixadas pelo poder público, o único caminho é colocar nas mãos dos indivíduos, empreendedores ou não, a solução para questões tão importantes quanto a saúde. Costuma compensar. 

 

Fontes:
https://olhardigital.com.br
https://noticias.uol.com.br/saude
https://butantan.gov.br/
https://www.saopaulo.sp.gov.br
https://saude.abril.com.br[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]


Grandes desafios no mercado de Seguros D&O.

Já dissemos aqui que, no mercado corporativo, uma das modalidades de seguros de responsabilidade civil que mais vêm crescendo é o D&O (da expressão em inglês Directors and Officers Liability Insurance), também chamado de RC de Administradores. A estimativa é de que tenha movimentado quase R$ 1 bilhão em 2020, crescimento de 53% em relação ao ano anterior.

O objetivo do seguro D&O é proteger o patrimônio de executivos (presidentes, diretores, conselheiros) de perdas causadas por decisões tomadas na gestão de uma empresa, sejam elas materiais, físicas ou morais, envolvendo ou não terceiros.

A título de atualização sobre as movimentações de mercado, até mesmo globais, que esse tipo de seguro provoca, trazemos novas informações baseadas em levantamentos de uma das mais respeitadas agências de rating do mundo - afinal, tendências globais podem servir, até certo ponto, de modelo preditivo para o mercado brasileiro.

Recente relatório da Best indica que seguradoras de D&O receberam cerca de US$ 14,6 bilhões em prêmios diretos emitidos em 2021, com base nos totais até o 3º trimestre - significativamente mais do que os US$ 10,8 bilhões de 2020 e os US$ 7,6 bilhões em 2019 - mas mesmo assim a sinistralidade direta piorou: as projeções para 2021 são de 61%, diante de 60,9% em 2020 e 60% em 2019.

Os índices parecem próximos, mas quando o total movimentado está na casa dos bilhões de dólares, nenhuma variação pode ser subestimada. O raciocínio necessário é: os aumentos agressivos das taxas e os prêmios mais altos compensam suficientemente os complexos fatores de risco para operadoras cujas soluções cobrem riscos de D&O?

No mercado internacional, os desafios que envolvem os seguros D&O incluem “despesas de defesa” e contenção de custos, “inflação social” e questões como a crescente popularidade de empresas de aquisição de propósito específico (as chamadas SPACs, tema ao qual voltaremos no futuro), além de questões ambientais, sociais e de governança (agrupados sob a sigla ESG, de que também já falamos aqui) e outros riscos, como de cibersegurança.

O aumento dos custos é sentido não só pelas seguradoras, nos pagamentos de sinistros e/ou taxas de sinistralidade, mas também pelos segurados, no que se refere a quanto pagam pela cobertura -  um problema mais agudo para empresas públicas de grande porte.

Um viés extremamente relevante para o Brasil neste momento, em que esse tipo de problema atinge desde ministérios de Estado a grandes players de e-commerce: incidentes cibernéticos deixam os conselhos corporativos particularmente vulneráveis. O aumento dos ataques, em frequência e gravidade, pode levar a ações judiciais com decisões favoráveis aos demandantes por causa de perdas financeiras e de reputação. Sem falar que levam a interrupções de serviço, com todos os conhecidos prejuízos gerados pela interrupção dos negócios.

Como se vê, o oferecimento, a gestão e a relação custo-beneficio de seguros D&O são processos multifatoriais, que ainda precisam ter suas tendências globais e domésticas melhor compreendidas, tanto por seguradoras como por corretoras e segurandos. A visão antecipada e estratégica de como os atores se comportam no exterior deve ajudar a produzir um modelo e mesmo uma praxis de mercado  localizados, mais adequados ao mercado brasileiro. E a SICCS sempre estará ao seu lado nesse processo.

Pela sua natureza eminentemente técnica e amplitude, voltaremos ao tema em breve no futuro.

 

Fontes:
https://www.ambest.com
https://old.revistacobertura.com.br
https://www.revistaapolice.com.br[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]


Perda de sensibilidade nos dedos? Consulte um ortopedista.

A síndrome do túnel do carpo é um conhecido inimigo de quem trabalha muitas horas no computador, apoiando os cotovelos na mesa e mexendo no mouse. Ela ocupa o 1º lugar no “ranking” desse tipo de problema nos nervos dos membros superiores e pode ser tratada com repouso do membro afetado, mudanças de postura (ditadas pela ciência da ergonomia), fisioterapia, exercícios físicos e medicamentos, quando necessário. Casos mais graves podem exigir cirurgia, mas normalmente o assim chamado “tratamento conservador” resolve.

Porém, existe um outro problema de natureza semelhante, muito menos conhecido, que talvez por isso leve as pessoas que o manifestam a demorar mais tempo para procurar orientação especializada. Enquanto a síndrome do túnel do carpo atinge um nervo que passa no “meio” do antebraço e “sobe” para a região central da mão, provocando dor e dormência no punho e entre o polegar e o dedo médio, este outro caso atinge o nervo ulnar, que percorre a área lateral mais externa do antebraço e afeta o dedo mínimo (o conhecido mindinho) e o anelar, “seu vizinho”.

Segunda colocada em incidência entre distúrbios desse tipo, a neurite ulnar* (neurite é o nome que se dá a uma inflamação num nervo) provoca, como um dos sintomas mais comuns, o fenômeno chamado parestesia, um comprometimento do impulso nervoso que pode ser percebido como redução da sensibilidade, formigamento, dormência, sensação de “choquinhos” ao contato - e dor. Essas manifestações podem ser contínuas, mas também intermitentes, podendo por isso ser confundidas com a dormência temporária típica de posições que “prendem” a circulação.

Sabe aquele ponto do cotovelo que, quando batemos em algum lugar, provoca uma repentina e desagradável sensação de “choque” que corre pelo antebraço até a mão, às vezes também subindo pelo braço até o ombro? É exatamente ali que passa o nervo ulnar, que é considerado periférico, por estar muito mais próximo à “superfície” do braço, diferente de outros nervos do corpo, envoltos em tecidos mais consistentes, como gordura e músculos, por exemplo.

O, digamos, problema do nervo ulnar é que em seu trajeto, nos pontos em que passa entre duas pequenas saliências ósseas do cotovelo e na parte externa do punho, ele fica realmente muito exposto a traumas, pois está coberto quase que somente pela nossa pele, mesmo no mais musculoso dos atletas. Por isso, quase todo mundo já sentiu aquele “choque” no cotovelo.

Se o problema não for adequadamente tratado, traumas repetidos na região podem agravar o quadro, levando a perda de força e coordenação motora fina nos dedos mínimo e anelar - o que compromete a função da mão muito mais do que se pode pensar num primeiro momento. Tente, por exemplo, pinçar um objeto qualquer, mesmo leve (uma xícara, por exemplo), sem utilizar esses dois dedos e comprove por você mesmo. No limite, a perda de função pode ser permanente e resultar no que é conhecido como “mão em garra”, nome autoexplicativo.

A neurite ulnar pode ser tratada da mesma forma que a síndrome do túnel do carpo: com mudança ergonômica na forma de trabalhar, fisioterapia, exercícios físicos e medicamentos, quando necessário. Igualmente, quadros mais graves podem exigir cirurgia - que é pouco invasiva e tem alto índice de sucesso - mas a maioria dos casos regride e se resolve com o tratamento conservador, que, claro, merece prioridade. Com raríssimas exceções, se é que existem, qualquer tratamento não cirúrgico será ainda menos invasivo que a menos invasiva das cirurgias.

Quem manifesta os sintomas descritos precisa procurar orientação médica sem demora, começando por uma consulta com um ortopedista, que encaminhará, ou envolverá no tratamento, se necessário, profissionais de saúde de outras especialidades, como neurologia, fisioterapia etc. A neurite ulnar não costuma ser um problema grave, mas pode vir a ser, se não tratada, e como qualquer questão de saúde não pode ser subestimada. As mãos são muito importantes em nossa vida, o que muitas vezes só é percebido quando temos nelas algum problema. Um simples corte num dedo, que arde com água, pode ilustrar esse fato.

Além da evidente importância da coordenação motora, utilizada para tudo, toda e qualquer sensibilidade do nosso corpo, mesmo no mínimo dedo - ou no dedo mínimo - é extremamente valiosa para nossa existência.

* Dependendo da fonte, o problema pode ser chamado de neuropatia do nervo ulnar ou síndrome do túnel cubital. Neste texto, decidimos utilizar como padrão “neurite ulnar”, para fins de clareza e estilística.

 

Fontes:
https://www.tudosobreombro.com
https://www.saudebemestar.pt
https://www.tuasaude.com/nervo-ulnar
https://pebmed.com.br[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]


Existe mais de um tipo de herpes: um deles dói muito.

Quando se fala em catapora, todos pensam numa doença típica da infância. E é mesmo. Quem está, digamos, entre os 45 e 50 anos muito provavelmente teve a doença quando criança, talvez passando, ou tendo se contaminado, no contato com primos ou colegas de escola. Altamente contagiosa, mas geralmente benigna, antes do advento da vacina a catapora era uma das enfermidades infantis mais comuns.

Os sintomas são bem conhecidos: principalmente, febre (que pode ser alta), manchas vermelhas e/ou bolhas que podem conter líquido, coçam muito e se espalham rapidamente pelo corpo, além de cansaço, falta de apetite e mal-estar geral. A vacina – que faz parte do calendário básico de vacinação do Ministério da Saúde e é oferecida gratuitamente no SUS – atenua o vírus e previne a forma mais grave da doença. A 1ª dose deve ser administrada aos 12 meses de idade e a 2ª aos 15 meses. A imunização é indicada também para adultos que não tiveram catapora.

Uma vez que desenvolveu catapora, a pessoa fica imune por toda a vida – a essa doença específica. O que nem todo mundo sabe é que a catapora também é chamada de varicela e o vírus causador é o mesmo de um tipo de herpes, talvez o pior deles: o herpes zóster. Não se trata daquele que provoca pequena feridas nos cantos dos lábios, ardência e até alguma dor (esse é o herpes simplex), mas de uma doença completamente diferente.

“Escondido” nas células da coluna espinhal de quem já teve catapora, o vírus pode permanecer inativo ou em estado latente durante anos e ser reativado por diversos motivos, escapando da “vigilância” do sistema imunológico e se manifestando como lesões de pele no tronco, no pescoço, na face e no couro cabeludo, acompanhadas de dor intensa e que frequentemente seguem o “trajeto” de um nervo afetado: esse é o herpers zóster. Entre as causas que favorecem sua manifestação, estão um sistema imunológico fragilizado/envelhecido (a doença é mais comum em idosos) e fatores como… a ansiedade.

Todos concordam que estamos vivendo uma época altamente estressante e com alta incidência de distúrbios associados à saúde mental (já falamos aqui de bruxismo e depressão, entre outros). Não por acaso, estudos recentes utilizando informações do SUS indicam uma alta de 35% no número de diagnósticos de herpes-zóster no Brasil, na comparação de março a agosto de 2017-2019 com o mesmo período de 2020. Antes, eram cerca de 30 casos/milhão de habitantes, número que saltou para mais de 40 casos/milhão. É um aumento de 30%, que surgiu quase simultaneamente à pandemia de covid-19.

A correlação entre as duas doenças não está bem estabelecida, se é que existe, mas três hipóteses parecem razoáveis: primeiro, que o novo coronavírus fragilize o organismo de modo que facilite a manifestação do herpes zóster; segundo, que o alto nível de estresse e insegurança resulte em uma ansiedade que provoque esse mesmo efeito facilitador negativo; terceiro, que uma combinação dos dois motivos anteriores tenha feito o número de casos explodir, atingindo, hoje, mais de 40 milhões de brasileiros.

O tratamento do herpes zóster é realizado com a indicação de antivirais e cerca de 50% dos pacientes se recuperam completamente. No entanto, os outros 50% podem sofrer com a chamada neuralgia pós-herpética, dor crônica em áreas da pele onde estão os nervos infectados, quadro que pode durar de alguns dias a meses. Essa condição exige tratamento, podendo incluir medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e antidepressivos, entre outros.

A alta incidência recente da doença parece indicar pelo menos um caminho bem claro: independente de situações em que há outros riscos críticos envolvidos, só temos a ganhar se nunca nos descuidarmos da saúde como um todo, inclusive da saúde mental. O foco excessivo em uma ameaça, mesmo que muito real, pode nos fazer perder o equilíbrio emocional que, ninguém duvida, é fundamental para uma boa resposta do organismo em várias situações.

Um alerta de ameaça constante, muitas vezes supervalorizado, exacerbado ao ponto do alarmismo, em vez de promover a saúde pode resultar no seu contrário: dor, sofrimento duradouro, por meses, tanto no que sentimos e pensamos como à flor da pele.

 

Fontes:
www.fleury.com.br
www.drauziovarella.uol.com.br
www.pebmed.com.br
www.tuasaude.com


Quando o varejo é atacado.

Uma grande ação de comunicação capaz de elevar as vendas às alturas pode ser rápida, precisa e eficazmente sabotada de forma remota, impedindo não só o faturamento previsto com o alto investimento nessa divulgação específica como também o valor de mercado da empresa atingida – coisa de muitos milhões, talvez bilhões. Teria sido mera coincidência de datas entre a ação de comunicação e o ciberataque ou uma estratégia bem coordenada?

No sábado, 19/02, a rede de lojas Americanas fez uma grande ação publicitária – em casos como esse, “dentro” da atração, conhecida como merchandising – num dos programas de maior audiência da TV aberta, o BBB 22. No dia seguinte, domingo, 20/02, os sites de e-commerce da Americanas e o Submarino (este segundo também controlado pela primeira) saíram do ar. No início da tarde desta segunda, 21/02, o site Shoptime, pertencente ao grupo, ficou inativo. Os respectivos aplicativos também foram atingidos. Estima-se que as perdas em vendas sejam de cerca de R$ 220 milhões – até agora.

E o prejuízo não para por aí: no 1º dia útil seguinte ao ataque, a Americanas enfrentou um recuo de 6,61% em suas ações, uma queda de valor de mercado na casa de R$ 2 bilhões. Embora as lojas físicas da rede tenham permanecido funcionando, algo como 2/3 do faturamento da empresa vêm do comércio digital, o que significa que nem de longe as compras presenciais podem compensar as que não serão realizadas on-line. Ou seja, o cibercrime paralisou um gigante, como fez, há pouco tempo, com outro, o próprio país, quando atingiu os bancos de dados do Ministério da Saúde. Há outros exemplos…

Do ponto de vista do cibercriminoso, quanto mais importante for o momento para a empresa-alvo, maior será o prejuízo provocado. É, portanto, bastante plausível pensar que o ataque hacker tenha ocorrido logo após o merchandising na TV por mais que mera coincidência. Além da perda financeira direta, devido às já citadas vendas não realizadas e à queda das ações no mercado, pode haver um grande prejuízo indireto, causado pela perda de credibilidade nas operações de e-commerce da empresa. Ações da bolsa quase sempre se recuperam, se o investidor for sábio, já a desconfiança numa grife de e-commerce pode ser mais difícil e demorada de contornar.

Parte da queda nos serviços se deve a medidas preventivas tomadas pela própria empresa, “interditando” seus servidores, numa reação para preservar os dados pessoais de seus clientes. É um movimento necessário e responsável, mas não suficiente para aliviar muito o impacto sobre a imagem corporativa. Só com os desdobramentos dos fatos, nos próximos dias, será possível saber mais sobre a duração do problema, a extensão dos danos – e as intenções dos hackers.

Estamos falando de nada menos que a 3ª maior plataforma de comércio eletrônico do país. Para os cibercriminosos, um feito e tanto. Para as empresas em geral, grandes, médias e pequenas (a sua também…), um alerta. Como já dissemos aqui, hackers são gangues digitais muito bem organizadas, com alto conhecimento tecnológico, que têm o mesmo objetivo de outros criminosos: dinheiro/lucro ilícitos. Se ministérios de governo e gigantes da área de varejo são vulneráveis, o que dizer de negócios de menor porte e poder de investimento?

É importantíssimo e inadiável multiplicar os esforços para aumentar a segurança de suas operações digitais, sob pena de sofrer prejuízos irrecuperáveis. Não há outra linha de ação possível, senão combinar investimentos tanto em profissionais de cibersegurança qualificados como em tecnologia – especialmente sistemas capazes de identificar e neutralizar invasões rapidamente – e treinamento de colaboradores em protocolos preventivos, construído assim um programa robusto de segurança da informação.

Outra medida, já indispensável hoje, é contar com um Cyber Seguro, apólice específica para riscos cibernéticos que oferece cobertura referente à responsabilidade pelo vazamento de dados e eventuais prejuízos financeiros causados por ciberataques. A SICCS está apta, pronta e disposta a ajudá-lo nesse processo, oferecendo soluções que contemplem suas necessidades.

Porque não importa se o seu negócio está ou não diretamente ligado à área de varejo ou ao e-commerce: suas operações e seu faturamento não podem, em hipótese nenhuma, ficar fora do ar.

 

Fontes
https://economia.uol.com.br/noticias
https://www1.folha.uol.com.br/mercado
https://exame.com/bussola/protecao-de-dados-e-reputacao
https://www.infomoney.com.br
https://www.convergenciadigital.com.br
https://canaltech.com.br/seguranca


Câncer: esse inimigo continua à espreita.

Mas ele pode ser vencido com consciência e prevenção.

Sem ignorar ou subestimar outras doenças, endêmicas ou epidêmicas, nem desconsiderar a inegável relevância de emergências sanitárias, é importante lembrar que o câncer é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil: em 2020, o número de novos casos foi de 522.212, com aproximadamente 260.000 mortes. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, no biênio 2020-2022 a expectativa é de 625.000 casos da doença por ano no país.

O câncer de pele não-melanoma deve ser o de maior incidência, seguido por câncer de mama e de próstata, cólon e reto, pulmão e estômago. A distribuição de casos varia conforme a região. Por exemplo, nas regiões Sul e Sudeste, há predominância na incidência de câncer de próstata e mama feminina, bem como o de pulmão e de intestino; na região Centro-Oeste, o câncer do colo do útero e de estômago são os mais incidentes; nas regiões Norte e Nordeste, o câncer de colo do útero e de estômago têm impacto importante, embora o de próstata e mama feminina também sejam recorrentes.

Sendo o câncer um problema de saúde pública, é indispensável que existam ações e políticas públicas para sua prevenção, controle e tratamento - assim como para a “pura e simples” promoção da saúde, que comprovadamente tem influência importante na redução do número de casos de vários tipos da doença. Em outras palavras, o estímulo a um estilo de vida saudável e ao autocuidado constante não só salva vidas - que é o principal - mas também pode poupar verbas públicas, evitando que o Estado arque com tratamentos mais caros.

Um bom exemplo são ações para estimular a conscientização e a redução dos riscos de desenvolvimento de câncer, com atitudes como:

- Parar de fumar;
- Fazer atividade física regularmente;
- Combater o sobrepeso e a obesidade;
- Vacinar-se contra HPV e hepatite B;
- Ter uma alimentação saudável;
- Fazer o rastreamento adequado para permitir o diagnóstico precoce.

Boa parte dessas medidas, já bem conhecidas e indicadas para prevenir quase todos os problemas de saúde, valem também para o câncer. Mas parece inequívoco quanto seria produtivo reforçar essas práticas, associando-as especificamente ao combate contra esse mal que, até alguns anos atrás, nem podia ter seu nome pronunciado sem provocar comoção (fenômeno ainda encontrado em certas regiões do Brasil, mais provável entre pessoas de gerações mais antigas).

Hoje, quando a medicina dispõe de armas comprovadamente eficazes contra a doença, em muitos casos com altos índices de cura, desmistificar o mal, mostrando que é possível combatê-lo, e vencê-lo, é uma estratégia em que todos ganham.

Vale aqui o que dissemos em artigo recente sobre doenças cardiovasculares: gestores que puderem promover ações de conscientização estarão contribuindo não só para sua própria produtividade e para a redução dos custos com benefícios de saúde, mas também para a criação de um ambiente saudável, que tem boas chances de exceder os limites corporativos, beneficiando a sociedade como um todo.

De todas as formas possíveis, estimule a conscientização internamente e em toda a sua cadeia de negócios: a informação, a prevenção e o tratamento são as melhores armas contra esse inimigo.

 

Fontes
www.ibcc.org.br/cancer/estimativas-2020-2022
www.inca.gov.br/numeros-de-cancer
www.realinstitutodeoncologia.com.br
wwww.saude.abril.com.br/medicina


Não ignore o coração.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as doenças que mais matam no Brasil são as do aparelho cardiorrespiratório. No ano de 2021, até setembro, mais de 230 mil brasileiros morreram por doenças cardiovasculares, a maior parte com idade entre 70 e 79 anos – um aumento de 6,8% em comparação com o mesmo período de 2020. Na comparação com 2019, a alta é de 12,5%. Estamos falando, claro, de doenças que são perenes no panorama de saúde pública brasileiro – o que as torna ainda mais relevantes.

Muitas podem ser as causas – algumas compreensíveis – para a população deixar de fazer exames e ir até unidades de saúde realizar os tratamentos e o acompanhamento necessários. Mas acontece que abandonar cuidados indispensáveis, boa parte deles certamente inadiáveis, pode provocar o agravamento do quadro e, eventualmente, o óbito do paciente. Quando doenças crônicas e de tratamento eletivo perdem protagonismo, os riscos de complicações e mortes aumentam. É um raciocínio incontornável.

É preciso haver um resgate nos cuidados de longo prazo com a saúde, especialmente no caso de quadros cardiorrespiratórios (isso também vale para o câncer, que abordaremos em outro artigo). Se essas doenças já são a principal causa de óbitos no Brasil há alguns anos, isso significa que o problema é, também ele, crônico em nossa saúde pública. E que, noves fora episódios explosivos de doenças infecciosas, estatisticamente, a longo prazo as doenças crônicas matam mais. Ou seja, é lógico, estratégico – e humano! – mobilizar recursos, de modo contínuo e consistente, para combatê-las.

Entre as ações necessárias, a comunicação em larga escala parece ser indispensável. São salutares as campanhas promovidas por meio de emissoras de TV e plataformas digitais, quase sempre nascidas da iniciativa privada ou de ONGs, como as que associam uma determinada cor a um mês e a uma ou mais doenças: o Setembro Vermelho é dedicado à conscientização sobre infarto do miocárdio e AVC. Mas essas iniciativas não prescindem de campanhas feitas por órgãos públicos, que via de regra são insuficientes e mal-feitas.

Se os cuidados relativos a doenças cardiorrespiratórias tivessem 10% do impacto noticioso e da frequência de abordagem de outras pautas, de vários tipos – inclusive de saúde – é plausível imaginar que muito mais gente se tornaria mais consciente sobre as causas e as possibilidades de prevenção e tratamento, sendo estimuladas a procurar orientação e se cuidar. Em outras palavras, dar a devida ênfase a esses males provavelmente salvaria vidas. Talvez não desse tanta audiência e polêmica quanto alarmismos oportunistas, mas é bem sabido que o interesse público e certos objetivos político-privados enviesados raramente andam juntos.

No âmbito de uma empresa ética, gestores que puderem promover ações internas de conscientização estarão contribuindo não só para sua própria produtividade e a redução dos custos com benefícios de saúde, mas também para a criação de um ambiente saudável que, com alguma sorte, pode transcender o espaço corporativo, beneficiando a sociedade como um todo.

Da forma que for viável em seu negócio, com o máximo de criatividade possível, diga para parceiros, fornecedores e, principalmente, colaboradores: não ignore o coração.

 

Fontes:
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/
https://pebmed.com.br
https://www.metropoles.com/brasil


Ainda estamos em pandemia.

Entre os assim chamados “divulgadores de ciência” estão várias figuras claramente alarmistas-pessimistas. Alguns deles, alçados a uma celebridade inesperada por causa da pandemia, parecem ter como objetivo destacar sempre tudo que pode dar errado, ao mesmo tempo em que, contraditoriamente, afirmam e reafirmam que “ainda sabemos muito pouco sobre esse vírus”.

Caberia a questão: se sabemos tão pouco, por que projetar sempre os piores cenários? Princípio da precaução? Manutenção da visibilidade?  Mesmo quando esses personagens se baseiam em fatos e ciência confiáveis para fazer seus alertas inadiáveis, há que se perguntar se o tom de urgência e catástrofe é produtivo ou contraproducente.  Muitas vezes, soa quase como uma torcida pelo vírus…

Do outro lado do espectro, numa atitude tão ou mais perigosa, há pessoas de todos os tipos, formadores de opinião ou não, que já decretam “o fim da pandemia”. É uma irresponsabilidade, para qualquer um, assumir isso – ainda que se possa torcer para que a “previsão” esteja certa. A irresponsabilidade tem como motivo um nome com que quase todo mundo adquiriu familiaridade: ômicron.

A alta transmissibilidade da variante e o fato comprovado de que tem capacidade de infectar mesmo quem completou o esquema vacinal não deixam muita escapatória: ainda que, aparentemente, provoque quadros menos graves (e não se sabe, com certeza, se isso é inerente à variante ou pode ser creditado às vacinas), a contaminação em progressão geométrica muito provavelmente vai resultar em muitas mortes. Como já dissemos aqui, 1% de um número muito alto pode ser uma porcentagem baixa, mas significa muita gente.

No momento, todos temos de despertar em nós mesmos a tão citada resiliência, e continuar tomando todos os cuidados que tomávamos antes do enfraquecimento da pandemia, prévio ao surgimento da ômicron: distanciamento social, uso de máscaras, higiene das mãos, isolamento completo em caso de teste positivo ou contato com alguém comprovadamente contaminado – em ambos os casos, independente de haver ou não sintomas.

É uma esperança plausível que uma variante que contamina mais e mata menos acabe fazendo com que a maioria das pessoas desenvolva imunidade contra o novo coronavírus, tornando a covid-19 uma doença endêmica, como a gripe comum (infuenza), com a qual convivemos sem alarde e que não tem o mesmo impacto sobre nossas vidas, rotinas e as atividades econômicas. Mas, no momento, essa possibilidade é apenas isso: uma esperança.

Sim, podemos abraçar essa esperança e torcer por ela, mas não tê-la como crença cega ou estabelecê-la como parâmetro racional de comportamento diante de uma doença potencialmente letal. Por mais algum tempo, que ninguém sabe exatamente quanto, a atitude mais segura e responsável é continuarmos nos cuidando: cada um de si mesmo e, ao mesmo tempo, do outro, já que o mal que todos enfrentamos pode ser transmitido pelo ar.

Portanto, até que haja evidências consistentes em contrário, seja resiliente, responsável e continue adotando os mesmos cuidados recomendados ao longo de toda essa longa emergência sanitária. Juntos, cedo ou tarde, conseguiremos superá-la. Estamos na maioria bastante cansados e muitos de nós estão esperançosos, mas a única certeza é que ainda estamos, todos, numa pandemia.


Vacinação infantil contra a covid-19.

Tocar num tema tão delicado quando a vacinação infantil contra a covid-19 exige… delicadeza. Qualquer que seja a posição sustentada – ou até mesmo simplesmente apresentada – haverá discordâncias e resistências, algumas racionais e razoáveis, outras passionais e extremadas, e talvez boa parte simplesmente geradas por má-fé.

Entre as extremadas não estão só as dos ignorantes por opção – que se agarram a uma opinião preconcebida sem informação suficiente, nem examinar novos argumentos, dados e evidências – mas também as de quem fala da ciência como se fosse um monolito uniforme de dados autoevidentes, em que tudo são certezas e qualquer um que questione é “negacionista”. O rótulo “negacionista”, aliás, tem sido um obstáculo à disseminação da informação necessária a decisões lúcidas, e há vários cientistas que não simpatizam nada com ele.

Nascido de um paralelo  intelectualmente desonesto com os chamados “revisionistas”,  gente capaz de negar o Holocausto perpetrado pelos nazistas contra os judeus na Segunda Guerra Mundial – um dos fatos mais bem documentados da História – “negacionista” vem sendo usado para classificar aqueles que têm dúvidas em relação à pandemia e à vacinação como se fossem criminosos hediondos.

Alguém com a visão perfeita que afirme que o céu é amarelo talvez possa ser chamado de “negacionista”. Um pai que se preocupa com a saúde de seu filho se ele receber uma vacina desenvolvida há relativamente pouco tempo não parece pertencer à mesma categoria. No primeiro caso, certamente há algum tipo de patologia de ordem psicológica. No segundo, o melhor e mais democrático recurso é a informação.

É compreensível que um leigo tenha receio sobre as vacinas, que há pouco começaram a ser aplicadas no Brasil em crianças acima de 5 anos. Se as crianças eram as últimas da fila antes, porque quase nunca ficavam doentes mesmo contaminadas, por que é necessário vaciná-las agora? E as notícias sobre miocardite provocada pelas vacinas em homens jovens? As vacinas, sendo tão recentes, não podem ser nocivas a médio e longo prazo?

Todas essas questões soam legítimas e cada uma delas tem uma resposta baseada em evidências confiáveis. As referências (algumas das quais colocaremos ao final deste texto) são abundantes na Internet, e a intenção aqui não é declarar o que é certo e errado, dogmaticamente, mas fornecer ao leitor informações para que possa se aprofundar e construir por si mesmo sua opinião.

Primeiro, é verdade que uma nova vacina contra um vírus desconhecido normalmente levaria mais tempo para ser desenvolvida, mas sendo a doença altamente infecciosa e transmissível por via aérea, pesquisas, experimentos e protocolos foram significativamente acelerados (mas não desprezados), já que no ritmo normal muita gente poderia morrer do novo mal antes de se achar uma solução (e quase ninguém questiona, a sério e de forma fundamentada, o número escalar de mortes).

Tem-se, portanto, a clássica decisão sobre custo-benefício: qual risco assumir? O de morrer agora, no curto prazo, doente, ou talvez ter algum problema de saúde no longo prazo, de uma complicação futura relativamente improvável? A maior parte da humanidade decidiu proteger-se do risco mais palpável e iminente, assumindo o risco futuro – até porque ele pode não existir.

Segundo, as crianças realmente não eram consideradas indivíduos de risco, porque eram – e ainda são – raros os casos de covid-19 em crianças que evoluem para quadros graves. Mas eles existem. E também é previsível que, com grande parte da população adulta vacinada, o “alvo” do vírus (numa espécie de estratégia evolucionária de sobrevivência) se desloque para pessoas não vacinadas, portanto, os mais jovens.

Terceiro, com a altíssima transmissividade da variante ômicron, mesmo que o percentual de crianças com quadros graves continue baixíssimo, o volume desses casos pode aumentar muito em números absolutos. Só a título de exemplo: 1% de 1 milhão é 1%, e 1% de 10 milhões também é 1%, mas no primeiro caso o número absoluto é 10 mil e, no segundo, 100 mil. O argumento, aqui, é matemático.

Quarto ponto: foram documentados casos de miocardite em homens jovens inoculados com alguma vacina? Foram, em estudos feitos fora do Brasil, mas a relação causal é, no mínimo, questionável, e a comunidade científica ainda não tem um veredito sobre o assunto. Prevalece até agora a noção de que o risco de ter uma miocardite provocada pela covid-19 é, por larga margem, maior do que o suposto risco causado pela vacinação. Vale repetir: em homens jovens.

Quinto e último ponto que abordaremos aqui: se, em todo o mundo, milhões de crianças já receberam a vacina contra a covid-19 adequada à sua idade, e os casos de efeitos nocivos associados ao imunizante são quase inexistentes, faz sentido hesitar em vacinar a criança sob minha responsabilidade? Toda cautela faz sentido, mas é preciso considerar que ao não vaciná-la também se estará colocando essa criança em risco. E, por tudo que se sabe até agora, o risco é maior sem a imunização. Casos especiais – como condições de saúde preexistentes – devem ser avaliados em conjunto com um profissional de saúde que cuide mais diretamente da criança.

Um epílogo: como saber se a vacina dada a uma criança, hoje, não provocará resultados nocivos num futuro mais distante? Infelizmente, nesse momento não há como saber, com certeza. O conhecimento científico mais confiável e a lógica inerente à ciência indicam que a probabilidade de algo assim acontecer é muito baixa. Mas vale dizer que, nem para nós, nem para as crianças, não temos, nem nunca teremos, segurança total, em nada, inclusive no uso de substâncias já conhecidas e até mesmo na adoção de hábitos saudáveis (que, surpreendentemente, podem ser prejudiciais para alguns).

Por difícil que seja, a decisão tem de ser entre o risco da doença, visível, presente – mesmo que relativamente baixo – e um suposto risco futuro, que neste momento é totalmente hipotético, e no qual quase nenhum especialista acredita.

Se você discorda ou desconfia, a responsabilidade para com o próximo – inclusive as crianças – pede um bom e sólido motivo para isso. Baseado em conhecimento! Nada que possa ser fornecido por “achismos”, ou mera ideologia.

 

Fontes:
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2021/10/chamar-de-negacionista-quem-hesita-em-se-vacinar-e-erro-que-dificulta-luta-contra-covid.shtml
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/especialistas-esclarecem-duvidas-e-reforcam-necessidade-de-vacinacao-de-criancas/
https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/vacinas-contra-covid-19-sao-seguras-para-adolescentes-o-que-voce-precisa-saber/
https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/covid-19-ou-vacina-de-mrna-o-que-ameaca-mais-o-coracao/?ref=link-interno-materia
https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/anvisa-autoriza-vacinas-para-criancas-qual-e-a-mais-segura-pfizer-ou-coronavac/


FLURONA - A combinação de influenza + covid 19 exige resiliência.

Já há algum tempo se popularizou nas redes sociais o termo “shipar”  (derivado bem livre da palavra em inglês “relationship”, que significa relacionamento) para descrever a percepção ou torcida sobre a formação de um casal. É comum que esse casal seja descrito, a partir de então, pela combinação de partes dos nomes que quem o compõe: “Brumar” é apenas um exemplo (Bruna + Neymar).

É até compreensível que no contexto da pandemia, que entrou em seu 3º ano, o hábito tenha se estendido do bastante superficial mundo das celebridades para a importantíssima área da saúde: “shiparam” a influenza e o novo coronavírus, dando ao quadro em que as duas infecções se combinam o estranhíssimo nome de “flurona”.  À parte o exotismo do termo recém-criado, é muito relevante nesse momento ter boas informações sobre essa bi-infecção.

Como consequência de haver dois tipos de vírus, é possível que a pessoa apresente, ao mesmo tempo, sinais e sintomas das duas doenças. A infecção por dois vírus não é uma situação rara, principalmente em períodos em que existe circulação de doenças de fácil transmissão e com elevados número de casos, como é o caso da covid-19 e da gripe. Apesar de se ter duas infecções simultâneas, isso não significa, necessariamente, que é uma situação mais grave.

Mas, ao mesmo tempo, é importante lembrar que cada uma das duas doenças, mesmo sozinhas, pode provocar quadros graves, internações e até óbitos, principalmente em indivíduos mais vulneráveis, como idosos, transplantados e pessoas com outras condições preexistentes, como problemas cardíacos, hipertensão descontrolada, asma etc.

Por isso também, claro, é importante ter todos os cuidados para evitar transmitir os vírus para outras pessoas, sendo recomendado permanecer em isolamento por pelo menos 7 dias, ou de acordo com orientação médica.

Os principais sinais e sintomas de “flurona” são febre, tosse, respiração mais rápida e curta, falta de ar, dor muscular; dor de cabeça, dor ao engolir, nariz entupido. O maior problema é que esses mesmos sintomas podem ser ocasionados por apenas um dos 2 vírus isoladamente, o que complica muito o diagnóstico puramente clínico.

Por isso, na presença desses sinais, é importante procurar atendimento médico, para que sejam feitos exames capazes de verificar se o quadro é de influenza, de covid-19 ou de “flurona”. Em caso de suspeita de uma, da outra ou de “flurona”, é recomendado seguir todas as orientações das autoridades de saúde.

E, sim, isso significa, pelo menos por mais um tempo, que vacinados, bivacinados, trivacinados, já contaminandos e recuperados – e também que não teve nehuma das duas doenças – continuem a fazer uso de máscaras faciais, a higienizar e lavar as mãos regularmente, evitar ambientes com maior concentração de pessoas e pouca circulação de ar.

A tão citada resiliência, conceito caro ao mundo corporativo, nunca foi tão importante, dentro e fora dele. Vamos continuar nos cuidando. Agora que, apesar das idas e vindas, podemos ver sinais de sucesso no combate à pandemia, ninguém precisa se arriscar a encontrar o casal “flurona” pela frente.

Fontes
https://www.tuasaude.com/covid-e-influenza/
https://www.bbc.com/portuguese/geral-59916884